OCIDENTE, ORIENTE (8)
Fatih Akin, o cineasta alemão de origem turca é a grande estrela do dia, com The Other Side, o seu último filme que veio confirmar um certo favoritismo nesta Competição.
Livre, intenso, sensual e ao mesmo tempo romântico, o cinema de Akin representa mais do que nunca uma mudança no cinema alemão, que ganhou novos contornos artísticos com esta onda de calor vinda do sul e da Turquia. O filme é constituído por várias histórias e personagens, cruzadas no tempo e no espaço, em que algumas não chegam a encontrar-se, mas centra-se essencialmente na de um professor universitário alemão de origem turca que decide por opção, regressar à suas origens e procurar a filha da mulher que partilhou a velhice do pai. No essencial, Akin volta a fazer a ponte sociológica entre dois mundos e culturas muito diferentes, mas cada vez mais próximas, entre os conflitos politicos internos e externos da Alemanha e da Europa, com o mundo islâmico e em particular com a Turquia, candidata à integração europeia. Isto numa bela história, ou antes histórias de amor e sentimento de perda. Foi bom ver regressar aos ecrãns a expressiva Hanna Schygula, uma das actrizes fetiches de Fassbinder.
Na base dos conflitos culturais e religiosos entre o ocidente e o oriente, está a história de Persepolis, o único filme de animação em Competição. Baseada na vida real e na BD da autoria da realizadora Marjane Strapi, mostra-nos um panorama do seu Irão natal e a evolução do regime islâmico desde a revolução dos Ayatholas, como um mundo a preto e branco e a Europa, onde viveu e vive, como um mundo a cores algo desbotadas.
Nesta tendência recorrente das diferenças culturais e multiculturalismo, está China, China de João Pedro Rodrigues, (e João Guerra da Câmara), que passou na Selecção de Longas Metragens da Quinzena dos Realizadores. João Pedro Rodrigues, que está presente também no Atelier da Cinefondation, deposita enorme confiança, em entrevista que nos deu ontem, de que esta sua segunda passagem por Cannes, o ajude a atrair financiamentos internacionais para o seu novo projecto de longa metragem intitulado, Morrer Como um Homem.
Aparentemente indiferente, ao que aqui se passa em Cannes, a Disney lança hoje em todo o mundo a terceira entrega de Os Piratas das Caraíbas - Nos Confins do Mundo, numa ofensiva de marketing global, que visa obter receitas colossais na indústria do entertenimento. Receitas essas, que vão desde a exploração do filme e produtos a ele associados, até às novas atracções nos parques temáticos.
A propósito de entretenimento, o site fest21.com, lançou uma reconstituição virtual do Festival de Cannes, no famoso Second Life. Para os mais interessados, o Palácio dos Festivais, os ecrãns de cinema, a Croisette, e as inevitáveis praias e hotéis, estão disponíveis virtualmente em 3D, pela módica quantia de 1500€.
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