Deuxieme


quinta-feira, junho 14, 2007

Let Them Eat Cake!

Chegou então a altura de nos sentarmos e falarmos um pouco de Marie Antoinette (Sofia Coppola, 2006). Sim, o filme estreou há praticamente um ano mas, infelizmente, nem sempre um cinéfilo pode acorrer a todos os títulos que deseja. Assim, foi com enorme satisfação, e alguma ganância, que deitei as mãos à recente edição em DVD (bem jeitosa, por sinal). Visto já o filme, e esperando que a maioria também o tenha feito, direi que talvez encontremos aqui material passível de discussão. Pois esta não parece ser uma obra consensual.

Quem espera um ano para ver este filme, já sabe ao que vai. As palavras ‘alternativo’, ‘vistoso’, e ‘musical’ ecoam dentro da nossa cabeça, assim que Dunst surge abanando o leque. Sem demoras o filme segue para a despedida da família da pequena Marie, o arranjo com Luís XVI (Jason Schwartzman), a recepção da monarquia Francesa, o matrimónio, o início na vida de Versailles, e por aí adiante. Contudo, e esta pode ser considerada como a grande critica, quem não estiver familiarizado com a história da monarca, poderá achar o filme um tanto ou quanto vago, para não dizer mesmo confuso. Não só alguns aspectos carecem de profundidade, como a sequência final, quando Marie Antoinette e Luís XVI abandonam o Palácio de Versailles, como existem ainda algumas particularidades, como a morte de um outro filho, que estão simplesmente ausentes. E possivelmente o filme ganhasse com a sua inclusão.

No entanto, talvez tenha sido esta despreocupação com o relato biográfico que permitiu a Sofia construir uma narrativa de trato simples mas, ainda assim, terrivelmente eficaz. Como dizê-lo? É compreensível que Marie Antoinette suscite comentários pejorativos. Contudo, nunca os ouvirão da minha parte.

A banda sonora é qualquer coisa de especial, absolutamente soberba. O guarda-roupa é do melhor que podemos encontrar num filme destes. O argumento, não sendo ambicioso, acaba por apresentar algumas lacunas. É verdade que se centra quase sempre no mais importante mas, por exemplo, aquela relação com o Conde Fersen… não lhe fazia mal nenhum se tivesse sido mais explorada. Sobre a realização, pouco ou nada temos a apontar. Sofia Coppola é a realizadora dos silêncios e, mais uma vez, temos um filme onde muito mais é dito nas palavras que não são proferidas. Um olhar diz tudo. E a musica por trás contextualiza-o de uma forma ímpar.

Recordo que este foi o último título a ser alvo de uma ‘Polémica do Mês’ na revista. Não tomando partido de qualquer um dos lados, não posso deixar de dizer que me inclino fortemente para um deles. Mas cinco estrelas parecem ser demasiado.

Alvy Singer

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Um dos filmes que mais gostei de ver no último ano. Aquilo que mais me decepcionou foi mesmo Kirsten Dunst... Não agarrou o papel como deveria, e a história perde o equilibrio por causa disso. A melhor das interpretações ficou a cargo de Jason Shwartzman. Surpreendente. No geral, é um filme que se vê muito bem, e Sofia Coppola volta a passar com distinção.

15 de junho de 2007 às 11:07  
Anonymous Anónimo said...

Concordo plenamente quando diz que a história desta aristocrata poderá não ser totalmente compreendida no simples visionamento deste filme. Embora esteja longe de não ter gostado do que vi, penso que o ponto mais forte será mesma a imagem, com toda a sua cor e esplendor, que invade os nossos ecrans ao longo deste filme, sofrendo depois lacunas numa narrativa talvez demasiado superficial. é sem dúvida uma película a não perder, mas será também a menos marcante da carreira de Sofia Coppola.

15 de junho de 2007 às 16:30  
Anonymous Anónimo said...

gostei muito deste aqui, fui vê-lo às salas graças ao meu professor de história que insestiu. entrei com uma ideia de ver um filme do género "para dormir", sai com a conclusão que depois de "lost in translation", Coppola conseguiu surpreender-me outra vez. Quanto à banda sonora, concordo plenamente, o resultado disso foi comprar o cd. Para quem quiser ver uma biografia diferente ou alternativa de um ícone hisórico, este aqui é apropriado.

15 de junho de 2007 às 17:11  

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