O que se diz sobre...
Facilmente poderia seguir o trilho daqueles que aplaudiram o último trabalho de Guillermo del Toro. Não assumirei tamanho risco. Tantos têm sido os elogios, dos mais diferentes quadrantes, que dificilmente encontraria algo de novo para acrescentar, e o post teria que ficar incompleto por insuficiência de adjectivos.
Apesar do filme ter correspondido às enormes expectativas geradas, há muito que havia optado por aguardar alguns dias, e ler aquilo que aqueles que têm direito a escrever em espaços mais ou menos mediáticos tinham a dizer sobre o assunto. Devo confessar que o balanço é claramente positivo, ou não fosse a maioria das críticas favorável à assombrosa obra do realizador mexicano. Porém, como é natural, a opinião sobre a mesma não é consensual. Juízos divergentes serão sempre algo de benéfico na natureza. E na critica cinematográfica igualmente. Eis algumas das coisas que já se escreveram em Portugal sobre O Labirinto do Fauno.
Este filmaço é o Eduardo Mãos-de-Tesoura de Del Toro. A afinação perfeita de tudo o que ele andou a experimentar estes anos todos e aquele que o vai definir como autor. – Nuno Markl (havidaemmarkl.com)
Confirma-se Del Toro como cineasta sensível e inteligente, mais interessado em ambientes do que em sustos gratuitos (e nesse aspecto o filme é extraordinário), com uma capacidade efabulatória invejável. – Jorge Mourinha (Público)
Revela-se, no entanto uma autêntica fábula, um conto de fadas para adultos. Os Óscares atribuídos em categorias técnicas diminuem um filme ao qual a estatueta de melhor filme passou injustamente ao lado. – Paulo Figueiredo (PTGate.com)
É um filme maior que a vida – logo, bem maior que o Kodak Theatre de Los Angeles, o que podia ter complicado a logística da cerimónia. Ana Markl (Sol)
O Labirinto do Fauno não rateia na parte fantástica, porque del Toro faz-nos acreditar sem dificuldade na intriga sobrenatural. O enguiço do filme é do lado “realista”: uma descabelada estereotipação ideológica, com franquistas odiosos e sanguinários de um lado, e republicanos virtuosos e imaculados do outro. – Eurico de Barros (Diário de Notícias)
Três Óscares acabam de premiar o mais recente filme do mexicano Guillermo del Toro: um para a fotografia de Guillermo Navarro, outro para o trabalho de caracterização, e o terceiro para a direcção artística, qualquer deles plenamente justificado, se comparado com quem competia. – Manuel Cintra Ferreira (Expresso)
Um filme de iniciação, belo e trágico. – João Antunes (Jornal de Noticias)
Mais negativo:
O Labirinto do Fauno não rateia na parte fantástica, porque del Toro faz-nos acreditar sem dificuldade na intriga sobrenatural. O enguiço do filme é do lado “realista”: uma descabelada estereotipação ideológica, com franquistas odiosos e sanguinários de um lado, e republicanos virtuosos e imaculados do outro. – Eurico de Barros (Diário de Notícias)
Acrescente-se que o filme acaba de vencer o 27º Fantasporto, ganhando o prémio de Melhor Filme na secção oficial Cinema Fantástico, a principal do certame. Sergi López foi também distinguido com o prémio de Melhor Actor.
Alvy Singer
4 Comments:
è com muito desagrado que digo que as minhas (altas) expectativas não foram apoiadas pelas imagens do filme... E como grande admiradora de Tim Burton, devo dizer que Labirinto do Fauno está muito longe da maravilhosa obra Eduardo Mãos de Tesoura.... Mas enfim, não se pode sempre concordar com as opiniões dos especialistas não é?
Infelizmente, terei q concordar com o comentário acima do meu...Não penso q este filme esteja ao nivel do Eduardo Mãos de Tesoura, mas acredito q no final da carreira de del Toro, dificilmente o realizador encontre um titulo que lhe tenha reunido tamanha aceitação por parte da critica e do publico como este. 3,5/5 é o máximo que lhe poderei dar.
P.S. Boa ideia a do Blog! Continuem.
Resumindo e concluindo, o melhor filme que vi este ano. Pouco mais posso dizer sobre o filme que mais me surpreendeu nos últimos tempos. Por muito altas que fossem as expectativas, o filme superou tudo aquilo que esperava, e conseguiu chegar ainda mais além. Das mais belas histórias retratadas até hoje no grande ecrã, que somente poderia ter sido captada pela câmara de um realizador de estirpe superior, talvez no inicio da melhor fase da sua carreira. Guillermo del Toro estará provavelmente a caminhar para o auge da sua potencialidade imaginativa e das suas capacidades cinematográficas. O meu conselho é apenas este: Deixem o homem filmar! Que os produtores executivos não perguntem porquê, e que os estúdios avancem com o dinheiro, mas este senhor precisa de ter uma câmara à frente. O resultado do binómio Guillermo de Toro + Câmara é normalmente sinónimo de duas horas bem passadas. No caso de O Labirinto do Fauno é sinónimo de um filme para recordar durante toda a vida. Ao lado de Dorothy Gale e de Alice, podemos agora colocar o nome da pequena Ofélia.
Alguém a ver o filme quando a menina desce ao Labirinto não se lembra da Quinta da Regaleira? :-)
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