O ÚLTIMO REI DA ESCÓCIA
O Grande Chefe avisa: Os National Board Review, os primeiros prémios de cinema de 2006, foram anunciados na semana passada com As Cartas de Iwo Jima, de Clint Eastwood, na ‘grelha de partida’ da corrida aos Oscar, ao ser considerado o Melhor Filme. Estes prémios têm um peso muito importante já que reunem não só os profissionais da indústria, mas também uma massa crítica de académicos ligados ao cinema e como tal costumam ser um barómetro, tido em conta pelos ‘academistas’ de Hollywood. Dentro dos prémios, para além dos filmes que já estão em cartaz, visionei na sexta-feira The Last King of Scotland, de Kevin Macdonald, onde Forest Whithaker, Melhor Actor dos NBR, ‘arranca’ uma fabulosa interpretação, encarnando o deposto e controverso ditador ugandês Idi Amin Dada, num filme que retrata as suas brutalidades vistas — baseadas em factos reais — por um jovem médico escocês que chegou a ser seu conselheiro pessoal. Em síntese o filme é magnífico e, sem dúvida um dos melhores do ano que gira à volta de um incrível golpe do destino, de um jovem médico escocês Nicholas Garrigan (interpretado pelo ‘ascendente’ James McAvoy) que se inicia numa missão médica no Uganda, tornando-se irreversivelmente ligado a uma das figuras mais bárbaras do século XX: Idi Amin Dada. Impressionado pela atitude insolente do jovem médico numa situação de crise, o então auto-entitulado presidente de Uganda, coloca-o na posição de médico pessoal e confidente mais próximo. Apesar de, inicialmente, Garrigan ter ficado lisonjeado e maravilhado com sua nova posição, rapidamente desperta para a forma selvagem como Amin governa o seu povo e elimina os seus opositores, e o pior que isso, a sua quase cumplicidade em todos estes actos. Terror, traição, tirania e adultério, são revistos neste filme que começa numa toada calma caminhado rapidamente para uma tensão crescente, enquanto Garrigan tenta consertar seus erros e fugir de Uganda o mais depressa possível com vida. The Last King of Scotland não se trata de uma biografia no sentido mais tradicional, mas antes um drama intenso que inteligentemente utiliza como pano de fundo a figura de Idi Amim Dada, um dos ditadores mais sanguinários da África Central. Grande admirador da Escócia, considerado culpado pela morte de dezenas de milhares de ugandenses, Idi Amin tomou o poder num golpe militar (1971), derrubando o presidente Milton Obote. Após o golpe de estado, depois de alguns meses de moderação, iniciou rapidamente um estilo de governo que conduziu às maiores arbitrariedades e que durante oito anos (1971-1979), de um regime brutal deixou um país arruinado e centenas de milhares de pessoas assassinadas. Demonstrando um temperamento megalômano, vingativo e violento, expulsou (1972) cerca de 40 mil asiáticos, descendentes de imigrantes do império britânico na Índia, dizendo que Deus lhe havia dito para transformar Uganda num país de homens negros.
2 Comments:
Por falar em prémios...aqui vão mais umas nomeações. http://theenvelope.latimes.com/awards/critics/env-broadcastcritics-noms-12dec12,0,150959.story?coll=env-home-headlines
É curioso que o filme de Clint Eastwood que retrata a visão japonesa dos combates seja melhor recebido que o relativo ao exército americano.
Talvez seja por não termos muitas obras centradas na situação dos "inimigos". Vai Clint !!!
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