O início da longa caminhada.
Aos poucos, The Hurt Locker começa a conquistar um lugar ao sol. À partida, neste cenário de recessão pré-apocalíptica regado com um vírus gripal incansável, a ideia de passar duas horas numa sala de cinema a ver um filme sobre desarmamento de minas e bombas em plena Bagdad, está longe de ser das mais acolhedoras. Os cânones da sociologia mostram-nos que, em tempos de crise, o que se quer é festarola. Todos os Superbads e Famílias à Beira de Um Ataque de Nervos deste mundo não chegam. Para não irmos mais longe, na temporada televisiva de 2001/02, as principais sitcoms norte-americanas registaram, em média, um aumento 15% no share de audiência. O reconforto paga-se a peso de ouro. Mas, caramba, sabe bem como tudo. Rir será sempre o melhor remédio. Agora, um filme como The Hurt Locker não tem culpa de ter os atributos que tem – a constar pelo que se diz lá fora, é bem apetitoso –, nem tão pouco, da conjectura mundial. Se a obra de Kathryn Bigelow for mesmo tão boa como por aí se apregoa, podemos estar de facto perante o primeiro grande título sobre o mais recente conflito no Médio Oriente. Ultrapassando alguns favoritos que já o eram antes de ser, The Hurt Locker afigura-se em meados de Julho como o primeiro candidato assumido a umas quantas nomeações na próxima temporada de prémios. O Festival de Veneza poderá não ter passado de uma pequena amostra da verdadeira ovação que aguarda Bigelow lá mais para a frente. No inicio desta semana, os primeiros oito minutos do filme chegaram à Net. Com a mesma facilidade, de lá saíram. Hoje, porque há gente insistente, estão de volta. Mas, apenas no Hulu. O mesmo é dizer, quem não vive nos Estados Unidos pode chuchar no dedo. Chuchar no dedo, enquanto vê este clip exclusivo no site da Apple. Uma cena intensa até mais não, com os comentários da realizadora e do argumentista Mark Boal. Um minuto apenas chega para nos deixar agarrados. Um filme que parecia destinado a um diminuto nicho vê-se, subitamente, graças ao boca-a-boca, no centro de uma campanha maciça. Até os posters já dão ares de mainstream. É o preço da fama.
Bruno Ramos
Etiquetas: Kathryn Bigelow, The Hurt Locker
4 Comments:
There's no denying it The hurt locker, is a serious hurt (contender) to the oscars... lol [bad] puns aside... parece-me ser um filme magnifico.
Já saiu em DVD no Brasil.
Tomara que Bigelow chegue mesmo aos Óscares.
Já vi, Não gostei muito e acho que não chegará aos Óscares, não tem nem perfil para isso nem qualidade para justificar o "hype" que está a ter (se é que realmente está a ter algum). É um filme muito episódico, filmado de forma muito displicente e com um final algo desagradável. O Jeremy Renner é um actor subvalorizado, mas os nomes conhecidos que aparecem no poster têm papéis com 3-4 linhas, não se deixem enganar :P
É um dos que me desperta mais curiosidade e que aguardo ansiosamente... parece-me um filme excelente!
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