Deuxieme


sexta-feira, janeiro 09, 2009

A duas semanas das nomeações.

Disto é que gostamos. Pesquisar, ver como é que foi isto da História, e tentar descortinar uma fórmula matemática para antecipadamente encontrar os vencedores dos Oscar, e assim não termos de ficar acordados pela noite dentro. Contudo, os canalhas lá arranjam sempre maneira de surpreender o pessoal, não restando alternativa senão fazer a tradicional directa acompanhada pelo pacote de bolachas do costume. A verdade é que, agora que já ficámos a conhecer também os nomeados para os Directors Guild Award (DGA) - só ficam a faltar os American Cinema Editors, no próximo dia 12 -, podemos tirar algumas primeiras ilações sobre a próxima cerimónia dos Oscar. Depois de termos visto, ao longo desta última semana, os nomeados para os Producers Guild Award (PGA), Writers Guild Award (WGA), e American Society of Cinematographers (ASC), constatamos que Slumdog Millionaire, The Dark Knight, Milk, Frost/Nixon e The Curious Case of Benjamin Button são os grandes favoritos a arrecadar um lugar entre os cinco finalistas, na corrida à principal estatueta. Não sendo inédito, é raro. Este ano, pela quarta vez desde 1992, os nomeados aos Producers Guild coincidem com os nomeados aos Directors Guild. Não há qualquer alteração. Ora, tal só aconteceu por três vezes – se exceptuarmos 1995, em que houve sete nomeados para os PGA. Em 1994 e 1997, o vencedor foi o mesmo em ambos. Forrest Gump (Robert Zemeckis) e Titanic (James Cameron), respectivamente. Em 1994, único ano em que as nomeações foram transversais aos três prémios, as mesmas obras haviam de ser nomeadas para o Oscar de Melhor Filme. Em 1997, apenas Amistad (Steven Spielberg) cederia o lugar a The Full Monty (Peter Cattaneo). No entanto, quer Forrest Gump, quer Titanic, levariam para casa o Oscar de Melhor Filme. Em 2006, as coisas foram diferentes. Dreamgirls (Bill Condon) foi o Amistad de 2006, e Letters From Iwo Jima (Clint Eastwood) roubou a posição. No entanto, a principal discrepância esteve na vitória de Little Miss Sunshine (Jonathan Dayton e Valerie Faries) nos PGA, e na The Departed (Martin Scorsese) nos DGA. Foi a primeira vez em que os nomeados coincidiram, e o vencedor não foi o mesmo. Nos Oscar, acabaria por prevalecer o barómetro dos DGA, e The Departed arrecadaria a estatueta. Com isto tudo, podemos dizer que a probabilidade de o vencedor dos PGA coincidir com a dos DGA é de 2/3. E, caso isso aconteça, o mais certo é estar encontrado o vencedor do Oscar de Melhor Filme. Ao mesmo tempo, ficamos a saber que dificilmente a Academia de Hollywood retirará mais do que uma obra deste rol de nomeadas. Quanto muito, apenas uma sairá. Olhando para as nomeações dos WGA, constatamos que todas elas foram nomeadas. Se confrontarmos com os prémios da ASC, vemos que apenas The Dark Knight, Slumdog Millionaire e Benjamin Button estão na corrida. E, o buzz tem-nos dito isso mesmo. Estas são as três apostas mais sólidas. Com o lugar em risco, apenas Milk e Frost/Nixon. Agora, quem é que pode chegar-se á frente? Revolutionary Road? Pouco provável. Doubt? Argumento é a única nomeação segura. The Wrestler? Talvez. Mas, a nossa grande aposta vai para Wall-E. O filme de Andrew Stanton tem passado um pouco ao lado destes prémios, é certo. Contudo, tal só acontece, acreditamos nós, em prol da máquina da surpresa. Por esta altura, há quem já considere o filme como arredado da luta. No entanto, convém não esquecer os feitos de Wall-E, ao longo desta temporada de prémios. Ganhou o galardão de Melhor Filme, Argumento e Banda Sonora, no círculo de Chicago; Melhor Filme, no círculo de Los Angels, e o prémio de Melhor Animação para a National Board of Review. A Bela e o Monstro não arrecadou qualquer prémio de Melhor Filme num círculo, em 1992; nem Os Incríveis, em 2004. No entanto, a obra de Brad Bird arrancou uma nomeação para os PGA. Ainda assim, acreditamos que Wall-E pode muito bem ser o outsider para o qual a Academia olha com extrema vontade de nomear. Não só por surpreender todos aqueles que acham que os cinco candidatos estão encontrados, como também para alegrar os milhões de espectadores que este Verão se apaixonaram pelo robot da Pixar.

Bruno Ramos

13 Comments:

Blogger Miguel Ferreira said...

Será que The Dark Night consegue mesmo a nomeação? Gostava muito que tal acontecesse mas, apesar dos dados, continuo a achar improvável

9 de janeiro de 2009 às 01:54  
Blogger MC said...

Faço minhas as palavras do Miguel Ferreira... The Dark Knight foi, na minha opinião, o melhor filme que vi em 2008; mas não deixa de ser um blockbuster que a Academia não costuma gostar de premiar... Para além de Slumdog Millionaire, Milk, Frost/Nixon e The Curious Case of Benjamin Button, apostaria em Doubt ou em Wall-E ou eventualmente até em The Reader (tenho ouvido críticas muito favoráveis).

Já agora aproveito para felicitar os administradores deste blogue por, finalmente, terem introduzido um filtro aos comentários... Isto é um espaço para comentar cinema e não para nos insultarmos uns aos outros...

9 de janeiro de 2009 às 10:53  
Anonymous Anónimo said...

The Dark Knight apesar de toda a expectativa gerada, conseguiu ser ainda melhor do que se esperava... quanto a nomeações para os oscars continuo a crer que se conseguir algo nas categorias principais será para Melhor actor secundário, quanto muito para melhor director... no entanto, nas categorias técnicas posso acreditar que seja não só nomeado mas sim premiado: melhor edição sonora, banda sonora, fotografia e efeitos especiais podem ser prémios seguros... Nas categorias principais creio que a grande surpresa pode mesmo vir da mão de Wall-E... se a Bela e o Monstro conseguiu, Wall-E não tem nada a invejar a este clássico da Disney. Para mim, as grandes surpresas da noite da cerimónia serão mesmo nas categorias interpretativas, em que pela primeira vez en alguns anos, a entrega de uma estatueta nesta área não parece tão segura ou previsível...

9 de janeiro de 2009 às 11:11  
Blogger Tiago Ferreira said...

ás vezes há surpresas e a academia gosta de as fazer, não me admirava se "Waltz with Bashir" aparesse-se como candidato e se aparecer, e se for considerado tb animação, poderemos ver wall-e como um grande "derrotado" nos oscares

9 de janeiro de 2009 às 11:39  
Anonymous Anónimo said...

Não vou negar que o Dark Knight é um bom filme, no entanto, nao acham que o põem um bocadinho "lá cima" só porque há a cena mitica de o Heath ter morrido? Não considero que seja um filme que deverá estar na corrida aos oscares.

9 de janeiro de 2009 às 12:23  
Anonymous Anónimo said...

The Dark Night é um bom filme, e é também a prova viva de que publicidade e marketing bem aplicados fazem milagres.

Foi o que aconteceu. Não tenho dúvidas.

O filme, noutras condições, sem os milhões que foram aplicados em publicidade, sem o boca-a-boca favorável do primeiro crítico e público e inevitavelmente sem a morte de Heath Leadger, não seria considerado o filme que é hoje.

Penso, portanto, que é um filme que já conseguiu o seu justo prémio: ser o filme mais visto de 2008. Mas daí a ser candidato à nomeação (sim! ainda vá... não é de todo injusto) ou ainda mais, ao Oscar, é demais.... e como já lá diz o ditado,

o que é demais, ...

9 de janeiro de 2009 às 12:48  
Blogger Augusto said...

Passem por www.falcaoecomparsas.blogspot.com e votem no melhor filme do ano!

Saudações

9 de janeiro de 2009 às 14:35  
Blogger Alvy Singer said...

Daniel, julgo compreender o teor da sua argumentação. No entanto, apenas poderei aceitá-la até certo ponto. Porque, antes de mais nada, isto dos gostos é muito subjectivo. E, diga-se o que se disser, estarei sempre no direito de achar que The Dark Knight é um justo nomeado ao Oscar de Melhor Filme, assim como o Daniel de achar que não o é. Já Descartes dizia que, quando duas pessoas estão em desacordo, pelo menos uma delas está errada. Neste caso, acho que estamos os dois. No entanto, permita-me argumentar a favor da obra de Christopher Nolan, tomando a liberdade de apelar à distinção de Aristóteles entre propriedades essenciais e propriedades acidentais. Citando Cathcart e Klein, “Segundo ele, as propriedades essenciais são aquelas sem as quais uma coisa não seria o que é e as propriedades acidentais são aquelas que determinam como uma coisa é, mas não o que é.” Analisando tudo o que rodeou The Dark Knight neste último ano, facilmente identificamos essas características que apontou, Daniel. Agora, serão elas essenciais, ou meramente acidentais? A questão que nos devemos colocar, em última instância, é até que ponto nos deixamos influenciar por esses dados aparentemente secundários. O filme, para todos os efeitos, tem 152 minutos. O marketing viral inédito, tal como a morte de Heath Ledger, são aspectos indissociáveis a The Dark Knight, que distanciam o filme de qualquer outro. Agora, na essência, continuamos apenas a avaliar os aspectos sem os quais ele não seria o que é: a realização de Christopher Nolan, o magnifico desempenho de Ledger, o argumento sublime, a fotografia arrebatadora, por aí fora. Pelas suas palavras, depreendo que o Daniel não se deixou influenciar pelas propriedades acidentais. Nós também não. Simplesmente, gostámos do filme. Mas, para quem acha que estamos os dois enganados, o texto já vai longo.

9 de janeiro de 2009 às 14:51  
Blogger Tiago Ferreira said...

The Dark Nighttem todas as hipóteses de aspirar a nomeação de melhor filme mas não deve de passar disso, porem a Heath Leadger, não deverá fugir tanto a nomeação como á própria estatueta. Revejam as cena do interrogatório assim como a festa de Gotham, são simplesmente memoráveis.

9 de janeiro de 2009 às 15:15  
Blogger MC said...

Já agora aproveito a deixa do Augusto e peço-vos que votem nos vossos actores e actrizes preferidos em:

http://www.cinema-e-futebol.blogspot.com/

A votação está a entrar numa fase final decisiva.

Obrigado!

9 de janeiro de 2009 às 15:41  
Anonymous Anónimo said...

Pois,para mim,"O Cavaleiro das Trevas" é mau,muito,muito mau mau demais para ser verdade.Pensava antes de o ver que seria únicamente razoável ou quiçá bom.
Fui a ver e verifiquei quase consternado que:
Estamos sempre a aprender.
Saiu-me além de muito pior que o primeiro também dos piores filmes deste ano.O filme só não é péssimo porque Ledger o salva.
Assim para a próxima em lugar de ver em DVD vejo-o na televisão.Assim farei enquanto for Cristopher Nolan o realizador.
Mas acredito que seja nomeado para as categorias principais.Não seria inédito o filme mais rentável a nivel americano do ano estar nas categorias principais.
Para mim,a única nomeação justa seria para Ledger e olhando para o caso de Johnny Depp em "Os Piratas das Caraibas" Ledger terá a nomeação e muito provávelmente a sua consagração.Para mim,se for nomeado será outro mau filme nomeado como já foi,na minha opinião,"Este Pais Não É para Velhos" ou antes deste "A Paixão de Shakespeare" e "Chicago".

9 de janeiro de 2009 às 22:50  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimo Bruno Ramos,

Penso que percebeu o meu ponto de vista, e eu creio que percebi o seu. Porém, se calhar fiz-me entender mal num ponto. Eu não creio que a nomeação seja injusta. Apenas acho que a consagração o seria. No entanto, também não vi nenhum dos outros filmes, portanto até que ponto posso julgar... penso que me percebe...

Apenas discordo totalmente dum ponto da sua argumentação e que é precisamente o ponto em que não usa palavras suas, mas as de um distinto senhor, o senhor René, e passo a citar: "quando duas pessoas estão em desacordo, pelo menos uma delas está errada.".

Pois já rezava a história que certo dia dois pássaros numa árvore, um nuns galhos mais abaixo, outro nuns galhos mais acima, miravam a mesma folha até que o de cima diz: "ah! é verde" e o de baixo "ah! é branca". E nisto começaram uma acérrima discussão em que cada qual defendia que ele é que tinha razão. Quando a discussão já ia azeda, o de cima lançou-se sobre o de baixo para lhe dar uma lição, porém assim de raspão olhou para a folha e disse: "oh! afinal é branca!" e convidou o seu compincha de baixo a ir até ao seu ramo lá de cima. Este lá chegado olhou para a folha e disse: "que estranho! afinal é verde!".

Pois bem, senhor Bruno Ramos, eu prefiro assim pensar e deslocar-me até ao seu galho - se me permite a expressão - e olhar consigo o seu ponto de vista. Compreendo, e assim enriqueci a minha visão sobre este todo que é a folha... ou melhor, quero dizer o filme The Dark Knight.

9 de janeiro de 2009 às 23:54  
Anonymous Anónimo said...

Caro Bruno Ramos,

Sinto hoje uma necessidade de me vir aqui expressar por um tema já faz muito adormecido.

Adquiri recentemente o DVD do filme The Dark Knight e propus-me a vê-lo, pela segunda vez (a primeira foi no cinema) e com mais atenção para tirar a limpo a minha opinião sobre o filme e sobre a sua qualidade.

Quando vi o filme pela primeira vez, achei-o muito bom, mas não O super-filme que por todo lado se dizia... Hoje a minha opinião é diferente. Visto agora pela segunda vez, confesso que o filme, na minha opinião é de uma qualidade soberba e é sem dúvida excelente. Não só como filme em si (com o excelente argumento, e a fenomenal montagem, assim como a personagem The Joker - a grande criação de Heath Leadger - bem como a transformação de Dent) mas como o é capaz de redefinir e recriar o género do filme de acção e thriller (com uma ponta de carga dramática pelo meio). Todo o filme é uma grande obra!

Ora então coloca-se uma pergunta pertinente: "bateu este tipo recentemente com a cabeça numa pedra?"
Seria de pensar que sim, mas penso que não é a resposta. Depois de uma profunda análise, nas profundezas do sótão do meu pensamento, penso que encontrei a resposta. À medida que o burburinho em volta do filme foi crescendo, meses antes de ele se estrear, toda a publicidade (e confesso sou 99.9% imune a publicidade), toda a áurea envolvente ao filme e a onda de critica fabulosa, vinda de todo o lado, que o filme gerou quando estreou, fizeram-me inconscientemente ficar de pé atrás. Os meus amigos e conhecidos costumam dizer que eu, apesar da tenra idade, sou um clássico! Acho que têm razão: tenho um grande apreço e tendência para a sabedoria da experiência e do clássico. De algum modo, o filme The Dark Knight deve ter ameaçado esse meu sentido. O facto de se falar do melhor filme dos últimos tempos, etc etc... inconscientemente levou-me a pensar: "como pode um filme assim tão banal ameaçar grandes filmes e clássicos firmados com suor e lágrimas?" então desenvolvi um mecanismo de defesa que me levou a ser contido, não entrar no entusiasmo geral da coisa e a jogar muito à defesa neste campo. Repare-se que eu próprio descartava, sem pestanejar, a possíbilidade do The Dark Knight ganhar o Oscar de melhor filme sem antes sequer ver os restantes filmes que aspiram à nomeação. Como seria possível? Penso que apenas não queria que o filme subisse de mais em tão pouco tempo. A minha opinião é agora outra, o filme merece, sem sombra de dúvida um lugar entre os nomeados. Quanto à estatueta, vamos a ver... será que os restantes estarão à altura? É que se não estiverem, sou o primeiro a defender a vitória de The Dark Knight.

Foi preciso um grande esforço para o perceber. Aposto que o senhor Freud teria uma teoria qualquer para este tipo de comportamento...

Talvez nunca venha a ler este post, ou se vier, aposto que já terá adormecido por volta do segundo parágrafo... mas senti-me impelido a vir aqui escrever esta minha opinião e constatação...

Bem... acho que isto é um passar para o outro lado!

16 de janeiro de 2009 às 17:01  

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