O perfilar dos candidatos.
Em menos de uma semana, três importantes listas de premiados foram dadas a conhecer. A primeira, a do National Board of Review. Já esta semana, os críticos de Los Angeles e Nova Iorque disseram de sua justiça relativamente ao ano cinematográfico de 2008. E, após uma breve análise ao rol de distinguidos, podemos tirar alguma ilações. Até porque existem fórmulas matemáticas trabalhadas ao longo dos anos, que nos permitem, com alguma segurança, avançar probabilidades para os Oscar. Comecemos, então, com os dez melhores filmes do ano para o National Board of Review.
Destruir Depois de Ler,
Changeling,
The Curious Case of Benjamin Button,
O Cavaleiro das Trevas,
Defiance,
Frost/Nixon,
Gran Torino,
Wall-E,
The Wrestler.
Já no capítulo das obras independentes, eis as dez eleitas:
Rachel Getting Married,
Frozen River,
In Bruges,
Vicky Cristina Barcelona,
Hallam Foe,
In Search of a Midnight Kiss,
Snow Angels,
Son of Rambow,
Wendy and Lucy,
The Visitor.
Quanto às distinções individuais:
Melhor Filme
Slumdog Millionaire
Melhor Realizador
David Fincher – The Curious Case of Benjamin Button
Melhor Actor
Clint Eastwood – Gran Torino
Melhor Actriz
Anne Hathaway – Rachel Getting Married
Melhor Actor Secundário
Josh Brolin – Milk
Melhor Actriz Secundária
Penélope Cruz – Vicky Cristina Barcelona
Melhor Argumento Original
Gran Torino – Nick Schenk
Melhor Argumento Adaptado
Slumdog Millionaire – Simon Beaufoy
The Curious Case of Benjamin Button – Eric Roth
Melhor Filme de Animação
Wall-E
Nos últimos seis anos, o National Board of Review tem escolhido quase sempre os cinco eleitos dos Oscar. Contudo, desde 1994, em concordância com o Oscar de Melhor Filme, apenas Forrest Gump (1994), Beleza Americana (1999) e Este País Não É Para Velhos (2007). Por outro lado, nas últimas catorze edições, apenas por duas vezes o vencedor não esteve entre os cinco finalistas na corrida para o Oscar de Melhor Filme – Quills (2000) e Gods and Monsters (1998). No último ano, três dos dez (Juno, Expiação e Michael Clayton) marcaram presença nos Oscar. Por qualquer razão estapafúrdia, Haverá Sangue foi esquecido. Nas categorias de interpretação, a pontaria do National Board of Review não é tão certeira. Basta lembrar que o ano passado atiraram ao lado nas quatro distinções (George Clooney, Julie Christie, Casey Affleck e Amy Ryan).
Quanto aos prémios dos críticos de Los Angeles, há que começar por dizer que, geralmente, são os que menor correspondência apresentam em relação aos Oscar. A jogar em casa, na Meca do Cinema, seria de esperar um maior acerto. No entanto, todo aquele sol e todas aquelas palmeiras de Palm Springs devem manietar os críticos de Los Angeles, no sentido de elegerem sempre um título que os Oscar nunca se lembram de distinguir. Contudo, isto até joga a favor deste círculo de críticos, considerado inúmeras vezes como o mais independente e temerário dos Estados Unidos. Este ano não foi o primeiro, nem será certamente o último, em que os críticos de Los Angeles são aplaudidos por considerar como o melhor filme do ano, uma obra que, à partida, todos consideram como uma forte candidata ao principal Oscar, contudo, com algumas contrariedades difíceis de ignorar. Para encontrarmos um filme que tenha ganho, ao mesmo tempo, o círculo de Los Angeles e o Oscar de Melhor Filme, precisamos de recuar até A Lista de Schindler (1993). Pelo meio, o destemido grupo não teve problemas em aclamar Morrer em Las Vegas (1995), Segredos e Mentiras (1996), O Informador (1999), O Tigre e o Dragão (2000), About Schmidt (2002), American Splendor (2003) e Cartas de Iwo Jima (2006), como os melhores do seu ano. Eis os eleitos de 2008:
Melhor Filme
Wall-E
Melhor Realizador
Danny Boyle – Slumdog Millionaire
Melhor Actor
Sean Penn – Milk
Melhor Actriz
Sally Hawkins – Happy-Go-Lucky
Melhor Actor Secundário
Heath Ledger – O Cavaleiro das Trevas
Melhor Actriz Secundária
Penélope Cruz – Vicky Cristina Barcelona
Melhor Argumento
Happy-Go-Lucky – Mike Leigh
Melhor Filme de Animação
Valsa Com Bashir
Melhor Documentário
Man on Wire
Por último, quanto ao círculo de críticos de Nova Iorque, há a destacar o recente acerto nas principais categorias de interpretação. Nas últimas três edições, por duas vezes o melhor actor foi o mesmo dos Oscar – Daniel Day-Lewis e Forrest Whitaker –, o mesmo acontecendo com as actrizes – Helen Mirren e Reese Whiterspoon. Contudo, à imagem do que acontece na costa oeste, na categoria de Melhor Filme a coisa costuma sair ao lado. Nos últimos dez anos, o saldo até tem sido negativo. Apenas por duas vezes o filme foi o grande vencedor nos Oscar – Este País Não É Para Velhos (2007) e O Regresso do Rei (2003) –, enquanto quatro foram as vezes em que nem chegou aos cinco finalistas – Topsy-Turvy (1999), Mulholland Dr. (2001), Longe do Paraíso (2002) e Voo 93 (2006). Quererá isso dizer que Milk ficará de fora da corrida deste ano? Pouco provável. Aqui ficam os eleitos deste ano, para o círculo de críticos de Nova Iorque:
Melhor Filme
Milk
Melhor Realizador
Mike Leigh – Happy-Go-Lucky
Melhor Actor
Sean Penn – Milk
Melhor Actriz
Sally Hawkins – Happy-Go-Lucky
Melhor Actor Secundário
Josh Brolin – Milk
Melhor Actriz Secundária
Penélope Cruz – Vicky Cristina Barcelona
Melhor Argumento
Rachel Getting Married – Jenny Lumet
Melhor Filme de Animação
Wall-E
Melhor Documentário
Man on Wire
Posto isto, podemos concluir que Penélope Cruz é, para já, a principal favorita a estar nas cinco finalistas candidatas ao Oscar de Melhor Actriz Secundária, enquanto a vitória de Heath Ledger não deverá ser considerada um dado adquirido. A concorrência de Josh Brolin, pelo menos, promete um despique aceso. Quanto a Sally Hawkins e Sean Penn, também poderão esperar uma distinção. As recentes nomeações para os Globos de Ouro – das quais falaremos ainda hoje – vêm comprovar isso mesmo.
Bruno Ramos
2 Comments:
Uma pequena correcção, o Burn After Reading foi traduzido para português como "Destruir depois de ler" e não "Queimar depois de ler" :)
Só espero que a Kate Winslet leve o Oscar!!!
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