King para toda a vida, aceita ser Lear.
Gostámos da primeira experiência. Parece que Michael Radford e Al Pacino também. Daí que ambos tenham achado que, não é tarde nem é cedo, mas sim tempo de repeti-la. Sem mudar muito a composição. Assim, pelo menos, veicula a Variety. William Shakespeare, na retaguarda, Radford, a organizar jogo, adapta e realiza, Barry Navidi, o homem todo-o-terreno, volta a produzir, e Pacino, qual seta apontada à baliza do adversário, como se exige a um ponta-de-lança, protagoniza. A equipa de Merchant of Venice volta, assim, a reunir-se, desta feita para levar ao grande ecrã King Lear, adaptação do clássico de Shakespeare. Pacino, que foi Shylock na anterior colaboração com Radford, vestirá agora a pele de King Lear, personagem que já foi interpretada por Laurence Olivier, Orson Welles e Paul Scofield. Olivier continua a ser o único actor a receber uma nomeação para o Oscar de Melhor Actor – e ganhá-lo – por desempenhar um papel baseado numa obra de Shakespeare. Navidi confessa "Al has been offered this role many times over the years, but didn't feel ready. He's ready now". Ora, aqui está uma novidade. Não imaginávamos Al Pacino como um daqueles actores que olha para o papel, e não se sente imediatamente preparado. Se há alguém que já vem com as peças todas, e não é preciso montar, é Pacino. Sempre pensámos que este é dos poucos actores sempre prontos, seja qual for a personagem, assim que o galo canta e salta da cama. Ricky Gervais, esse pensador contra-corrente no limiar da vanguarda da filosofia da linguagem, costuma dizer que No trabalho, há orgulho e arrogância. No caso de Pacino, há modéstia até dizer chega. Venha de lá mas é este King Lear, que já nem nos lembramos daquele maldito título que não chega a hora e meia.
Alvy Singer
Etiquetas: Al Pacino, King Lear, Michael Radford
1 Comments:
Pacino fez um excelente Sheakspeare, não vejo como dar errado mais um... Bom para nós...
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