Deuxieme


terça-feira, maio 01, 2007

Assim, sim

Um senhor pack, para o qual é indispensável alertar. Infelizmente, nem sempre a união de dois filmes dentro do mesmo celofane resulta num bom negócio para o cliente. A frase ‘Epá, dois filmes juntos que não fazem um de jeito’, não se aplica neste caso. E não se aplica porque estamos a falar da junção desta obra,

com esta outra,

e quando assim é, vale a pena levar o pack para casa. Há muito que Wes Anderson deixou de ser um desconhecido para o público português. Contudo, por a sua filmografia ser essencial, importa que se reúna o maior número possível de títulos deste cineasta, e que assim todos possamos compreender que nenhum dos seus filmes é um caso de sucesso isolado. Este pack permite-nos constatar que estamos na presença de um dos maiores valores actuais da sétima arte, um realizador capaz de assumir a escrita dos inovadores argumentos que leva ao grande ecrã, e que nos tempos livres ainda tem tempo de produzir coisas como A Lula e a Baleia (Noah Baumbach).

O primeiro, Os Tenenbaums, foi a confirmação das suas potencialidades. A grandeza do argumento que escreveu a meias com Owen Wilson valeu-lhe a nomeação para os Óscares. A visão da típica família disfuncional nunca foi tão funcional, e Anderson conseguiu captar na perfeição a essência de um agregado familiar em rota de colisão, à beira do precipício. No entanto, o género cómico que percorre o filme bombeia a obra com momentos hilariantes, sejam eles gags meramente visuais ou pérolas dialogadas. O espectador passa, assim, grande parte do filme na dúvida se aquilo que está a ver merece ser analisado profundamente, ou simplesmente contemplado com um sorriso de orelha a orelha até final. Por seu lado, Um Peixe Fora de Água (estes títulos…), um regalo para a vista, traduz-se na aproximação de Anderson a uma escrita mais dramática, permitindo que elementos do fórum emocional preencham a narrativa. Nos seus filmes anteriores era a melancolia dos personagens que funcionava como alavanca. Aqui, o humor deriva da flutuação emocional e dos altos e baixos de cada um, sobretudo os de Zissou (Bill Murray). No final, não deixa de ser uma excelente aquisição para a Dvdteca de todos nós. Indispensável.

Alvy Singer

2 Comments:

Blogger Juom said...

"The Royal Tenenbaums" é, quanto a mim, o melhor filme do novo século. Uma palavra o descreve: perfeição!

2 de maio de 2007 às 00:29  
Anonymous Anónimo said...

O melhor filme do novo século parece-me um bocadinho forte... Mas que é um grande filme, isso não há duvidas. O outro ainda não vi, apesar de também parecer interessante...

4 de maio de 2007 às 00:36  

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