Deuxieme


sexta-feira, outubro 31, 2008

Um W. que sai em forma de M.

A principal motivação na deslocação a uma sala de cinema, salvo raras excepções, deverá ser a de presenciar um bom filme. Essa é a esperança quando atravessamos aquela porta. Assim como a primeira questão que nos colocamos quando a obra chega ao fim, é se o tempo dispendido foi bem aproveitado. No caso de W., algo mais emerge do que a simples vontade de assistir um bom pedaço de arte. Um secreto capricho sádico se eleva, quase sem darmos conta. Porque, ou esta é a machadada cinéfila que aguardávamos na administração de George W. Bush, ou a derradeira oportunidade para Oliver Stone mostrar que ainda detém o virtuosismo que fez dele um dos cineastas mais polémicos, nos finais do século XX.

Porém, quando o filme chega ao fim, percebemos que não é uma coisa, nem outra. O famigerado não é carne nem é peixe. Nem podemos rir a bandeiras despregadas na cadeira com as calinadas do presidente norte-americano, nem nos atrevemos a apontar o dedo a Stone e dizer que era capaz de fazer melhor. Que é claro que podia. Mas, talvez, nem assim tanto.

Apesar de algumas falhas gritantes, W. resulta num título bem conseguido, sobretudo ao nível da representação, do argumento escorreito e inteligível, e da fotografia sentida de Phedon Papamichael. Embora a opção flashbacks comece por fazer sentido, a partir de metade do filme torna-se forçado estar a regressar às origens da família Bush. Contar a história a eito significaria ter de esperar muito para vermos Bush na Casa Branca. O problema é que o melhor do filme é Brolin de cabelos brancos. Aquele olhar confuso, charlatão, e angustiante, de quem chegou ao topo do mundo, e continua a preferir o centro de um campo de basebol. A excelência no desempenho de Brolin, que legitimamente poderá almejar a uma nomeação para os Oscares, não ofusca, contudo, as não menos notáveis interpretações de Thandie Newton e Richard Dreryfuss. Para além do magnífico elenco, há a destacar o trabalho de casa de Stone e da sua equipa, na pesquisa sobre reuniões e outras questões mais específicas, como a problemática redacção de discursos. No entanto, era este espírito West Wing que poderia elevar W. para um outro nível. Em vez disso, Stone optou por fantasiar episódios que não figuram do imaginário colectivo, antes de entrar na sala de cinema, como uma hipotética luta entre Bush-filho e Bush-pai. Onde W. falha no alvo, é no registo excessivamente caricatural. A visão burlesca e simpática do presidente norte-americano fragiliza o produto final. Ao pé de W., a sobriedade britânica de A Rainha faz do filme de Stephen Frears um documentário. No entanto, este não deixa de ser um óptimo filme. Richard Dreyfuss também acha, embora tenha mais a dizer sobre o assunto.

Bruno Ramos

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Votar.

Primeiro, era para não votar. Agora querem que a malta vote. Então, mas em que é que ficamos, meus senhores?

Alvy Singer

Quantuns dias faltam?

Seis.

Bruno Ramos

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Slumdog Millionaire - Trailer.

Sem data de estreia ainda prevista por estes lados, esperemos apenas que isto não demore muito a chegar. O mais provável é vir naquele rol de grandes candidatos aos prémios mais importantes do meio, que habitualmente aparecem nas salas lá para finais de Fevereiro, meados de Março. Até que esse dia chegue, resta regalarmo-nos com as deliciosas sequências do trailer, e esperar que Slumdog Millionaire esteja mesmo à altura do hype que começa a ganhar proporções descomunais. Mas, há que acreditar. Como um qualquer jogador neste tipo de concursos, não há que olhar para trás. Para a frente e para cima, é que é o caminho. Até pelas imagens, as comparações com o realismo de Cidade de Deus (Fernando Meirelles, 2004) são inevitáveis.

Bruno Ramos

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V For Vaticano.

Depois destes dois, falta saber se o outro V desta trindade é o de Vitória ou Verborreico. Ron Howard já nos mostrou ser capaz do melhor e do pior. E, por vezes, é tão fácil confundi-los. Aqui fica o primeiro teaser de Anjos e Demónios.

Alvy Singer

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quinta-feira, outubro 30, 2008

WALL•E, FYC.

E, aí está a confirmação, com o primeiro For Your Consideration do ano para Melhor Filme. A Pixar tenta com WALL•E, aquilo que muitos pensavam estar ao alcance de Ratatui. Depois de A Bela e o Monstro, o robot mais acarinhado do ano sonha secretamente em ser o segundo filme de animação a receber uma nomeação na categoria de Melhor Filme. E, aqui entre nós que ninguém nos ouve, acreditamos que o sonho se tornará uma realidade.

Alvy Singer

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Percentagens.

Num fim-de-semana em que estreiam sete filmes sete, a oferta deverá satisfazer os desejos de qualquer cinéfilo. Desde Guerra, S.A., provavelmente o filme com o elenco mais sonante da semana, passando pelo quinto capítulo da saga Saw, até à dupla Colin Farrell e Ralph Fiennes numa das surpresas da temporada, Em Bruges, muito temos por onde escolher. E, quando dizemos muito, referimo-nos também aos locais à disposição. É com agrado que vemos, por exemplo, a estreia em 18 salas do vencedor da Palma de Ouro, A Turma (Laurent Cantet). Agora, com tantos títulos apetitosos, High School Musical 3 não teria grandes hipóteses de figurar no topo da nossa lista de prioridades. No entanto, não é bem isso que acontece. Quando visitamos o tomatómetro e verificamos que o musical da Disney reúne 67% de críticas positivas, enquanto o muitíssimo aguardado Body of Lies, de Ridley Scott, se fica por uns míseros 50%, é porque algo não está bem. Ou com os críticos, ou os filmes. E, porque queremos tirar isso a limpo, HSM3 deverá ser mesmo a primeira opção para o serão de sexta-feira. Se o tiro sair pela culatra, aqui estaremos para o mea culpa.

Bruno Ramos

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quarta-feira, outubro 29, 2008

Hip-Elfman-Hop.

Realizado por George Tillman Jr. (Homens de Honra, 2000), Notorious é um dos filmes mais antecipados para o inicio de 2009. Com estreia marcada nos Estados Unidos para meados de Janeiro, o biopic sobre a vida de Christopher Wallace, para o mundo, Notorious B.I.G., promete fazer correr muita tinta. Coisa que, aliás, já está a fazer. Por duas ordens de razões. A saber, a primeira, porque Sean ‘P. Diddy’ Combs é produtor executivo do filme. No relato de uma existência marcada pela contenda com outros artistas norte-americanos, muitos são aqueles que receiam a parcialidade excessiva. A segunda razão, bem mais positiva, porque Danny Elfman – sim, esse mesmo – será o responsável pela banda sonora. E, bom, neste ponto, escusado será dizer que a curiosidade é mais que muita, para ver como é que as partituras de Elfman encaixam numa história onde o hip-hop é o motor da acção. Elfman, que confirmou esta participação recentemente ao Collider, certamente trará um outro panorama às músicas do filme. Agora, por maior liberdade criativa que o mestre tenha, deixem lá ficar a Juicy que tão bem nos recebe no trailer.

Bruno Ramos

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Encontro marcado para este ano.

Em 2004, numa cerimónia apresentada por Chris Rock, Million Dollar Baby arrecadou quatro Oscares da Academia, e Clint Eastwood foi a estrela da noite. No ano seguinte, Dirty Harry ficou em casa, e Jon Stewart estreava-se na apresentação do certamente, na consagração de Paul Haggis. Em 2006, a face do Daily Show foi preterida em detrimento de Ellen DeGeneres, e Eastwood lá voltava às lides do tio Oscar, com o seu belíssimo Cartas de Iwo Jima. Já este ano, enquanto Eastwood repousava, lá regressava Jon Stewart como anfitrião, na vitória dos Coen. Isto tudo para constatar o simples facto de que os dois nunca se cruzaram nos corredores do Kodak Theater. Pode ser que graças a Changeling, ou mesmo por Gran Torino – fala-se na real possibilidade de Eastwood vir a ser um dos nomeados na categoria de Melhor Actor –, e caso Stewart volte a ser o escolhido, isto se altere este ano. Daqui por uns meses, quem sabe se esta entrevista não estará na origem de um dejá vu?

Bruno Ramos

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Get Rhythm.

Nos últimos tempos, já muitos de nós nos perguntávamos por onde andaria Joaquin Phoenix, e o que estaria a congeminar. Pois bem, o actor resolveu não perder mais tempo e clarificar a questão, concedendo à E! uma entrevista – mais uma breve revelação, apenas –, na qual deu a conhecer a sua intenção de abandonar a sétima arte. Razão? Segundo o próprio, agora é tempo de focar-se noutra paixão, a música. E, assim sendo, coloca-se uma pedra sobre o assunto, e Phoenix faz as malas para seguir outra veia artística – recorde-se que o actor ganhou um Grammy pelo seu trabalho no álbum do filme Walk The Line. Por enquanto, Two Lovers, do norte-americano James Gray, e onde contracenará ao lado de Gwyneth Paltrow, Vinissa Shaw, Isabella Rossellini e Elias Koteas, figura no seu currículo como o último filme em que participou. Porque não temos senão que acreditar nas palavras de Phoenix, resta-nos perguntar se assim será para todo o sempre. Segue-se o vídeo com as declarações do actor, onde a contribuição de Casey Affleck é mais que valiosa.

Bruno Ramos

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Mad Lionsgate.

Nisto dos reconhecimentos televisivos e cinematográficos, longa é a lista de premiados que atingiram a fama fora de tempo. Por razões muitas vezes imperceptíveis, a verdade é que quem galardoa, normalmente, gosta de reservar o troféu para anos vindouros. Felizmente, outras vezes há, que gostam de recompensar na devida altura. E, os Emmy não são excepção. Em 2004, a confiança com que se atribuiu o Emmy de Melhor Série Dramática a Lost, é exemplo disso mesmo. Este ano, a Academia não foi de modas, e resolveu premiar Mad Men também no seu ano de estreia. Em boa hora o fez, diga-se. Mad Men é um daqueles raros casos paradigmáticos, em que critica e público se reúnem num aplauso de incontroversa unanimidade. Um programa que desperta consciências, para espectadores exigentes, que rejeita visitar lugares comuns da televisão norte-americana. No entanto, porque no melhor pano cai a nódoa, parece Matthew Weiner, o brilhante criador da série, está a ser corrido porta fora. Escreve Nikki Finke, que os agentes de Weiner pedem à Lionsgate um contrato de dois anos no valor de 10 milhões de dólares, e controlo total sobre a publicidade e marketing. A Lionsgate alega que a exigência é irreal, e já começou a mexer-se no sentido de arranjar quem substitua a genialidade de Weiner, que trabalhou ao lado de David Chase nos notáveis Sopranos. Aparentemente, o aumento exponencial das audiências e o recente sucesso na edição dos Emmy, não são suficientes para satisfazer as reclamações de Weiner. Caso, pelo menos, uma das partes não ceda, já sabemos que a corda não aguentará. E, Weiner acabará mesmo por abandonar mesmo o projecto. Imaginando essa possibilidade, que bonito seria ver toda a equipa de produção, actores incluídos, ao lado do homem que concebeu aquilo tudo. Nas mãos de outro criativo que não Weiner, mesmo que fosse o grandioso Chase, o programa corre sérios riscos de se desviar do caminho que hoje percorre. O de se tornar numa das melhores séries de todos os tempos.

Bruno Ramos

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Sem vertigens.

Passou por Sundance, Tribeca, Seattle e Roma, entre outros. Em todos eles, causou sensação. Está na pole position para a nomeação a Melhor Documentário, na próxima edição dos Oscares, e poucos duvidam de que esse é mesmo o fado traçado para a obra de James Marsh (The King, 2005). A recente nomeação para os International Documentary Association Awards é mais um passo rumo à confirmação. A seu lado, estão Kassim The Dream (Kief Davidson), Stranded: I Have Come From a Plane That Crashed on the Mountains (Gonzalo Arijon), Waltz With Bashir (Ari Foldman) e Young@Heart (Stephen Walker). Estes dois últimos não são elegíveis para a categoria de Melhor Documentário no que aos Oscares diz respeito, no entanto, Waltz With Bashir pode receber nomeações para Melhor Filme de Animação ou Melhor Filme Estrangeiro. Agora, porque Man on Wire é, para já, o grande favorito, fiquemos também com o trailer.

Bruno Ramos

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terça-feira, outubro 28, 2008

Tragédia francesa.

Photobucket

Se a finalidade de um trailer é a de convidar o espectador a descortinar o véu por completo, pode-se dizer que este de Il Y’a a Longtemps Que Je T’aime, não falha o objectivo, nem por um milímetro. Assim como não parece falhar Kristin Scott Thomas, cujo desempenho tem recebido os maiores aplausos da temporada. A seguir à nomeação mais que certa de Heath Ledger para o Oscar de Melhor Actor Secundário, muitos são já aqueles que consideração a interpretação da actriz como a mais segura das nomeações. Apelidado pelo estreante realizador Philippe Claudel de história sobre renascimento, este é um filme sobre uma mulher que sai da prisão ao fim de 15 anos, depois de ter sido acusada de homicídio. Desencontros e segredos vários prometem ser postos a descoberto, num filme que poderá valer a Kristin Scott Thomas a sua segunda nomeação, doze anos depois da primeira por O Paciente Inglês (Anthony Minghella). A valer por estas imagens, assinamos por baixo esta declaração de Claudel: “I think with one picture the audience can feel the tragedy. It’s the beautiful talent that Kristin has, just her face, just her skin, just her eyes to show this terrible tragedy”.

Bruno Ramos

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Duo D'Ouro.

Parece que a terapia matrimonial que tanta falta fará a Leonardo DiCaprio e Kate Winslet em Revolutionary Road, chegar-nos-á pela mão de Dustin Hoffman e Emma Thompson em Last Chance Harvey. Realizado pelo britânico Joel Hopkins, este é um filme sobre o primeiro amor, as últimas oportunidades, e tudo o que está pelo meio.

Harvey Shine (Dustin Hoffman) é um nova-iorquino à beira de perder o emprego, como compositor de jingles. Avisado pelo seu patrão (Richard Schiff) de que só tem mais uma possibilidade para cumprir o prazo, Harvey viaja para Londres, de modo a poder estar presente no casamento da filha (Liane Balaban). Antes de partir, promete estar de volta segunda-feira, para entregar o trabalho. Quando chega a Londres, descobre que a intenção da sua filha é que seja o padrasto a levá-la ao altar. Procurando nunca espelhar no rosto o enorme desalento, despede-se antes do copo-de-água, para assim poder chegar ao aeroporto a tempo de apanhar o voo de regresso. Em vão. Quando telefona ao patrão para se justificar, é imediatamente despedido. No bar do aeroporto, onde o objectivo era afogar as mágoas, conhece Kate (Emma Thompson), cuja vida se limita ao trabalho, encontros arranjados frustrados, e telefonemas intermináveis com a sua mãe.

Algum buzz mais optimista coloca Dustin Hoffman entre os fortes candidatos a uma possível nomeação para os Oscares. Seja como for, por si só, a premissa Everybody Loved Him, Everybody Left Him, parece suficiente para captar atenções. Naquele que é o primeiro assalto de Joel Hopkins a Hollywood, o britânico parece não esquecer as origens, e opta por filmar em casa, com um argumento também por si redigido. E, é nesta intimidade que roça quase o fabrico caseiro, que muitos dos triunfos além-fronteiras encontram a sua arma secreta. Aqui fica o trailer oficial do filme.

Bruno Ramos

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Roma, Cidade Aberta.

A anterior adaptação de uma obra de Dan Brown traduziu-se num tremendo sucesso de bilheteira. Apesar das reacções iniciais da crítica não terem sido as mais favoráveis, o primeiro fim-de-semana resultou nuns simpáticos 301 milhões de dólares, em todo o mundo. Tivesse o filme correspondido às expectativas, e o êxito teria sido, muito provavelmente, ainda maior. No entanto, o boca-a-boca encarregou-se de difundir desilusões e O Código Da Vinci (Ron Howard) acabou por ser apenas um dos mais rentáveis de 2006. Hoje, com esperanças resfriadas, voltamos a entregar-nos nas mãos de Ron Howard, na transposição de um romance de Dan Brown para o grande ecrã. Há quem diga que apesar da notoriedade internacional de O Código Da Vinci, Anjos e Demónios é a verdadeira relíquia no espólio do escritor. Fazendo jus à proporcionalidade directa, esperamos que este filme esteja uns furos acima do antecessor. Brian Grazer, produtor dos dois, já teve o cuidado de serenar os mais pessimistas, dizendo que este será menos encenado, com muito menos diálogos. Desta vez, quando ele fala, está a andar, diz o produtor. Para além desta foto de Robert Landgon (Tom Hanks) e Vittoria Vetra (Ayelet Zurer), outras três foram dadas a conhecer. Numa delas podemos ver Ewan McGregor com as vestes de Carlo Ventresca.

Bruno Ramos

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segunda-feira, outubro 27, 2008

Eastwood ®.

Quando ainda aguardamos pela data de estreia de The Changeling, já nos perguntamos para quando estará marcada a chegada de Gran Torino. É o efeito Eastwood, na sua plenitude. Relativamente ao último título, duas notas importantes sobre o trailer. Primeiro, caso fosse habitante de Gotham City, a avaliar pela voz, Eastwood seria o primeiro a ser levado para a esquadra para lhe perguntarem se não era o homem por detrás do fato de morcego. Segundo, que existe mesmo qualquer coisa de harmonioso quando Eastwood pega numa arma de fogo. Como se tivessem sido criados um para o outro. Haverá seguramente duos mais pacíficos, mas este é do mais belo que há.

Alvy Singer

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Elegy.

O filme estreia apenas a 20 de Novembro, no entanto, nunca é cedo demais para despertar atenções para um dos títulos que mais murmúrios vai provocando em Hollywood. Sobretudo, pelos desempenhos do trio principal. Ben Kingsley, Penelope Cruz e Dennis Hopper, no pleno das suas capacidades, escreve-se do lado de lá do oceano.

Elegy, realizado pela espanhola Isabel Coixets, responsável por um dos segmentos de Paris Je T’aime, relata a relação apaixonada entre um reputado professor universitário, e uma jovem mulher cuja beleza o deslumbra e destabiliza, ao mesmo tempo. À medida que a afinidade entre ambos aumenta, aquela que era uma ligação meramente física e sexual transforma-se em algo mais. Erotismo quanto baste, e mentiras à discrição, Elegy promete espelhar as virtudes e defeitos por detrás de um rosto bonito. Aqui fica o red band trailer do filme.

Entre críticas mais positivas, e outras mais comedidas, destaque para as palavras simpáticas Leslie Felperin, na Variety.

Perfs are beautifully in tune as scenes unfold in a series of near-musical dialogue duets, with Kingsley offering finely phrased arias of self-deprecation and despair. Despite the age difference, he and Cruz (who's never been better in English) look somehow chemically balanced and credible as a couple (…) Hopper takes a welcome break from the heavies and loonies of his late career to the sophisticate he's more like in real life, while the protean Sarsgaard is typically convincing as the uptight, conflicted Kenny.Craft contributions are unfussily pro. Pic strikes a slightly duff note, however, with the musical choices (Coixet also takes a music-supervisor credit), recycling two of cinema's most instrumental pieces: "Gnossiennes No. 3" by Eric Satie, and "Spiegel im Spiegel" by Arvo Part. A worldwide moratorium should be imposed on their use by any film for the next 50 years”.

Aqui fica uma cena do filme, recentemente dada a conhecer.

Bruno Ramos

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I Am Changing.

De nada valerá todo o sucesso do mundo, numa altura como esta. Fama e fortuna serão talvez as fatias mais pequenas do bolo, quando comparadas com o conforto do lar, e a companhia da família. Depois da atrocidade que foi o assassínio da sua mãe e irmão, as piores expectativas confirmaram-se e, o sobrinho até hoje desaparecido, foi esta tarde encontrado também sem vida, no carro de William Balfour, ex-marido da irmã de Jennifer Hudson. Numa altura destas, custará certamente agarrarmo-nos às palavras de Scarlett O’Hara, de que amanhã será um novo dia. Esperemos, apenas, que ele surja. E, que um dia, esta voz volte a arrepiar, em todo o seu esplendor. Tendo em conta que o vídeo apresentado só poderá ser visto num computador, se, por qualquer constrangimento, o mesmo não possa ser ouvido com o devido volume, ide, por favor, buscar uns phones. O dom assim o exige.

Bruno Ramos

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Um Max Payne doloroso.

Numa altura em que as adaptações de BD estão mais na berra do que nunca, Hollywood não fecha a porta a outros mundos. Há, no entanto, que experimentar. Ver até que ponto é viável entrar em transposições mais arrojadas. Quanto maior o risco, maior o retorno. Daí que a sétima arte procure sempre mais além, novas histórias para relatar. E, nos dias que correm, o universo dos videojogos parece, sem dúvida, ser o mais apelativo – Prince of Persia, já é dos mais aguardados para 2009. Contudo, adaptar um jogo não é pêra doce. Em certa medida, nenhum outro suporte para um argumentista está tão perto do verdadeiro filme, como um videojogo. As más-línguas dizem mesmo que é apenas o trocar pixéis por carne e osso, e um enorme fundo verde. Mas, nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Caso a equipa de produção opte por se afastar do material que serve de base, podemos estar na presença de algo grandioso. Para nossa infelicidade, só metade desta premissa se verifica em Max Payne.

É certo que o realizador John Moore (Atrás das Linhas do Inimigo, 2001), e o estreante argumentista Beau Thorne, procuraram não seguir à linha as traves mestras do videojogo, contudo, no final, somos obrigados a perguntar se algum deles chegou mesmo a introduzir o disco do jogo no PC. Já sabíamos que Mark Wahlberg não tinha jogado, por opção, antes de iniciar a rodagem. Aquilo que desconhecíamos, era esta alienação de grande parte da equipa ao verdadeiro enredo. A sensação com que ficamos é a de que o director artístico, Andrew Stearn, era o único que sabia o que estava a fazer. Aliás, para aqueles que se cruzaram com o jogo antes do filme, a par da gravata de Max Payne, o ambiente frio e oculto de Nova Iorque deverá ter sido o único reconforto.

A história de um polícia que se vê, injustamente, como principal suspeito na morte da sua mulher e filho, é-nos servida pela Rockstar Games como um festim de acção banhado a pólvora. As piruetas de Payne em pleno ar, com duas pistolas em riste, são a imagem de marca do jogo. Em vez disso, o filme presenteia-nos com flashbacks intimistas e monólogos filosóficos que em nada contribuem para o desenrolar da narrativa. O suspense raramente atinge níveis que se traduzem num prender à cadeira, e o enigma facilmente se desmorona, muito antes do devido tempo. Um clímax contido confirma o pessimismo que se vai gerando ao longo do filme. John Moore pretende distanciar-se tanto do original, que acaba por ir parar a terra de ninguém. O olhar vazio de Mark Wahlberg é apenas o grito silencioso de um actor que se quer soltar num enredo demasiado pesado. Quando o que se pedia era um thriller impetuoso, aquilo a que temos direito é um simples exercício de conspiração contra um homem inocente, visto e revisto inúmeras vezes. Aquela que poderia ter sido uma brilhante homenagem aos filmes de John Woo – que estiveram na origem do videojogo – transforma-se numa banal adaptação, que o tempo se encarregará de catalogar nas prateleiras inferiores das lojas e clubes de vídeo. É penoso ver um actor com o talento de Wahlberg preso num emaranhado deste calibre. No entanto, já devia ter aprendido a lição com O Atirador (Antoine Fuqua, 2007). Onde ele está bem é a praguejar, como em The Departed.

Bruno Ramos

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Não Destruir Depois de Ver.

Porque é que a comédia negra, mesmo sendo inteligente, nunca ganha prémios? A pertinente questão é colocada por José Vieira Mendes na última edição da Premiere, na sua apreciação a Destruir Depois de Ler, o filme que assinala o regresso dos irmãos Coen, depois do galardoado Este País Não É Para Velhos. Um mês depois da chegada da tresloucada comédia às salas nacionais, lá foi possível regalar os olhos com os desvairados diálogos a que as penas de Ethan e Joel nos habituaram ao longo das últimas duas décadas. No entanto, apesar de talvez não partilharmos do entusiasmo que considera oscarizável alguns desempenhos em Destruir Depois de Ler, não podemos deixar de nos perguntar porque é que um penteado retro de Javier Bardem faz correr o dobro da tinta de um outro muito mais infeliz de um Brad Pitt também desfigurado. Ou, porque que razão um drama com duzentos fuc*s e shi*s mais rapidamente é considerado intelectual, enquanto uma comédia com a mesma dosagem destes vocábulos roça a ordinarice. Este pode não ser o melhor humor produzido pelos Coen. Porém, com os pés bem assentes no chão – perdoada seja a hipotética blasfémia –, Javier Bardem e moeda da sorte à parte, mais rapidamente aplaudiria quatro Óscares a esta última comédia dos dois irmãos, do que ao último drama.

Bruno Ramos

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quarta-feira, outubro 22, 2008

Possível Jackpot.

O filme passou pelo Festival de Toronto deste ano, e foi um alvoroço. Daqueles que põem toda a gente a falar do mesmo, quase sem se saber bem porque razão. Um pouco como as gentes de Metropolis, quando uma capa vermelha sobrevoa os céus. Num ápice, todos se desfizeram em elogios. E, daqueles maiores. Daqueles que nos levam a pensar na eventualidade das estantes dos produtores virem a ganhar uns quantos prémios para compor mais a sala. Mas, verdade seja dita, já devíamos estar precavidos, ou não fosse Danny Boyle o timoneiro do projecto.

Slumdog Millionaire, de seu nome, o filme tem ganho buzz considerável, nesta fase crucial do ano, em que todos se acotovelam à procura da melhor posição para o tiro de largada. A corrida aos galardões de 2008 está ao virar da esquina, e é chegada a hora de se darem a conhecer as surpresas, as confirmações e as desilusões. Que as há. Ui, se as há.

Felizmente, Slumdog Millionaire parece vir a figurar naquela primeira leva. A das surpresas agradáveis. Aquele título sobre o qual temos alguma expectativa, mas idêntica reserva. Para já, as primeiras reacções não podiam ser mais entusiasmantes. O tomatómetro avalia a obra com um redondo 100%. É certo que estamos a falar apenas de nove críticas. Mas, caramba, quanto bom filme não há por aí, que não leva logo uma machadada à quarta opinião? Por enquanto, aguarda-se o trailer do filme. A cena dada a conhecer neste post, é a única com que nos cruzámos até ao momento. Num apelo que nos parece sensato, se alguém tiver o endereço para um teaser que seja, que faça o favor de partilhar. Tudo o que puder saciar a sede, será bem-vindo. Até lá, a sinopse aconchega-nos o espírito.

Esta é a história de Jamal Malik, um rapaz órfão de 18 anos, que vive nos subúrbios de Mumbai, India, e prestes a viver o dia mais inesquecível da sua vida. Com o todo o país colado à televisão, ele está apenas a uma resposta certa de ganhar 20 milhões de rupias, no concurso Quem Quer Ser Milionário? Contudo, quando a gravação é interrompida à noite, a polícia prende-o por suspeita de batotice: como é que um rapaz da rua poderia saber tanto? Desesperado por provar a sua inocência, Jamal conta a história da sua vida nas ruas, ao lado do seu irmão, onde os dois cresceram. As aventuras de ambos, os encontros com gangs, e Latika, a rapariga que conquistou o seu coração. Cada capítulo da sua história revela a chave para a resposta a cada pergunta que deu durante o programa. Intrigada com a história de Jamal, a polícia começa a questionar como e porque é que um rapaz tão simples, chegou à cadeira mais desejada da televisão. No dia seguinte, todo o país saberá a resposta. Aqui fica um breve clip do filme.

Bruno Ramos

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sábado, outubro 04, 2008

O BOND E EU!





Querem interacção entre a redacção da PREMIERE e os leitores, pois vão tê-la!
Desafiamos os leitores a usarem a imaginação, criatividade, humor, veneração e obviamente as buscarem as vossas memórias dos melhores filmes e aventuras do 007.
Digam-nos o que representa para vós a figura de James Bond: O BOND E EU!
Deixem aqui o vosso comentário em mais ou menos 500 caracteres ou seja cerca de 5 linhas, até 12 de Outubro, altura em começamos a fechar a edição e a paginar Quatum of Solace.
O nosso objectivo é publicar os melhores e mais interessantes comentários dos leitores sobre a figura de James Bond, de alguma forma relacionados com o passado e a estreia do novo filme.
Não esqueçam de colocar o vosso nome e a localidade para serem facilmente identificados por nós e pelos outros leitores.

My name is Bond! James Bond!

quarta-feira, outubro 01, 2008

A capa é esta! A capa é esta!

(clicar para aumentar)

Data: quinta-feira, dia 2 de Outubro.
Hora e banca de jornais: à escolha.
Pretexto: recuperar um hábito antigo: pedir a PREMIERE.
O preço: € 2,5.

(se o senhor dos jornais insistir que a revista acabou há um ano,
fazer uma impressão deste comentário)


P.S.- Nos próximos dias, esperamos receber neste espaço as vossas reacções, positivas e/ou "aspectos a melhorar" (isto é, reacções... err... negativas). Pelo menos, uma garantia: a revista não se estraga logo com as primeiras mexidas. É que a qualidade do papel não tem mesmo nada a ver...

A PREMIERE E OS ASSINANTES


Já sabem que vamos regressar e gostaríamos de manter a fidelidade com os nossos assinantes. Não é um acto desesperado, mas como mudamos de editora a base de dados dos assinantes não nos foi facultada. Por isso pedia a todos antigos assinantes e aos novos que estiverem interessados em assinar a PREMIERE, que desde já manifestem o vosso interesse e enviem os vossos dados para assinaturas@multipublicacoes.pt . O cupão de assinaturas será publicada no nº1 da II Série da PREMIERE, mas entretanto façam passar esta mensagem na internet.

PREMIERE à venda na 5ª feira

PREMIERE – A Revista de Cinema regressa às bancas amanhã, dia 2 de Outubro, simbolicamente com o rosto de Brad Pitt, actor que foi capa no lançamento em Portugal da I Série em 1999. É um regresso muito desejado pelo público e pelos leitores, a ver pelos comentários dos milhares de bloguistas e internautas de cinema, e decerto uma boa notícia para a indústria audiovisual e para os anunciantes que dispõem de mais uma publicação de prestígio para exporem os seus filmes, produtos e marcas.

Em síntese, em relação aos conteúdos, os leitores vão ter a PREMIERE que já estavam habituados, ao nível da estrutura, apesar de a partir de agora estarmos a procurar 'refrescar' o material com novos colaboradores, e aos poucos abrir mais espaço à contribuição dos leitores. Assim, além de um visual semelhante ao anterior, mas mais elaborado, pelos designers da Glow (Bernardo Ferraz e sua equipa), a 'Revista de Cinema' mantêm as secções de críticas (que inclui um espaço para as opiniões dos leitores), o Criswell que continuará a sua réplica com a audiência, os grandes temas e entrevistas (nesta edição com destaque para a Destruir Depois de Ler, a comédia dos irmãos Coen, com Brad Pitt e George Clooney, que está a ser um grande sucesso no mercado dos EUA, e A Turma, o filme vencedor do Festival de Cannes e que vai por o País a discutir o Ensino e a Educação).

Temos ainda espaço ainda para um balanço dos blockbusters deste Verão de 2008, e para uma abordagem em perspectiva da temporada cinematográfica 2008/09, acompanhada das habituais grandes estreias do mês e dos lançamentos de cinema em casa, uma das 'salas de cinema' cada vez mais privilegiada pelos espectadores e cinéfilos. A surpresa vai para um especial de memórias do cinema, intitulado As Melhores Pernas de Hollywood.

O regresso da PREMIERE é uma sábia resposta do Ricardo Florêncio e da Multipublicações, uma pequena mas dinâmica editora, responsável pela publicação de revistas especializadas (Marketeer e Executive Digest), a um vazio que se instalou no mercado, (que se viu sem a única revista sobre cinema). Eis um sinal de grande iniciativa, numa altura em que é preciso lutar e ultrapassar, com optimismo, uma crise económica real e, principalmente, a grande revolução nos media tradicionais. Daí que o projecto PREMIERE, com foi já noticiado, aponte futuramente para outros mercados (países de expressão portuguesa) e plataformas (internet, rádio e televisão), visando uma maior amplitude, diversidade de conteúdos e possibilidades para os leitores e anunciantes.

A PREMIERE regressa também graças ao espírito combativo de uma pequena equipa (Francisco Toscano Silva, Nuno Antunes, Basílio Martins, Bruno Ramos, Bernardo Sena, Luís Salvado), liderada pelo José Vieira Mendes, director e mentor do projecto em Portugal, que nunca desistiu de fazer aquilo que gosta e de trazer esta grande revista de cinema ao convívio com os seus leitores.

Uma recomendação que não conhece fronteiras.

Quando já nada parece resultar. Quando olhamos em redor, e não encontramos maneira de agitar a condição amorfa instalada. Quando nos perguntamos quem poderá ajudar a mudar o estado de espírito de toda uma sociedade. Quando o sedentário no sofá parece caminhar para um conformismo absorto. Quem é que chamamos? Ghost Bust… Não, uma dúzia de actores, e mais algumas personalidades. Isso, e uns pozinhos de psicologia invertida. O resto é a magia da persuasão, num dos vídeos mais lúcidos em que Jonah Hill já participou.

Alvy Singer

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