Deuxieme


quinta-feira, junho 21, 2007

Paz Vega: Sensualidade santificada




A propósito de Teresa Corpo de Cristo, de Ray Loriga, já em cartaz nas salas nacionais, um filme que mistura misticismo com sensualidade, a PREMIERE, encontrou-se com a protagonista em Madrid, para falar da sua ‘interpretação carnal’, neste ‘biopic’ sobre Santa Teresa d’Ávila.

Por José Vieira Mendes (em Madrid)

PREMIERE: Como é que interpretou um papel tão difícil como o de Santa Teresa d’Ávila, com toda a sua sensualidade pessoal?
PAZ VEGA: Foi um papel muito difícil sem dúvida, sobretudo pelo seu peso histórico e pela importância desta mulher na vida das pessoas de religião católica. Agarrei o papel como muita humildade e com uma ajuda fundamental do realizador e acima de tudo muito respeito, pois recriar a vida de Teresa é algo de muito pretensioso. Tentei por isso, cingir-me ao que o realizador queria mostrar, e foi uma experiência maravilhosa.
P.:Mas esta é uma visão algo polémica uma vez que introduz alguma sensualidade e forma de pecado numa figura extremamente religiosa…
P.V.:Sim, mas a própria história de Teresa tem a sua componente sensual porque ela amava perdidamente Deus, de uma forma por vezes carnal, ainda que muito espiritual. O filme baseia-se no seu primeiro livro, que se chama Vida, onde relata a sua experiência mítica que serviu de mote ao filme para que chegasse às pessoas de uma forma cinematográfica a sua vivência.
P.: Este é um filme que nos fala de um poder feminino forte, onde se demonstra a ousadia de Teresa ao desafiar as convenções históricas e sociais e a seguir um caminho delineado por si mesma. ..
P.V.:Esta atitude é, sem dúvida, uma das características básicas para se construir e interpretar a personagem – uma mulher que se nega a aceitar os horrores que a sociedade lhe impõe, ou se limita a ser mãe, ou esposa de alguém, ou filha de alguém. É na procura de uma liberdade que ela encontra no seu caminho o misticismo, a reunião com Deus. Para mim trata-se de uma mulher que descobre que somente se pode libertar física e intelectualmente através da religião.
P.: De que forma Teresa sendo uma mulher tão culta e instruída, revoltada com a ideia de lhe limitarem o conhecimento, se dedica avidamente a uma religião e a Deus?
P.V.: Penso que, por um lado, é uma personagem muito inteligente e conhecedora, que também pode ser fria e calculista e que, por outro lado em certos momentos do filme também é alguém quente, com muita paixão e amor dentro de si, ama sem limites – são duas características que enchem esta personagem de riqueza.
P.: De que forma a personagem Teresa se encontra em si mesma enquanto pessoa?
P.V.: Creio que possuo ambas as características que referi há pouco que nela se encerram. Eu venho de Sevilha, do sul de Espanha, onde as mulheres são muito apaixonadas e sobretudo carregam muita força consigo. Por outro lado também tenho uma faceta mais racional, sem lhe querer chamar fria, mas que faz parte da minha personalidade e que acho necessária à minha vida. Eu não feminista, pois penso que isso faz com que as mulheres deixem de ser o que são ao se quererem equiparar ao homem. Uma mulher pode ser tudo aquilo que quiser sem comparações ou outros apoios, e uma mulher tem de ser o que é como os homens tem de ser exactamente o que são, são percursos separados mas que em simultâneo se complementam. Para além disso, também sou religiosa, ainda que não seja praticante.
P.: Como é que reage à má aceitação do filme em Espanha, que é um país tão religioso?
P.V.: A reacção não foi boa. Houve sobretudo um certo público que foi ver o filme por causa do cartaz. No cartaz a minha imagem serve para divulgar mas sobretudo vender o filme. É uma estratégia de marketing, e para mim não explica nada do filme em si. Muitos foram os católicos e religiosos que fugiram deste filme com medo do que viram no cartaz, e é uma pena pois está bem retratada a figura de uma Santa dotada com muita honra. E que de certa forma se pode associar a uma heroína do seu tempo, quer em termos de Igreja quer em termos de Mulher enquanto ser humano. Assim muitos fugiram ao filme com receio de me ver a mim numa interpretação recheada de um conteúdo sexual considerável, o que não é verdade. Espero por isso que noutros países não se passe a mesma situação.
P.: Para o futuro, agora que foi mãe recentemente, como se encontra a sua agenda?
P.V.: Agora vou gozar umas férias em Julho, mas para este Verão tenho dois projectos, e conto começar a trabalhar já em Agosto, em Los Angeles.

Menu Principal

Home
Visitantes
Website Hit Counters

CONTACTO

deuxieme.blog@gmail.com

Links

Descritivo

"O blogue de cinema"

  • Estreias e filmes em exibição
  • Próximas Estreias
  • Arquivos

    outubro 2006 novembro 2006 dezembro 2006 janeiro 2007 fevereiro 2007 março 2007 abril 2007 maio 2007 junho 2007 julho 2007 agosto 2007 setembro 2007 outubro 2007 novembro 2007 dezembro 2007 janeiro 2008 fevereiro 2008 março 2008 abril 2008 maio 2008 junho 2008 julho 2008 agosto 2008 setembro 2008 outubro 2008 novembro 2008 dezembro 2008 janeiro 2009 fevereiro 2009 março 2009 abril 2009 maio 2009 junho 2009 julho 2009 agosto 2009 setembro 2009 outubro 2009 novembro 2009 janeiro 2010 fevereiro 2010 março 2010 abril 2010 maio 2010 junho 2010 julho 2010 setembro 2010 outubro 2010 novembro 2010 dezembro 2010 janeiro 2011 fevereiro 2011

    Powered By





     
    CANTINHOS A VISITAR
  • Premiere.Com
  • Sound + Vision
  • Cinema2000
  • CineCartaz Público
  • CineDoc
  • IMDB
  • MovieWeb
  • EMPIRE
  • AllMovieGuide
  • /Film
  • Ain't It Cool News
  • Movies.Com
  • Variety
  • Senses of Cinema
  • Hollywood.Com
  • AFI
  • Criterion Collection