HAVERÁ FILMES A MAIS?
O GRANDE CHEFE REGRESSOU: de Paris e atento ao que por lá se passava…aqui vai mais uma provocação!!! HAVERÁ OU NÃO FILMES A MAIS? Esta é uma questão que há muito nos preocupa a todos que trabalhamos e que gostamos de cinema. Finalmente surgem as primeiras reflexões mediáticas numa altura de grandes mutações ao nível da chamada ‘indústria cultural’, que engloba tanto o cinema, como os meios que o divulgam. Não é por acaso que é a França e num dos seus mais tradicionais meios de informação dedicados à Sétima Arte, como é o caso dos Cahiers du Cinema, a levantar esta questão. HAVERÁ PÚBLICO PARA TANTOS FILMES? Para nós críticos e jornalistas de cinema torna-se cada vez mais penoso fazer face a uma avalanche de estreias, que estão sempre a mudar e que em quantidade parecem semanalmente crescer tornando-nos quase incapazes de fazer a cobertura adequada. A pressão é redobrada, mas principalmente ficamos com a sensação de não estarmos a fazer bem o nosso trabalho deixando passar ao lado filmes importantes que nos interessam e interessam ao público, que não se deixa só influenciar pela promoção esmagadora dos blockbusters. No entanto, problema não se coloca só à crítica (e aos especatadores também), mas também a todos aqueles que trabalham neste negócio e principalmente os que lidam directamente com as salas: distribuidores e exibidores que se queixam da queda de espectadores. Os filmes estão em cartaz às vezes apenas uma semana e desaparecem rapidamente das carteleiras do jornais. Os ‘mercados secundários’ do cinema estão também em plena mudança, quando os canais de televisão generalistas têm de alguma forma reduzido a difusão de filmes, o DVD sofre também uma mutação com os novos formatos HD e Blue-Ray, e a pouco e pouco a distribuição de filmes através da Internet começa a dar cartas. Nas salas efectivamente tudo está a mudar e vai mudar ainda mais com a projecção digital, a maior concentração em multiplex, a diminuição das ‘janelas’ de distribuição, e o aumento do número de cópias. Efectivamente é cada vez maior número de filmes a chegarem aos ecrâns, o que não constitui por vezes sinónimo de qualidade. DE FACTO NÃO HAVERÁ FILMES A MAIS E ESPECTADORES A MENOS?
4 Comments:
Eu julgo é que há uma penetração excessiva da indústria no cinema, o que é um autêntico ataque à 7ª arte.
Não tem acontecido só com o cinema, tem acontecido com outras formas de arte. Isso sim, é vergonhoso, julgo eu: para além de quantidade desproporcionada, também temos qualidade duvidosa.
E que consequências traz isso? Bom, para começar, promove-se o entretenimento em vez de se promover a cultura. Por outro lado, dá toda uma expectativa errada aos telespectadores sobre aquilo que é o cinema. Algo tem de ser feito. Rapidamente.
Cumprimentos.
P.S.: Já são conhecidos os nomeados para os Óscares. Onde está o post?
Já estamos a trabalhar nos nomeados com as nossas apostas....está disponível daqui a pouco.....
Eu acho que há filmes a mais e dinheiro a menos para a ir ao cinema, está muito caro. E há mais coisas que não percebo. Como é que um filme como o "The prestige" só teve 2 ou 3 semanas no cinema e a horas ridiculas (só a sessoes tardias ou durante a semana). Assim como o "Little children" so está em 4 salas de cinema em lisboa.E como o "Crime do padre amaro" português ser um exito de bilheteira... Não compreendo.
No meu entender, os filmes nunca são nem nunca serão demais; o que se verifica é a descida acentuada da qualidade dos mesmos. Por vezes é necessário assistir a 20 filmes para que, de entre eles, se possa eleger apenas um como apetecível. A quantidade está a fazer decrescer a qualidade. O imediatismo ganha força e afasta os espectadores. Os argumentos estão cada vez mais pobres, contribuindo para que o propósito da cultura seja cada vez mais uma miragem.
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