Deuxieme


quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Scorsese, o Homem por detrás do Oscar




De todos os potenciais vencedores na próxima cerimónia dos Oscar, existe um nomeado que sobressai. O nome de Scorsese destaca-se de entre os restantes. Não apenas pelo currículo que apresenta (o principal factor de destaque para os outros nomeados), mas também pelo facto de nunca ter ganho uma estatueta. Esta nomeação para Melhor Realizador é a sexta da sua carreira, depois das que conquistou por Touro Enraivecido (1980), A Última Tentação de Cristo (1988), Tudo Bons Rapazes (1990), Gangs de Nova Iorque (2002), e o Aviador (2004). A juntar a isto tudo temos ainda duas nomeações para Melhor Argumento Adaptado por Tudo Bons Rapazes e A Idade da Inocência (1993), também sem qualquer Oscar.
Muito se tem dito acerca da injustiça da Academia, no passado, para com muitos realizadores conceituados, como são os casos de Hitchcock, Kubrick ou Altman. Sem se considerar a sua ausência entre os nomeados por Táxi Driver (1976) ou Casino (1995), mas também reconhecendo que os dois projectos que antecederam The Departed – Entre Inimigos não foram os seus mais conseguidos, a verdade é que poucos membros da Academia conseguirão engolir em seco caso Scorsese regresse a casa no próximo Domingo sem um Oscar. O comentário de Jon Stewart foi elucidativo desta incongruência: Three Six Máfia: 1, Scorsese: 0.
É por esta razão que importa reflectir, pois, da mesma forma que a Academia não deverá negar o prémio a quem justificadamente o merece, também não deverá aclamar um trabalho meramente a título compensatório. Scorsese corre o risco de ser traído pela sorte que não teve no passado, e sair do Kodak Theater sem o galardão para Melhor Realizador. Mas se ganhar, muitos questionarão as verdadeiras razões que sustentam esta vitória. A questão é só uma: A realização de The Departed – Entre Inimigos é superior à dos seus pares?

Alvy Singer

11 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Falando de realizadores, mas fora deste assunto...
Vou aproveitar o blog da revista para expressar o meu espanto por ver que em Espanha foi editado um pack com 8 filmes de Manoel de Oliveira, coisa que ainda não vi à venda em Portugal, ou se está à venda nunca o vi em nenhuma loja, nem nada que se pareça com packs deste realizador. Sendo Manoel de Oliveira um realizador português tão conceituado mundialmente (não discuto aqui gostos, mas sim a sua importância na história do cinema português), não consigo perceber uma ausência destas em Portugal.

23 de fevereiro de 2007 às 00:01  
Blogger Luis Oliveira said...

De facto, Ana, isso é vergonhoso. Mas julgo que terá a ver com o mercado português: não só é mais exíguo do que o espanhol, como há uma maior elitização do cinema de autor, muito pouco pretendido. Acrescido a esse facto, há ainda o preconceito do cinema português. Não vi ainda o pack, mas pode ser que exista por cá.

Quanto a Scorsese, mais uma vez as decisões continuamente erradas da Academia levam a dilemas chatos. Eu fui dos primeiros a dizer que Babel não merecia o Óscar de Melhor Filme, mas também vinquei que Iñarritu merece a estatueta de realizador. Pela sua trilogia, faria jus ao seu muito bom trabalho.
Mas, e há sempre um mas, temos a questão do Scorsese. Se ele se vai virar definitivamente para o cinema independente (e por inerência vai ficar longe dos holofotes da Academia), então esta é a sua derradeira oportunidade para ele vencer a estatueta e a Academia fazer algo em condições (a menos que decida dar-lhe um Honorário daqui a uns anos...).

A carreira de Scorsese mais do que merece a estatueta. Mas este ano, em Realização, Eastwood esteve melhor, por mérito próprio, penso eu. E Iñarritu espreita. Mas como a Academia anda sempre trocada nos realizadores, nunca se sabe..

P.S.: Um pequeno aparte: apesar de muitos não terem gostado, eu adorei o "The Aviator". Achei-o muito bem conseguido. Opiniões são como os cus: cada um tem o seu.

Cumprimentos.

24 de fevereiro de 2007 às 03:37  
Blogger João said...

Em relação a Scorsese, é o melhor realizador que conheço, todos os seus filmes são interessantes mesmo os menos conseguidos. Mesmo um filme como "New York, New York", que não é tão referido, tem aspectos muito bons, nomeadamente a relação entre as personagens principais e, claro, a banda sonora fantástica e a coreografia espectacular da cena "Happy Endings", numa grande homenagem ao musical e, em particular, a Vincent Minelli. Este "The Departed" é o meu filme preferido dos que vi este ano, ainda que ainda não tenha visto o último de Eastwood.

24 de fevereiro de 2007 às 22:29  
Anonymous Anónimo said...

Scorsese é um grande realizador e isso é inegável. Muitos esperam que hoje seja a noite em que ele será finalmente reconhecido pela Academia. E "The Departed" é realmente um óptimo trabalho dele.
Contudo, ainda não será desta que Scorsese levará o galardão para casa. Isto porque concorre lado a lado com um grande senhor chamado Clint Eastwood, cujo filme, "Letters From Iwo Jima", é divinal. Penso que "Letters From Iwo Jima" é, de entre os nomeados, o filme com melhor realização. O trabalho de Eastwood merece, de longe, o Oscar nesta categoria.
A minha previsão é pois que o Oscar de Melhor Realização irá para Clint Eastwood, desiludindo os grandes fãs de Scorsese. Já agora, acho que o Oscar de Melhor Filme irá também para "Letters from Iwo Jima". Mas é a apenas a minha previsão =P

Já agora, para quem ainda não teve oportunidade de ver o filme, aconselho vivamente a o fazer o mais rápido possível.

25 de fevereiro de 2007 às 15:42  
Anonymous Anónimo said...

Partilho a opinião da Ana Garcia. Apesar de ser confesso admirador do trabalho de Scorsese, acho que ainda não será desta que ele levará o galardão, pois penso que duas das realizações em competição serão superiores: a de Greengrass e a de Eastwood. "Cartas de Iwo Jima" é um filme soberbo (o melhor dos cinco, para mim), e deveria ganhar, pelo menos, melhor realizador ou melhor filme, enquanto Greengrass mostrou todas as suas potencialidades em "Voo 93". É claro que se Scorsese ganhar ninguém ficará verdadeiramente aborrecido, mas o mesmo não acontecerá se ele perder.

Acho que será o momento de maior tensão da noite.

25 de fevereiro de 2007 às 16:13  
Anonymous Anónimo said...

E pronto! Scorcese e o seu "entre Inimigos" acabou por ganhar dois óscares.
Serão prémios de carreira? Sem deixar de concordar com a atribuição fico sempre com uma sensação estranha pelo facto deste filme ser um "remake". Mas enfim, esta é apenas a minha opinião. Já agora, todos aqueles que são mais cinéfilos do que eu, sabem dizer-me se já anteriormente foram atribuidos óscares de "Melhor filme" a remakes?
Abraço
Pedro Lopes

28 de fevereiro de 2007 às 10:11  
Anonymous Anónimo said...

Tardou (demasiado), mas foi desta!! e, na minha opinião, embora não tenha sido das melhoras obras de Scorsese, está certamente entre elas e merecia os prémios que recebeu.

1 de março de 2007 às 07:41  
Anonymous Anónimo said...

Grande victória de scorsese. Tiro o meu chapéu a este The Departed, apesar de eu adorar o filme de Hong Kong Infernal Affairs. De facto não é a primeira vez a academia premeia um remake. Aqui vai a lista dos remakes vencedores: "HAMLET" (1948): com muitas versões até á data, desde 1910 até 2001. "MARTY" (1955)do filme "Marty" para TV de 1953). "GIGI" (1958) de "Gigi" (non-musical, 1948). "BEN-HUR" (1959) remake de "Ben-Hur" (filme mudo de, 1925) "WEST SIDE STORY" (1960): de "Romeu e Julieta," com muitas versões até á data desde 1911 até 2002. "MY FAIR LADY" (1964): inspirado em "Pygmalion" non-musical, muitas versões até á data desde 1938-83 (incluindo versões de TV). "OLIVER!" (1968): "Oliver Twist," com muitas versões, desde 1918-1999. "TITANIC" (1997): remake de "Titanic" (1953) e a "A Night to Remember" (1958. "CHICAGO" (2002): baseado em "Chicago" (1927)e "Roxie Hart" (1942). Espero ter ajudado...

2 de março de 2007 às 02:24  
Anonymous Anónimo said...

Grande Pedro Baltarejo! Agradeço a sua informação!
Cumprimentos,
Pedro Lopes

2 de março de 2007 às 13:34  
Anonymous Anónimo said...

P/ Pedro Baltarejo

Até «The Departed», o único remake premiado na história dos Oscars foi «Marty», que se baseia, como indicou, num telefilme.

Os outros casos que refere resultam de adaptações de fontes literárias, não de filmes anteriores, pelo que não se encaixam na definição cinematográfica de "remake".

9 de março de 2007 às 20:15  
Anonymous Anónimo said...

Obrigado pelo esclarecimento, muitos destes filmes dos quais referenciei como sendo "remakes", o termo aplicado talvez não tenha sido o mais correcto. De facto Marty e The Departed são os úncicos remakes de filmes premiados com o oscar de melhor filme, apesar de que a expressão "remake" na língua inglesa é muito abrangente, reinterpretar uma peça, uma obra literária, um musical ou filme? Minhas desculpas ao Pedro Lopes se o induzi em erro!

10 de março de 2007 às 03:01  

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