A LOJA DA CHINESA
Chama-se China, China, a curta-metragem de João Pedro Rodrigues (Odete) e João Rui Guerra da Mata, que está na competição do IndieLisboa e vai estar (já é seguro) na Quinzena dos Realizadores em Cannes. E ainda bem porque se trata de uma pequena preciosidade, e um poço de criatividade que foge aos cánones narrativos do cinema português, com uma realização ritmada e um final verdadeiramente imprevisível. Por isso merece ser amplamente vista e esperemos que seja ainda a premida nacional e internacionalmente. China, China é em primeiro lugar uma história dedicada ao ‘novos lisboetas’, numa espécie de homenagem ao documentário de Sérgio Trefaut (curiosamente um dos filmes portugueses mais vistos de 2006), e não é em vão já que a história se enquadra no mesmo tema e a dupla de realizadores, não hesita em fazer-lhe um agradecimento. Falada em mandarim e entre jogos de computador e The Killer de John Woo, desenvolve-se a história de China, uma rapariga chinesa, que tem uma loja (do chinês obviamente) no Martim Moniz, que sonha deixar este mundo, esta cidade e a pequena familia patriarcal (na tradição chinesa) que a trouxe para Lisboa, à procura de novas oportunidades. Talvez quem sabe o ponto de partida para outra história e outra viagem, para outros territórios culturais que vão fazendo de Lisboa, uma cidade cosmopolita, cada vez mais internacional, mas também mais violenta.
1 Comments:
Sempre positivo ver o cinema português representado num certame como Cannes. Depois das boas imagens deixadas por Alice, Odete e Juventude em Marcha, esperemos que este China, China dê mais um passo na afirmação definitiva além-fronteiras. Nada como vir com um premiozito!
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