Deuxieme


quarta-feira, janeiro 23, 2008

Oscares - Trivia.

Desde cedo que o ano cinematográfico nos vinha prometendo uma corrida intensa aos prémios da Academia. A ideia que temos, ainda sem ter visto todos os filmes, é a de que esta será uma cerimónia nivelada por cima. Ao contrário de anos anteriores, onde os cinco nomeados estavam já escolhidos quase dois meses antes, este ano encontramos mais dois ou três nomes, em cada categoria, que facilmente entrariam no lote.

Sweeney Todd, Denzel Washington, Helena Bonham Carter, Ryan Gosling, Emile Hirsch, Vanessa Redgrave, Sean Penn, Jodie Foster, Promessas Perigosas, Angelina Jolie, Joe Wright, Amy Adams, Julia Roberts, Tim Burton, O Lado Selvagem, por aí fora. Pelas nomeações aos diversos Guilds que fomos assistindo, todos eles tinham legitimas aspirações.

Porém, como sempre, as surpresas marcam presença. A começar por Juno, e as suas quatro nomeações, todas elas de se lhe tirar o chapéu: Filme, Realizador, Actriz e Argumento Original. A Academia acalentou o sonho de voos maiores para a obra de Jason Reitman. Na categoria de Melhor Actor, Tommy Lee Jones era o menos previsível dos cinco. Rubby Dee, a Mother Sister de Não Dês Bronca (Spike Lee, 1989) pode vir a surpreender ainda mais. Na categoria de Melhor Realizador, apenas Julian Schnabel e os Coen transitam das nomeações dos Globos de Ouro. Aí, ganhou o realizador de O Escafandro e a Borboleta. Agora, passados que estão os prémios da imprensa estrangeira em Hollywood, os Coen jogam em casa.

Após uma interessante e enriquecedora pesquisa durante a noite de noite, como o comprovava as tremendas olheiras esta manhã, aqui ficam alguns dados em torno dos nomeados deste ano, e que nos permitirão talvez ter uma outra perspectiva das previsões, quando estivermos mais perto do evento.

- Nesta década, a categoria de Melhor Filme tem reservado sempre lugar para um título realizado por um estrangeiro: Babel (Alejandro González Iñarritu, 2006), Brokeback Mountain (Ang Lee, 2005), Finding Neverland (Marc Forster, 2004), O Senhor dos Anéis: O Regresso do Rei (Peter Jackson, 2003), As Horas (Stephen Daldry, 2002), O Pianista (Roman Polanski, 2002), Moulin Rouge! (Baz Lhurman, 2001), Chocolate (Lasse Hallström, 2000) e O Tigre e o Dragão (Ang Lee, 2000). Este ano será a vez de Expiação (Joe Wright, 2007). O filme de Peter Jackson foi o único vencedor.

- Com trinta anos, Jason Reitman torna-se no quinto realizador mais novo de sempre a ser nomeado, depois de John Singleton (1991), Orson Welles (1941), Kenneth Branagh (1989) e Claude Lelouch (1966). Se ganhar, torna-se no premiado mais novo de sempre nesta categoria, ultrapassando Norman Taurog (Skippy, 1931), que venceu aos 32 anos.

- Joel Coen é o único cineasta já com uma nomeação na categoria de Melhor Realizador (Fargo, 1996). A última vez que isto aconteceu foi em 2000, quando Ridley Scott era o único que já tinha sido nomeado. Nesse ano, o Óscar foi para Steven Soderbergh (Traffic – Ninguém Sai Ileso).

- Viggo Mortensen é o único estreante nas nomeações a um Óscar, na categoria de Melhor Actor. É preciso recuarmos até 2002 para encontrarmos um cenário igual. Jack Nicholson, Nicolas Cage, Daniel Day-Lewis e Michael Caine já conheciam estas andanças e, inclusivamente, todos já tinham ganho. O Óscar foi parar às mãos de Adrien Brody (O Pianista, 2002).

- A mais nova de sempre a ser nomeada para o Óscar de Melhor Actriz continua a ser Keisha Castle-Hughes (A Domadora de Baleias, 2003). No entanto, se ganhar, Ellen Page ultrapassa Marlee Matlin (Filhos de Um Deus Menor, 1986), como a mais nova vencedora, por apenas 214 dias.

- Depois de Anouk Aimee (A Man and a Woman, 1966), Isabelle Adjani (The Story of Adele, 1975; Camille Claudel, 1989), Marie-Christine Barrault (Cousin, Cousine, 1975) e Catherine Deneuve (Indochine, 1992), Marion Cottilard torna-se na quinta francesa a ser nomeada para um Oscar. A França é o país de língua não-inglesa com mais nomeadas na categoria de Melhor Actriz. Contudo, a única estrangeira a sorrir foi a italiana Sophia Loren (Duas Mulheres, 1960).

- Caso Julie Christie saia do Kodak Theater com o Óscar na mão, torna-se no segundo maior intervalo de sempre entre a primeira nomeação (Darling, 1965), e o vencer de um Oscar (Longe Dela, 2007), com 42 anos. Só Katherine Hepburn (1933 e 1981 – 48 anos) conseguiu maior proeza.

- Se Philip Seymour Hoffman vencer na categoria de Melhor Actor Secundário junta o seu nome ao de Jack Lemon (1955, 1973), Jack Nicholson (1975, 1983 e 1997), Gene Hackman (1971, 1992), Robert De Niro (1974, 1980), Kevin Spacey (1995, 1999) e Denzel Washington (1989, 2001), no restrito grupo daqueles que venceram na categoria principal e secundária.

- Aos 83 anos, Hal Holbrook é o nomeado mais velho de sempre, na categoria de Melhor Actor Secundário.

- Cate Blanchett arranca a sua terceira nomeação para Melhor Actriz Secundária, mas ainda fica a três de Thelma Ritter, líder com seis nomeações, que nunca ganhou. A última vez que uma actriz repetiu o Óscar nesta categoria foi em 1994, quando Dianne Wiest venceu por Balas Sobre a Broadway (Woody Allen).

- Com cinco nomeações, Ratatui ultrapassa O Rei Leão, Os Incríveis, À Procura de Nemo, Monsters Inc., todos com quatro, iguala Aladino, e fica a uma do recorde de A Bela e O Monstro.

- Dos 79 vencedores na categoria de Melhor Filme, apenas 22 foram realizados a partir de material original, enquanto 57 foram adaptações. Este País Não é Para Velhos, Haverá Sangue e Expiação ganham, por isso, favoritismo.

- Christopher Hampton (Ligações Perigosas, 1988), Joel e Ethan Coen (Irmão, Onde Estás?, 2000 e Fargo, 1996), Brad Bird (Os Incríveis, 2004), Ronald Harwood (O Companheiro, 1983 e O Pianista, 2002) e Paul Thomas Anderson (Boogie Nights, 1997 e Magnólia, 1999) são os únicos repetentes nas categorias de Melhor Argumento. Só os Coen e Harwood já saíram vencedores.

- 40% dos argumentos deste ano são escritos por mulheres. Tamar Tamara Jenkins (The Savages), Sarah Polley (Longe Dela), Nancy Oliver (Lars and the Real Girl) e Diablo Cody (Juno). Todas elas estreantes.

- Paul Thomas Anderson e os Coen são os únicos a poder juntar-se ao restrito grupo de Leo McCarey (O Bom Pastor, 1944), Billy Wilder (O Apartamento, 1969), Francis Ford Coppola (O Padrinho: Parte II, 1974), James L. Brooks (Laços de Ternura, 1983) e Peter Jackson (O Senhor dos Anéis: O Regresso do Rei, 2003), como aqueles que venceram, num único ano, nas três grandes categorias: Melhor Filme, Realizador e Argumento.

Alvy Singer

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10 Comments:

Blogger l00ker said...

excelente trabalho! ;)

23 de janeiro de 2008 às 16:48  
Anonymous Anónimo said...

Bom trabalho, espero que não te importes de umas pequenas correcções:
- Hal Holbrook tem 83 e não 73 anos
- os 3 óscares de Coppola são pelo Padrinho Parte II e não pelo primeiro. Em 72 perdeu o prémio de melhor realizador para Bob Fosse

23 de janeiro de 2008 às 17:06  
Blogger Alvy Singer said...

Com certeza que não, Raging Bull. Muito pelo contrário. Obrigado pelas correcções. Vamos lá então alterar isto.

23 de janeiro de 2008 às 17:42  
Anonymous Anónimo said...

Alvy, para melhorar uma pouco o excelente trabalho que aqui nos deixaste, deixa-me fazer uma pequenas correcção (sem estar a querer abusar).

No ponto seis, quando falas nas actrizes francesas nomeadas dizes:

A seguir aos Estados Unidos, a França é o país com mais nomeadas na categoria de Melhor Actriz.

Não está inteiramente correcto, uma vez que o país de sua alteza "The Queen", tem mais nomeadas (e vencedoras) a seguir aos EUA.

Talvez quisesses considerar que o Reino-Unido não é estrangeiro (aceitável!), mas então, numa questão de coerência terias que alterar o ponto um, e não considerar o Joe Wright como sendo estrangeiro (uma vez que ele é Londrino).

Ficará portanto melhor se corrigires esse pequeno pormenor.

De qualquer dos modos, tens aqui um trabalho excelente. Parabéns!

23 de janeiro de 2008 às 22:40  
Blogger Alvy Singer said...

Bem observado, Daniel. Escapou-me esse pormenor. Colocarei “País de língua não-inglesa”, em vez do que lá está. Obrigado pela chamada de atenção.

24 de janeiro de 2008 às 14:43  
Anonymous Anónimo said...

Parabêns por mais um excelente trabalho de pesquisa Alvy :)

São sempre mais motivos de interesse para a cerimonia que se aproxima!

Um abraço

24 de janeiro de 2008 às 15:04  
Blogger Vanda said...

Ainda não vi o filme, mas convenhamos, não é hora do Johnny Depp ganhar o óscar??

24 de janeiro de 2008 às 15:27  
Blogger Ricardo said...

Bom trabalho de pesquisa.
No entanto, aqui fica mais uma correcção:

Katherine Hepburn não teve um intervalo de 48 anos sem vencer um Oscar. Entre "Morning Glory"
(1933) e "A casa do lago" (1981), a actriz venceu outros dois oscars: "Um leão no inverno"
(1967) e "Adivinha quem vem jantar" (1968).
Ou seja, entre 1933 e 1967 passaram 34 anos e não 48.
Deste modo, Julie Christie poderá mesmo ficar - entre 1965 por "Darling" e 2007 por "Longe dela" conseguir um feito histórico.

24 de janeiro de 2008 às 18:42  
Blogger Lúcia said...

Hummm,desculpa Alvy,mas não falta a Juliette Binoche nas actrizes francesas?

24 de janeiro de 2008 às 19:35  
Blogger Alvy Singer said...

Ricardo, talvez não tenha utilizado as palavras mais correctas para expressar a ideia, no entanto, não pretendi transmitir que o intervalo significava um período de tempo sem vencer qualquer Oscar. É mesmo só entre a primeira nomeação e o ganhar um Oscar, seja ele o primeiro ou último. E nesse aspecto, Katherine Hepburn teve 48 anos entre a primeira nomeação e o ganhar de um Oscar. Pelo meio amealhou foi outros.

Lúcia, de facto, Binoche conta como francesa. No entanto, a contagem passou ao lado dela pela razão que o Daniel Ferreira destacou. Tratando-se de um filme anglófono (Chocolate, 2000), não contei com ela. Mas, para todos os efeitos, sim, Binoche foi outra francesa nomeada, o que perfaz um total de seis.

Mais uma vez, obrigado pelas correcções.

24 de janeiro de 2008 às 22:46  

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