Oratória.
Em 2002, aquando da vitória por Bowling for Columbine, Michael Moore aproveitou para fazer o discurso mais político da noite. Shame on you, Mr. Bush, são palavras que para sempre perdurarão nos registos dos prémios da Academia de Holywood. Este ano, alguns vencedores poderão subir ao palco igualmente com mensagens mais universais. Sean Penn, caso ganhe pela interpretação de Harvey Milk, é um deles. Carl Deal e Tia Lessin, caso triunfem pela realização do documentário Trouble the Water, são outros dois. No entanto, ninguém parece mais talhado para desempenhar esse papel do que Ari Folman. Waltz With Bashir está nomeado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. O grande concorrente é The Class, de Laurent Cantet. Só um cataclismo poderá impedir que a vitória seja decidida, somente, entre os dois. E, caso Folman suba ao palco do Kodak Theater, muitos serão aqueles de olhos colados ao ecrã e ouvidos bem abertos, para ver e ouvir o que o cineasta tem a dizer. Alguns admiradores da sua mais recente obra ficaram desiludidos com o seu discurso nos Globos de Ouro. Lamentaram-se pelo facto de o realizador não ter aproveitado o tempo de antena para marcar a sua posição relativamente ao conflito em Gaza. Em vez disso, Folman aproveitou para dizer algo como, Given 40 seconds, I’d rather thank the people that gave everything to me and the movie for four years then to make an anti-war statement that’s anyway inherent in the movie. Caso Waltz With Bashir vença mesmo o Oscar, será a primeira estatueta para um filme israelita, ao fim de oito nomeações, e a primeira vitória de um filme de animação nesta categoria. Aqui fica parte do discurso de Folman nos Globos de Ouro. Um politicamente correcto que parece não agradar a todos.
Alvy Singer
Etiquetas: Ari Folman, Waltz With Bashir
1 Comments:
Mais do que tecer comentários sobre o (eterno) conflito entre Israel e países vizinhos, é de saudar o facto de o discurso ter prevalecido sobre o filme. Merece.
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