Deuxieme


quarta-feira, junho 27, 2007

Dois grandes filmes (e não é porque têm Scarlett Johansson)

É obrigatório falar deste pack. Algo compele estes dedos a escreverem sobre o assunto, pelo que, sem demoras, nos debruçaremos então neste recente lançamento.

O que dizer sobre uma caixa que reúne Scoop e Match Point? Se alguém estiver à procura de um pack com dois dramas extraordinários, este conjunto apenas consegue satisfazer metade do desejo, não sendo, portanto, a melhor compra. Por outro lado, se alguém andar desesperadamente à procura de uma caixa com duas comédias magníficas, esta também não será a caixa ideal, pois aqui somente encontrará uma comédia notável, e não duas. Contudo, se a vontade for a de ter dois grandes filmes, um para seguir com atenção, e outro nem tanto, então a busca pode terminar. Esta é a solução para esse berbicacho.

Este é, de facto, o pack de sonho (não o é, mas fica bem dizê-lo). Isto porque, das duas uma: ou estamos em casa, e sentimo-nos demasiado relaxados; ou então, estamos em casa, e sentimo-nos demasiado atormentados (o meio termo não ajuda à analogia, por isso não existe). No caso de estarmos demasiado relaxados, o mais provável é dizermos para com os nossos botões: Epá, agora o que me dava mesmo jeito era ter aqui um DVD que me pusesse a pensar. Alguma coisa que me fizesse esquecer quão graciosa a vida pode ser, e que me fizesse reflectir sobre questões profundas e existenciais. Se os botões não responderem, aqui fica a sugestão: Match Point. No caso de estarmos em casa demasiado apoquentados, talvez seja esta a conversa que tenhamos com os nossos compreensivos botões: Então não há aqui nenhum DVD para eu me rir a bandeiras despregadas, e que me ajude a esquecer os problemas do dia-a-dia, com piadas mordazes em catadupa? Mais uma vez, se os botões ficarem em silêncio, a resposta é Scoop.

Depois do notável Match Point, sobre o qual tentarei não entrar aqui em grandes dissertações, simplesmente porque o considero o melhor filme de 2005, Scoop foi a adorável continuação de um excelente momento de forma de Woody Allen. Não sendo uma comédia para todos os gostos, a verdade é que o filme recupera alguns mecanismos requintados que Allen trata por tu, criando, deste modo, momentos hilariantes com uma facilidade gritante. O espaço para comentários a este pack está oficialmente aberto, sobretudo a todos aqueles que pretenderem afirmar que Match Point foi o melhor filme de 2005. Alvy Singer subscreverá essas declarações.

Alvy Singer

11 Comments:

Blogger Juom said...

"Match Point" só não foi o melhor porque não resisti a atribuir essa honra ao "Departed" do outro mestre. Seja como for, é verdadeiramente brilhante, a juntar às outras obras-primas de um dos melhores cineastas de sempre (yeap, é isso que Allen é).

28 de junho de 2007 às 00:22  
Anonymous Anónimo said...

E quem pretender afirmar que "A History of Violence" foi o melhor filme de 2005, o que é que pode fazer?

O quê?

Epá pronto, agora já tá.

28 de junho de 2007 às 03:40  
Anonymous Anónimo said...

Não sei bem como dizer o que vou dizer porque talvez tivesse de esperar pela postagem certa para poder falar sobre isto mas não podia deixar passar em branco algo que me (voltou) a passar em mente e que é algo que vendo bem pode vir a afectar o mundo do cinema... se é que já não afecta.

E antes de mais nada peço desculpa por estar a dizer algo tão fora do tema que isto é.

Ora bem, há uns bons tempos atrás (já desde o ano passado) que surgiu um vídeo de um jogo a correr numa famosa feira de videojogos ( a E3 ). o video chamava-se Heavy Rain e mostrou algo que até hoje não se viu a acontecer durante imagens geradas naquele exacto momento sem qualquer tratamento por PC ( ou seja, os chamados CGI ). Tudo o que era visto estava a acontecer em tempo real. Mas o que me faz colocar aqui este comentário é: se for isto que o futuro reserva ao videojogos, o que será feito do cinema? Será que não vai tudo querer sentir emoções tão fortes como a que este video ( o link está no fim ) transmite? É que mal o jogo em questão saia ( que poderá não ser exactamente com aquela personagem nem sobre aquela história, mas vindo da produtora que vem de certeza que será um bom jogo tendo em conta o que já fez, Fahrenheit ) será que não vão começar a sair outros semelhantes e dar uma valente pancada no cinema?

Mas para compreenderem melhor o que falo, vejam o video:

CLICAR AQUI - HEAVY RAIN

E mais uma vez peço desculpa, mas não resisti mesmo...

28 de junho de 2007 às 03:49  
Blogger SAM said...

Num ano recheado de excelentes filmes, o Match Poitn foi, sem dúvida, um dos melhores, ao lado de outros estreados em 2005 em Portugal, nomeadamente, "Saraband", "Million Dollar Baby" e, um que gosto muito particularmente, "Oldboy".

Qual o melhor? Não sei, e é talvez injusto ser obrigado a dizê-lo.

28 de junho de 2007 às 11:40  
Anonymous Anónimo said...

2005 foi talvez o melhor ano cinematográfico da década, até agora. 'Match Point', 'Brokeback Mountain', 'Uma História de Violência', 'Syriana'... Dizer que 'Match Point' foi o melhor é arriscar um pouco... Mas, está bem, pode ser.

28 de junho de 2007 às 14:05  
Anonymous Anónimo said...

Dizer que 'Match Point' foi o melhor não é arriscar muito... e vendo bem, era um filme que igual é difícil encontrar.

Não nego que os filmes aqui mencionados como 'History of Violence', 'Million Dollar Baby', 'Saraband' (este não vi por acaso), 'Brokeback Mountain' ou 'Oldboy' não sejam bons filmes. Mas de certeza que encontramos vários filmes que se equiparam facilmente a esses que mencionaram. Contudo, há algo em 'Match Poin't que o destaca. Que o torna um pouco mais único que os demais. Digam o que disserem os filmes em cima têm uma lavagem na história assim como Match Point, mas aquela lavagem que foi de tal modo drástica e que fez 'Match Point' algo diferente e tocante ficando assim num patamar mais elevado.

Por acaso não concordo muito quando o PlayStation diz que 2005 possa ter sido o melhor ano cinematográfico da década. Teve bons filmes, mas mesmo assim acho que já o ano passado teve melhores filmes ou, no mínimo, no geral, todos eles são capazes de ter sido bem mais interessantes.

28 de junho de 2007 às 15:28  
Anonymous Anónimo said...

O ano passado também foi muito bom, Marco. Teve, sim senhor, grandes filmes. Será que concorda, ao menos, com o pior ano, então? Eu diria 2001.

28 de junho de 2007 às 19:34  
Blogger Alvy Singer said...

Marco, ainda só tive oportunidade de ver o video que indicou no Youtube. Preciso ler mais qualquer coisa sobre o assunto, tentar perceber um pouco mais como é que funciona isto dos 'acontecimentos em tempo real'. O video é confuso, no minimo. Pertubador, talvez. Para já, a ideia que dá é que, para um videojogo, este deverá ser um conceito interessante. Para o cinema... não creio que seja tão adequado.

29 de junho de 2007 às 00:28  
Anonymous Anónimo said...

@ Playstation

Por acaso nada me ocorre nesse ano que possa chamar de bom filme. Por isso, tenho de concordar que realmente foi um mau ano. Acho que se pode afirmar que a partir de 2004/2005 foi uma altura em que se começa a verificar uma existência de filmes melhores. Porque eu já via muitos filmes antes dessa altura (e ainda vejo) e reparei (não se se fui só eu) que houve ali uma mudança. O cinema estava a entrar numa fase em que só fazia filmes da treta (não, isto não é uma piada ao filme português :P ).

@ Alvy

Talvez não me tenha explicado bem. De modo algum que esse tipo de imagens mostradas no video vão entrar num grande ecrã. O que queria dizer era, com a chegada destes videojogos que tornam um jogo tão real como a experiência que é ver um filme, será que o cinema não vai levar um "abanão" ao perder o público? É que, ou começa-se a criar filmes em que o espectador entre num turbilhão de emoções (isto lembra-me o Dead Girl, que já o vi :) ) ou então os jogos são capazes de criar esses momentos ainda melhor já que é o "espectador" que controla estas personagens e vive com elas. Leva um tiro e é ele que sofre as consequências pois morre. Acaba com a namorada e a personagem fica de tal modo a sofrer (ou não) que o jogador (o espectador) fica praticamente de mãos atadas ao tentar dar a volta e salvar a personagem de um internamento por esgotamento. Ou seja, um filme tem muito mais trabalho para que consiga criar uma ligação com o público, enquanto que os videojogos conseguem logo essa ligação e isso é meio caminho andado. Agora, com o avanço da tecnologia que permite que uma personagem seja expressiva ao ponto de se notar as rugas na testa ou ver-se uma lágrima a cair enquanto ainda a controlamos (pois normalmente isto passa-se em videos pré-renderizados onde o jogador não assume o controlo), essa ligação é reforçada e muito mais eficaz.

Era aqui que queria chegar :)

29 de junho de 2007 às 00:58  
Anonymous Anónimo said...

Marco

Tenho que concordar contigo quando mencionaste que desde há uns anos para ca, os realizadores, nao só americanos, tem nos oferecido uma vasta variade muito acima da media destas ultimas duas decadas, com claras exepcçoes (nao sao poucas), eu sei que esta afirmaçao é debativel devido ao facto de saberem, tao ou melhor que eu que existem sempre filmes, infelizmente nem sempre divulgados pela imprensa,pelo menos, cá em portugal.

Na minha opiniao isso acontece porque, muito suavemente, os gostos dos espectadores tem vindo a sofrer alteraçoes, principalmente a minha geraçao.
Ainda me lembro que grande parte dos filmes que saía na minha mocidade, filmes tipicos "Americanos" , cujo o conteudo espantava, nao pelos papeis, nao pelo argumento, ou mesmo qualquer tipo de mestria tectnica visual artistico, mas sim pelo conteudo explosivo, berrante, acçao na mais ficticia das formas, fruto da inovaçao por parte da industria de efeitos visuais, mas que de certa forma e na minha opiniao baixava concideravelmente o valor da obra... "O Filme mais explosivo do Ano" encontrava-se em grande parte dos anuncios a filmes que lançavam.

Tendo ja mencionado o aspecto dos especatadores... Em relaçao a Realizadores, noto uma tendencia mais classica nos filmes, estilos de filmagens que encontrariamos namaior parte de filmes da decada de 40, 50, 60, argumentos mais apoiados em grandes intrepetaçôes do que em efeitos visuais, sempre com uma mensagem tangivel, ou talvez mais subtil, que levam até ao espectador menos culto um sentimento de de contemplaçao e interrogaçao sobre os valores transmitidos pelo filme, ou numa abordagem mais basica ao ser humano- a "manipulaçao" emotiva que alguns grandes realizadores usam para influenciar a plateia...
Para nao falar no maior aparecimento de Actores/realizadores, que trazem consigo conceitos e nostalgias dos tempos em que actuaram em grandes filmes, como é o caso de um dos meus perferidos-Clint Eastwood.
Como em tudo no seculo XXI, o cinema é influenciado pela moda, neste caso a moda é o apogeu da cevilizaçao moderna, que na minha opiniao teve lugar em épocas como o seculo 19 e a primeira metade do século 20 (sem banalizar as duas grandes guerras)

BEm, em suma, tem se vindo a tornar "cliché" essa vaga de filmes de ma qualidade que mencionei em cima, algo visto como "lixo" cinematografico pela maior parte de pessoas que ja os viram a todos, e que hj em dia tiram mais prazer em ver um filme como "Match point" do que um "Pulse" (apenas estereotipos), abrindo tambem os olhos, incluindo a Academia Norte-Americana, a filmes de produçao nao-Americana...
Talvez precionados pela crescente popularidade de festivais como Cannes ou ate mesmo os Globos de Ouro(?)

Apenas nao sei dizer se este fenomeno da-se por influencia Espectadores/grandes massas a Realizadores contemporaneos..ou vice-versa...?

29 de junho de 2007 às 08:12  
Anonymous Anónimo said...

Adorei o "Matchpoint", mas fiquei muito decepcionada com o "Scoop"... talvez porque se tenha seguido a esse filme e as expectativas serem mais do que muitas...
Interessante no entanto o desempenho da "pequena" Scarlett, num "W. Allen no feminino"...
Portanto não compraria este pack, mas o "Matchpoint" já cá canta há meses!
Aguardo com ansiedade o último do mestre:
" Cassandra`s dream".

Catarina

30 de junho de 2007 às 19:16  

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