SESSÕES CONTÍNUAS (7)
Fomos presenteados com dois dias seguidos com uma programação intensa e muitas sobreposições. Digamos que não foi a melhor escolha da organização, para este inicio de semana e sexto dia consecutivo de festival, em que o cansaço e as olheiras começam a manifestar-se. Hoje pela manhã tivemos quase uma maratona de sessões contínuas, que começou às 8h30 e acabou às 15h, sem praticamente haver pausas entre si. Era sair de uma sala e entrar para a outra, com dois filmes da competição. O primeiro foi Paranoid Park, de Gus van Saint, mais uma magnífica crónica social sobre a vida adolescentes norte-americanos, centrada na história de Alex, um jovem skater, que mata acidentalmente um segurança, e não se consegue livrar da culpa e do remorso do silêncio. O filme tem algumas particularidades interessantes: utilização mais uma vez de não-actores, recrutados no MySpace, e uma grande mais valia com o recurso a belíssimas sequências, especialmente as dos movimentos dos skaters, que alternam entre o super 8, o 35mm e o video, devidamente coordenadas por Christopher Doyle, o director de fotografia que habitualmente trabalha com Wong Kar-wai. Embora apresentado fora da competição, A Mighty Heart, de Michael Winterbottom, era um filme aguardado com alguma expectativa, não só porque trazia associado duas grandes estrelas do momento: Angelina Jolie na protagonista e Bradd Pitt como produtor, como também porque relata as investigações realizadas pela polícia paquistanesa para resgatar com vida Daniel Pearl, o jornalista norte-americano, que acabou por ser executado em 2002 às mãos dos talibans. Baseado num best seller escrito pela mulher do jornalista Marianne, vamos assistir a um horrível calvário num filme frouxo e muito diferente do estilo guerrilheiro que Winterbottom nos tem habituado em obras como Caminho para Guantánamo. Insólito é mais uma vez, o novo filme do mexicano Carlos Reygadas, um realizador que parece ter uma vela acesa junto da crítica francesa. O filme intitula-se Luz Silenciosa, e conta uma história de adultério no seio de uma comunidade de menonitas — uma relegião muito semelhante aos mormons — do norte do México. Espera-se muita adrenalina para o fim do dia, com Death Proof, o muito aguardado filme gore, de um regressado Quentim Tarantino. O filme foi um desastre de bilheteira nos EUA, vamos ver se Tarantino não esgotou o seu filão e não nos vai desapontar.
1 Comments:
Cheira-me a discussões matrimoniais em casa dos Pitts e dos Jolies... eh eh
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