Pancadaria é com ele, mas não só...
Neste último sábado, pouco passava das duas da madrugada, quando tive a sorte de me cruzar com Em Terra Selvagem (Steven Seagal, 1994), num dos quatro canais da televisão portuguesa. Confesso que as presenças de Michael Caine, John C. McGinley, e Billy Bob Thorton não foram suficientes para reconhecer o título que estava à minha frente. Foi necessário proceder então a uma breve investigação, no sentido de descobrir o nome do filme que tinha já apanhado a meio. Se muitas peças do puzzle estavam já por encaixar, depois desta interrupção, ainda mais umas quantas ficaram. Foi então com serenidade, sem preocupações com o argumento, que acompanhei os restantes minutos da obra, tranquilamente, pela noite dentro. Hoje é com regozijo que afirmo ter ganho duas coisas nessa noite. Cultura cinéfila e sono. Todo e qualquer filme que vejamos acrescenta sempre algo aos nossos conhecimentos da sétima arte. No entanto, nem toda a sabedoria é utilizável. Todos conhecemos títulos que apenas pronunciamos naquelas conversas entre amigos quando alguém diz, Epá, o pior filme de todos os tempos é sem dúvida o… Ao que nós respondemos, Então e aquele com o…? Esse é que é mesmo fraquinho.
O sono ganho acaba também por ser uma boa descoberta. Insónias, rezem as vossas últimas preces; os vossos dias de felicidade terminaram. Em Terra Selvagem é a resposta ao desafio!
Agora, convém dizer que esta opinião negativa não é generalizável ao trabalho de Seagal. É quase. Por muito baixinho que ele tenha descido, reconheço que ainda é um regabofe ver Força em Alerta (1992) e Decisão Critica (1996), por exemplo. Contudo, também é uma enorme diversão ver quase todos os outros títulos da carreira de Steven Seagal, mas por outras razões. Aqui ficam algumas pérolas que justificam este parecer. Algumas das mais belas deixas da história do cinema, proferidas pelo próprio Seagal, que podemos encontrar nos filmes com que actor/realizador já nos brindou. Em inglês, língua onde é mais visível o seu brilhantismo e eloquência.
Forrest Taft: For 350,000 dollars I'd fuck anything once. – Em Terra Selvagem (1994)
Jonathan Cold: [Dunoir tries to open the package] Don't do that. If you touch it again, I will blow your 2-inch dick off. – O Estrangeiro (2003)
Glass: Love never dies, and neither do they. Love is eternal, and that's a long time. – Ticker – Ameaça Infernal (2001)
Dr. Wesley McClaren: [to Holly while entering the reception room at the hospital] Get your homework done and if there are any guys in here no flirting. No dating until you are 40. – Patriota (1998)
Jake Hopper: I liked you a lot better as a bitch. – Para Lá da Lei (2003)
Prof. Robert Burns: I have to go to the bathroom. – Liberdade Perdida (2003)
Jonathan Cold: You see, in this business... the key to the kingdom is weapons-grade plutonium. If you ain't got that, you ain't got shit. – Golpe ao Amanhecer (2005)
John Seeger: Three people died today. I was kind of wondering why.
Chapel: Either for nothing or for something. – Mercenery for Justice (2006).
Casey Ryback: Another cold day in Hell. Força em Alerta (1992)
2 Comments:
Engraçado que também apanhei o filme a meio, aguentei até ao fim e vi uma das melhores (longas) punchlines da história do cinema, que não percebo como é que não referes aqui ;)
"He's the kind of guy that would drink a gallon of gasoline so he could piss in your campfire! You could drop this guy off at the Arctic Circle wearing a pair of bikini underwear, without his toothbrush, and tomorrow afternoon he's going to show up at your pool side with a million dollar smile and fist full of pesos."
Cumprimentos.
Grato pela referência, Knoxville. Essa vai direitinha para a colectânea do Steven Seagal que arduamente estou a elaborar, e que um dia editarei em livro.
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