Deuxieme


sexta-feira, abril 20, 2007

DOT.COM (I) – Luís Galvão Teles

Duas semanas após a sua estreia, a nova comédia do cineasta português Luís Galvão Teles já foi vista por mais de 12 000 espectadores. Para a actual edição de Abril, a PREMIERE foi à vila de Dornes (que no filme é Águas Altas, uma pequena e bela aldeia portuguesa do interior que se torna o centro de um incidente internacional), no concelho de Ferreira do Zêzere, numa visita acompanhada pelo realizador, o protagonista João Tempera (à esquerda, na foto) e os actores José Eduardo e Pedro Alpiarça. Aqui fica, em exclusivo no blogue da revista, o primeiro de uma pequena série de quatro apontamentos sobre Dot.Com e o trabalho destes actores.


A HISTÓRIA: O sossego da povoação de Águas Altas quebra-se com a chegada de Pedro (João Tempera), um jovem engenheiro que, empenhado na construção de uma estrada para a aldeia, cria um site na Internet – www.aguasaltas.com – apelando à sua realização. No entanto é surpreendido por uma missiva de uma multinacional espanhola, que reivindica os direitos de autor do site. A disputa entre a pequena aldeia e a grande corporação estrangeira arrasta uma enorme tempestade mediática e uma intervenção directa do Primeiro-Ministro português. Está nas mãos dos aldeões gerir uma questão de identidade nacional perante a «invasão» hispânica.
Para além de João Tempera, o elenco de Dot.Com integra também os actores Maria Adanéz, Marco Delgado, Margarida Carpinteiro, Pedro Alpiarça, Adriano Luz, José Eduardo, Isabel Abreu, André Nunes e Rui Luís Brás.

A descoberta de Dornes No artigo sobre Dot.Com publicado na PREMIERE é descrita a forma como Luís Galvão Teles (na foto) descobriu o local para a rodagem do filme. Após uma busca por quase todo o país, o realizador acaba por seleccionar duas aldeias na Beira Alta – Marialva e São Cosmado. Mas, no final de Janeiro de 2006 – dois dias antes do início da rodagem –, Galvão Teles descobre a pequena vila de Dornes, situada numa península banhada pelas águas do rio Zêzere, na albufeira da barragem de Castelo de Bode. Estava encontrada a povoação ideal para a trazer à vida a fictícia aldeia de Águas Altas. O realizador recordou alguns momentos desse primeiro contacto: Vi um cafezinho, aquele que no filme é o café do Osvaldo. As portas estavam abertas, entrei por ali dentro e não vi ninguém. Perguntei: “está aí alguém?” – mas a Dona Domitília [a dona do café, podem conhecê-la aqui] estava na casa de baixo e não me ouviu. A certa altura não resisti e comecei a tirar fotografias. De repente ela aparece e exclama: “Que é que está aqui a fazer!? Quem é que lhe deu autorização para tirar fotografias!? Não me diga que vem roubar!”. Senti que o meu entusiasmo me tinha levado a cometer uma indelicadeza… Hoje temos uma amizade muito grande com a Dona Domitília. Ela abriu-nos as portas, tal como todas as pessoas de Dornes. Nós aqui sentimo-nos em casa. E não houve qualquer espécie de violentação de parte a parte: nem eles nos quiseram aproveitar, nem nós os quisemos aproveitar, pura e simplesmente partilhámos um projecto. Os habitantes de Dornes e das aldeias vizinhas integraram-se no próprio filme como figurantes, mesmo sem experiência de representação.

A personalidade dos “agualtenses” Houve quem visse em Dot.Com apenas a questão da identidade nacional, por um lado um pouco chauvinista de luta contra o estrangeiro, continua Galvão Teles. Mas não é nada disso, neste caso é uma oposição a tudo o que venha de fora e se tente impor. No fundo os habitantes de Águas Altas dizem: “eu não aceito ordens de ninguém”. Uma personagem diz mesmo a certa altura: “nós temos é de pensar pelas nossas cabeças”. É uma homenagem à personalidade própria das pessoas da aldeia, que têm a sua própria maneira de pensar. Podem-se enganar porque são sujeitas a pressões, mas acabam por encontrar a sua verdade própria. E o filme trata muito disso: a verdade própria das pessoas, que cada pessoa tem acerca de algo.

Podem saber mais sobre Dot.Com no seu site oficial e na sua página do YouTube, que contém vários vídeos, tais como o trailer, cenas de bastidores e testemunhos.

Basílio Martins

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O filme é francamente bom. Depois de o vermos ficámos cheios de vontade de ir até Dornes. Que quiser conhecer Dornes um pouco melhor pode sempre ir ao site www.dornes.blogspot.com
Pedro e Joana

9 de maio de 2007 às 12:25  

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