Deuxieme


quarta-feira, junho 27, 2007

JORDI MOLLÀ: UM MULTINACIONAL DA REPRESENTAÇÃO



Aparentemente numa pausa entre a carreira, numa altura em que tem anunciados vários projectos para 2007/08, o inteligente e versátil actor catalão, esteve no Madrid de Cine, onde participou num colóquio sobre o cinema espanhol. A PREMIERE apanhou-o e pediu-lhe algumas pistas sobre a sua carreira e o futuro.

Por José Vieira MENDES (em Madrid)

PREMIERE:O que nos pode contar sobre Cinemart, a sua mais recente experiência enquanto realizador?
JORDI MOLLÀ: Cinemart não é um filme, é um projecto que comecei a desenvolver à cerca de dois anos, onde 20 peças de vídeo unem-se em diversos contextos e formas de modo a representarem as ligações que existem entre o cinema e as outras artes visuais. Hoje todos querem colocar nomes aos objectos de cinema – isto é um documentário, isto é uma curta… - e para mim a única relação e a chave de todos estes nomes é a imagem em si, e por isso resolvi fazer este projecto, que somente está a ser distribuído pela Internet e em exibições mais restritas em museus e galerias de arte. Um formato que me pareceu interessante para exibir este objecto, seria de facto o Youtube.
P.:Existe obviamente uma influência do Peter Greenaway e dos The Tulse Luper Suitcases ?
J.M.:De certa forma, sim, tenho tido o privilégio de ter trabalhado com inúmeros realizadores notáveis e de registos diferentes. Greenaway é uma influência constante, alguém que continua aberto e jovem, ainda que ande na casa dos sessenta anos. E também com Shekhar Kapur, como quem trabalhei recentemente em The Golden Age, onde para além deste filme partilhamos as ideias de nos abstermos de regras e de usar –mos uma liberdade total nos projectos de cinema que nos envolvemos. Uma vez que são tantos os realizadores que são condicionados pela produção e pelo orçamento do filme, eu penso “nós não vamos viver assim tantos anos!”. Mas para fazer um filme com total liberdade demora o seu tempo.
P.: Perante a sua carreira de actor em vários países e com autores de várias nacionalidades, até que ponto a variedade de culturas e estilos afectam o seu trabalho?
J.M.:Existe uma coisa que me interessa muito, que é pertencer a tudo e não pertencer a nada. Por isso sei que se paga caro o facto de não pertencermos concretamente a um grupo, mas sim a vários grupos e ao mesmo tempo a nenhum. A mim enriquece-me muito, ao mesmo tempo deixa-me com algum receio, quando não conheço o território onde vou trabalhar. São caras que não conheço, e que ao mesmo tempo me proporcionam um sentimento único de liberdade, posso me reinventar novamente e isto é perfeito para um actor, pois desperta em nós uma atitude na rodagem que não teríamos noutro lugar. Dessa forma procuro estas situações e estes projectos, onde me sinto incómodo, pois a incomodidade é algo saudável.
P.: Acha que o futuro do cinema, em termos de distribuição, vai passar pelo Youtube e que em termos da língua – o Word Cinema – vão nascer mais projectos como Babel, por exemplo?
J.M.:No contexto cultural e linguístico, penso que Babel foi um triunfo fundamental para o cinema, tal como quando Mel Gibson fez A Paixão de Cristo, onde a língua era desconhecida para o público mas isso não o afastou, pelo contrário, conquistou-o. No que toca à distribuição, se não for pelo Youtube será por um processo qualquer de download automático de filmes. Tudo se encontra em profunda mudança e a distribuição do cinema é um dos pontos onde se nota com clareza essa realidade. A troca destas experiências é sem dúvida muito positivo para o cinema e para a arte.

P.: Quer falar-nos um pouco de seu próximo filme Dare to Love Me com Alfonso Arau,?
J.M.: É um filme que tem sido adiado consecutivamente e que finalmente encontra-se em processo de início de rodagem ou em pré-produção. É um filme sobre a vida de Carlos Gardel, o famoso cantor argentino e compositor de tango. Estou muito contente por fazer parte do elenco, onde interpreto a personagem Razzano, o manager de Gardel, que vive na sombra da imensa luz que Gardel projecta no mundo. Isto até ao dia que percebe que ele já não precisa de si, levando a personagem a um conflito e uma dívida, muito interessante.
P.: O que nos pode adiantar em relação ao futuro, uma vez que já tem novos filmes agendados para 2008 e 2009?
J.M.: Entre os vários projectos surge a ideia e o eterno conflito de “me estar a vender”. “Para quem me vendo?”, “Que tipo de público me vou vender e me mostrar?”. Se posso fazer um filme com Greenaway, depois pegar noutro projecto desta vez com Michael Bay ou outro realizador, é sempre algo de muito produtivo. Não é uma questão de liberdade, mas sim uma questão de inteligência, sem com isto marcar uma imagem de específica no público.


ÍNTIMO E PRIVADO
Chama-se Jordi Mollà Perales e nasceu em Hospitalet de Llobregat (Barcelona), no primeiro dia de Julho de 1968. É um verdadeiro camaleão, apesar do seu profundo olhar azul. Tímido e introvertido, gostava no entanto de representar desde pequeno com os seus amigos. Em jovem, dizem, que era um grande jogador de ténis. Estudou Administração de Empresas mas fartou-se para ingressar no Institut del Teatre de Barcelona. Ali participou em diversas obras antes de começar a trabalhar no Teatre Lliure, na montagem de Maria Estuardo, dirigido por Josep Montanyes, Una de las Últimas Noches de Carnaval, de Lluís Pasqual e em A Noite de El Dorado, de John Strasberg. Completou a sua formação como actor em Itália, Hungria e Inglaterra. Fez cursos e seminários com Phillip Goulier, Franco di Francescantonio, Adriana Innocenti, Anna Popoulis e Gabor Zsambezki, entre outros. O seu gosto pelo cinema foi curiosamente influenciado pelo irmão Antonio com ia ver filmes para adultos.

FILMOGRAFIA:
El Álamo (2003), de John Lee Hancock (EUA)
The Tulser Luper Suitcases (2003), de Peter Greenawai
Bad Boys II (2003) de Michael Bay (EUA)
Blow (2002), de Ted Demme (EUA)
Son de Mar (2001), de Bigas Luna
Segunda piel (2001), de Gerardo Vera
Nadie conoce a nadie (2001), de Mateo Gil
Volavérunt (1999), de Bigas Luna
Un dólar por los muertos (1999), de Gene Quintano
El pianista (1999), de Mario Gas
Los años bárbaros (1998), de Fernando Colomo
La buena estrella (1997), de Ricardo Franco
Perdona bonita, pero Lucas me quería a mí (1997), de Dunia Ayuso e Félix Sabroso
Un romance peligroso (1997), de Pierre Courrège
La celestina (1996), de Gerardo Vera
A flor do meu Segredo (1996), de Pedro Almodóvar
Historias del Kronen (1996) de Montxo Armendáriz
Los hombres siempre mienten (1995) de Antonio del Real
Todo es mentira (1995), de Álvaro Fernández Armero
Alegre ma non troppo (1995), de Fernando Colomo
El fusil de madera (1994), de Pierre Delerive
Historias de la puta mili (1994), de Manuel Esteban
Mi hermano del alma (1994), de Mariano Barroso
Jamón Jamón (1993), de Bigas Luna
Matar a mi mujer ... ¿era una broma? (1993), de Baz Taylor (Reino Unido)
Potser no sigui massa tar (1992), de Txerra Cirbiàn


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