O Atirador
Julgo ter visto pela primeira vez, este fim-de-semana, alguém numa sala de cinema a ver um filme com óculos de sol. Postos. Desconhece-se por estes lados a existência de algum estado de incapacidade visual que seja melhorado pela utilização de óculos de sol. De qualquer forma, este não é o facto mais relevante aqui.
Numa normal sessão num centro comercial da capital, O Atirador ia já a meio, quando um telemóvel toca. O som crescente indica que o receptor tarda em ouvir a chamada, pelo que se gera alguma inquietação nos restantes espectadores. Quando finalmente o telemóvel sai do bolso, e toda a assistência ouvia claramente em doubly-surround a música do aparelho, eis que o telefonema é atendido. Isto foi o que se passou de seguida.
Do outro lado:…
Espectador no meio da sala: Estou.
Do outro lado:…
Espectador no meio da sala: Estou. Quem fala?
Do outro lado:…
Espectador no meio da sala: Ah, então tudo bem?
Do outro lado:…
Espectador no meio da sala: A passear. Não, fala.
Do outro lado:…
Espectador no meio da sala: Estou de folga, a passear.
Do outro lado:…
Espectador no meio da sala: De folga.
Do outro lado:…
Espectador no meio da sala: Está bem. Telefona-me logo.
Importa reter que nunca foi feita qualquer referência ao facto de do lado de cá se estar a assistir a um filme, pelo que apenas podemos atribuir a celeridade do término da conversa aos ruidosos “Chiu!Chiu!” que a outra pessoa deve ter ouvido do outro lado. Mais, o telefonema podia ter ocorrido em qualquer altura dos cerca de 30 minutos do filme que estão destinados a tiroteios, mas não. Aconteceu precisamente durante a conversa de Bob Lee Swagger com outro importante personagem quando este lhe dá conhecer as motivações por detrás da conspiração. Perdeu-se qualquer discernimento para trazer aqui uma espécie de critica a este bom filme de acção. Resta apenas dizer que após o visionamento do filme compreendem-se as comparações com outro actor do género. Algures, já não estou certo onde, vinha escrita a frase “Wahlberg caminha para ser o próximo Bruce Willis”. Não nos confundamos. O filme é bom, mas nem O Atirador é O Assalto ao Arranha-Céus, nem Bruce Willis é Mark Whalberg.
Ah, e para que não restem dúvidas, o senhor dos óculos de sol era o mesmo que atendeu o telemóvel.
Alvy Singer
Do outro lado:…
Espectador no meio da sala: Estou.
Do outro lado:…
Espectador no meio da sala: Estou. Quem fala?
Do outro lado:…
Espectador no meio da sala: Ah, então tudo bem?
Do outro lado:…
Espectador no meio da sala: A passear. Não, fala.
Do outro lado:…
Espectador no meio da sala: Estou de folga, a passear.
Do outro lado:…
Espectador no meio da sala: De folga.
Do outro lado:…
Espectador no meio da sala: Está bem. Telefona-me logo.
Importa reter que nunca foi feita qualquer referência ao facto de do lado de cá se estar a assistir a um filme, pelo que apenas podemos atribuir a celeridade do término da conversa aos ruidosos “Chiu!Chiu!” que a outra pessoa deve ter ouvido do outro lado. Mais, o telefonema podia ter ocorrido em qualquer altura dos cerca de 30 minutos do filme que estão destinados a tiroteios, mas não. Aconteceu precisamente durante a conversa de Bob Lee Swagger com outro importante personagem quando este lhe dá conhecer as motivações por detrás da conspiração. Perdeu-se qualquer discernimento para trazer aqui uma espécie de critica a este bom filme de acção. Resta apenas dizer que após o visionamento do filme compreendem-se as comparações com outro actor do género. Algures, já não estou certo onde, vinha escrita a frase “Wahlberg caminha para ser o próximo Bruce Willis”. Não nos confundamos. O filme é bom, mas nem O Atirador é O Assalto ao Arranha-Céus, nem Bruce Willis é Mark Whalberg.
Ah, e para que não restem dúvidas, o senhor dos óculos de sol era o mesmo que atendeu o telemóvel.
Alvy Singer
1 Comments:
É uma tristeza. E depois não há ninguém que tire esta gente da sala.
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