'To the forest!'.
Quando somos pequenos, tudo é um hobbie. Até o ir para a escola. Anos mais tarde, tudo é trabalho. Até o ir para a escola. A verdade é que, com o avanço da idade, vem a forçosa selecção do hobbie de eleição. Um dos primeiros dilemas com que nos deparamos na vida é o que mais gostamos de fazer, quando não há nada para fazer. E, quando temos toda uma existência pela frente, a sensação é a de que não há hobbies suficientes para satisfazer a nossa infinita disponibilidade. Quando somos pequenos, dizem-nos que se deve dar o nome de tempos livres. Quando crescemos, e percebemos que podemos ter tempos livres quando deveríamos estar a trabalhar, passamos a chamar-lhe hobbies. Ora, este que se assina demorou algum tempo a perceber que Cinema era a resposta ideal para quando não havia nada a fazer. No entanto, assim que esta solução surgiu e, enquanto se foi transformando em paixão, outros hobbies caíram em desuso. Um deles, praticamente esquecido. Andar de bicicleta. Isso é que era. Hoje, andar de bicicleta é uma memória vaga e dispersa, armazenada na fila C do sector 4 no hemisférico encefálico esquerdo, justamente ao lado do primeiro e único visionamento de Driving Miss Daisy. Contudo, esta semana, quiseram os representantes do Pai Natal que a mística fosse reavivada. Três quartos de hora depois, o inevitável aconteceu. Chegado a casa, inseri o disco no leitor, e foi andar para a frente até encontrar esta cena. Quinze minutos depois foi o regressar à rua, e imaginar que tinha um E.T. em mãos para salvar. Derrapar, acelerar, gritar. Só faltou voar. Melhor que um hobbie, só a fusão de dois.
Alvy Singer
Etiquetas: E.T.
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