UM FILME CHOQUE
DIA 3
Para hoje mais dois filmes em competição. Quanto ao primeiro Zodiac, de David Fincher, (Quarto de Pânico) nada de novo porque já o visionamos aí em Lisboa e estreia esta semana nas salas com grande apreço da crítica na generalidade. Por aqui fala-se já ‘entre dentes’, que pode ser um dos fortes candidatos à Palma de Ouro, pelo seu rigor formal e por apontar para um género de cinema, entre o thriller e a investigação jornalística, que esteve muito em voga nos anos 70, como é o caso de Os Homens do Presidente de Alan J. Pakula. A surpresa para já na competição chegou com 4 Mois, 3 Semaines, e 2 Jours, um filme sobre o aborto clandestino na Roménia na década de 80 e antes da queda do comunismo. É uma crónica de juventude, protagonizada por duas jovens estudantes que têm que pagar caro a sua decisão. Mas mais que isso é olhar amargo sobre a história de um regime que apodreceu por si próprio, entre as as teias da corrupção diaria e o mercado negro. É um filme de grande tensão dramática, emoção e choque, com cenas impróprias para os mais sensíveis e impressionáveis, mas de grande naturalismo e frieza. 4 Mois, 3 Semaines, e 2 Jours, é uma excelente estreia do realizador romeno Cristian Mungiu, na competição depois de ter passado por Cannes em 2002 na Quinzena dos Realizadores. A propósito abre hoje a Quinzena, com o filme Control, de Anton Corbijn, sobre a ascensão e queda de Ian Curtis, o líder dos Joy Division.
3 Comments:
Não percebo porque é que em todos os anúncios (e já aqui neste post também), aparece David Fincher, "realizador de Sala de Pânico" (filme considerado pela maioria como menor na sua filmografia), invés de Fight Club, Se7en ou The Game. Cumprimentos!
Não concordo de todo que seja um filme menor na carreira do Fincher...de qualquer modo por norma quando nos referimos a um realizador é normal remeter para o seu último filme. Tem lógica não tem?
Tem toda a razão, não é um filme menor de Fincher, e faz sentido colocar o último. Mas certamente também concorda que não, de perto nem de longe, tão consensual no grande público como Se7en ou Fight Club, e que faria muito mais sentido, na divulgação de um filme, usar o maior trunfo de impacto no espectador, de um realizador, e não a sua última obra.
Outro pormenor que reparei agora, porque o título brasileiro no artigo ("Quarto de Pânico") invés do português "Sala de Pânico" ou mesmo do original "Panic Room"?
Cumprimentos, continuem com o excelente trabalho e ritmo que este blogue tem vindo a desenvolver. Brilhante.
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