Previsões - Montagem e Fotografia.
Esta é a segunda melhor semana do ano. Preferível a esta, só mesmo aquela de Junho com dois feriados, Dia de Portugal (10) e Corpo de Deus (11) – não fosse o Santo António cair para Sábado, e a festarola era ainda maior. A seguir a essa, nada supera os dias que antecedem a cerimónia dos Oscar. Uma roda-viva. Bater todos os sites e blogs que se debruçam sobre o assunto, à procura de uma fórmula mágica que antecipe os vencedores. Escusado, pois mesmo que encontrássemos dita equação, continuaríamos sempre a assistir à transmissão do espectáculo. Isto porque, ao contrário daqueles que acusam prémios desta natureza de promoverem competição no mundo da sétima arte – como o fez George C. Scott –, como se isso fosse uma coisa má, nós achamos que isto é que dá piada ao ano cinematográfico. Oscar, Palma de Ouro, Taça Volpi, Urso de Ouro, Sundance, Toronto, Fantasporto. Um vencedor impõe-se. Desde que o fair-play impere, um pouco de concorrência nunca fez mal a ninguém. E, da mesma maneira que perder não é um drama, ganhar também não significa a descoberta da pedra filosofal. Já Ricky Gervais, esse pensador que jamais nos cansaremos de citar, dizia, Don’t cry. It’s pathetic, is just an award. É certo que falava do Emmy, no entanto, não demos ao galardão mais importância do que ele tem. Hoje, no inicio de uma ronda de previsões pelas principais categorias – a lista das 25 bofetadas mais célebres do Cinema fica mesmo com inicio marcado para dia 24 de Fevereiro –, dissertaremos sobre os candidatos aos Oscar de Melhor Montagem e Melhor Fotografia. Até Domingo, a cada dia, olharemos neste espaço para duas categorias. No total, pelo menos dez. Na sexta-feira de manhã, colocaremos tabelas de previsões na coluna da direita. A ver se os cinéfilos que visitam o Deuxieme têm costela de astrólogos.
Na categoria de Melhor Montagem, a corrida parece reduzida a dois. E, estamos a ser simpáticos para com o trabalho de Lee Smith em The Dark Knight. Não que achemos injusta a vitória de Smith – que não o será, a acontecer. Contudo, Chris Dickens e Slumdog Millionaire têm varrido todo e qualquer galardão nesta categoria, ao longo da temporada. Primeiro o BAFTA, ontem o American Cinema Editors, o prémio mais relevante a seguir ao Oscar. A vitória nos Oscar não deverá escapar – o filme venceu também nos círculos de Boston e Phoenix. Lee Smith, por representar o único título de acção no lote dos cinco finalistas, pode ser considerado o principal outsider. No entanto, pertencer ao género que habitualmente triunfa nesta categoria não deverá chegar. Esta é a segunda nomeação de Smith, depois de Master and Comander: The Far Side of the World. Mike Hill e Daniel P. Hanley, por Frost/Nixon, poucas hipóteses terão. O único galardão conquistado foi no círculo de Las Vegas, onde o filme ganhou tudo o que havia para ganhar, tal foi a bajulação do estado do Nevada. Esta é a quarta nomeação da dupla, que ganhou logo à primeira, por Apollo 13. Já Kirk Baxter e Angus Hall, por The Curious Case of Benjamin Button, quase que só poderão ser consideradas numa vitória a toda a linha do filme de David Fincher. Ganhar este Oscar seria mais surpreender do que levar para casa a principal estatueta. Idem idem, aspas aspas, para Elliot Graham, e Milk.
Já na categoria de Melhor Fotografia, se calhar será necessário recorrer ao photo finish. Esta parece ser uma corrida a quatro. Na pole position, Anthony Dod Mantle, pelo seu trabalho em Slumdog Millionaire. Este fim-de-semana, o filme arrecadou o mais importante galardão, o da American Society of Cinematographers. Para além desse, já meteu no bolso o BAFTA, o Camerimage, e o círculo de Nova Iorque. Logo a seguir, por uma unha negra, Wally Pfister e The Dark Knight. O filme ganhou nos círculos de Central Ohio, Chicago, Florida e São Francisco. Esta é a terceira nomeação de Pfister. Sempre ao lado de Nolan. Em terceiro lugar, por uma nesga, Claudio Miranda. Apesar de The Curious Case of Benjamin Button não ter ganho nenhum prémio relevante nesta categoria, convém não esquecer que a fotografia de Miranda, e o seu aspecto bilhete-postal, continua a ser um dos pontos mais fortes no filme de Fincher. Depois da banda sonora de Desplat, esta será a grande esperança de Benjamin Button. E, no meio disto tudo, Roger Deakins, por The Reader, e a sua oitava nomeação sem nunca ter ganho. Desta vez, Deakins partilha a designação com Chris Menges, alguém que já ganhou dois Oscar. Será este o empurrão que faltava a Deakins? Como se pode ver no anúncio FYC de The Reader acima, nem sequer figura o nome de Deakins – não vá o mau-olhado estragar a festa. Mais tarde ou mais cedo, a Academia terá de recompensar o seu talento. E, já vai tarde. Por último, Tom Stern. O único dos cinco que não imaginamos a subir ao palco. A fotografia de Changeling é arrebatadora, no entanto, num ano com tão fortes candidatos, a Academia entenderá que a nomeação chega e sobra.
Bruno Ramos
3 Comments:
eu vi o slumdog e n achei a montagem melhor k a do dark night por isso ainda tenho esperanças k ajustiça seja feita.
em relaçao a fotografia eu tenho esperanças k o claudio miranda saia vencedor pork akela fotografia esta do best
O tipo de fotografia sem planos estabelecidos, movimento nauseante e exagero de ângulos picados de Slumdog Millionaire não me diz nada.
O uso do IMAX em The Dark Knight é simplesmente arrebatador (revolucionário?), e The Curious Case Of Benjamin Button está também com muitíssimo bom aspecto. Changeling está com um ar muito clássico, merece sem dúvida a sua nomeação, e mesmo que não ganhe não deixa de ser um trabalho muito bom.
Ainda não vi The Reader, mas já disse antes que Deakins é um mestre e já devia ter ganho um boneco há muito tempo.
Enfim, talvez ganhe o que me apraz menos, mas pelo menos as outras nomeações foram bem escolhidas.
subscrevo inteiramente o comentário do passenger ;)
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