Por Diane, Porque Sim!
Parecendo que não, já passaram 30 anos desde aquele estupendo filme que fizemos juntos. Enquanto eu me fiquei pela nomeação, ela teve a sorte de subir ao palco e ganhar o Oscar – diga-se que bem o mereceu, menina Hall. Trinta anos depois, os caminhos que ambos traçamos são distintos, e os ovos colhidos não poderiam ser mais diferentes. Contudo, um laço especial permanece e, agora que ela regressa com um novo filme, este Porque Sim!, nada como reencontrá-la no grande ecrã, o local onde melhor podemos ver que o seu encanto não perdeu qualidades.
Apesar de não podermos tecer este tipo de elogios ao filme, também será escusado atirar-lhe pedras por ficar tão aquém das expectativas. É verdade que haveria muito para explorar na temática mãe-galinha-que-quer-arranjar-pretendente-para-filha-encalhada. O mais curioso é que o filme até chega a abrir certas portas como que a dizer: “Seria interessante se fôssemos por aqui”. Contudo, logo a seguir fecha decidido essas mesmas portas e, pior, nem sequer abre uma janela para uma vista mais agradável. Porque Sim!, acaba por se refugiar nos prováveis clichés, dando a mesma visão de sempre das afinidades entre três irmãs jovens-adultas, e da usual degradação das relações quando o progenitor não consegue perceber convenientemente a sua posição. Haverá certamente filmes semelhantes a este, mas a abordagem que aqui é adoptada aproxima-o sobretudo de obras como Um Sogro do Pior e Viram-se Gregos para Casar. Apesar de pouco ou nada acrescentar a estes títulos (talvez a electricidade estática que atrapalha os vestidos de Mandy Moore tenha passado para a câmara de Michael Lemann), um filme com Diane Keaton nunca poderá ser um desastre completo. Há ali qualquer coisa que simplesmente não permite que assim seja.
Alvy Singer
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