Deuxieme


domingo, junho 10, 2007

Porque vamos ao cinema?

Num artigo recentemente publicado na Entertainment Weekly, o jornalista Mark Harris pinta um cenário negro, como o céu de Mordor, em Hollywood. Depois de ter visto as sequelas de Shrek, Homem-Aranha e Os Piratas das Caraíbas, Harris decidiu empregar a sua pena com o nobre intento de alertar as mentes por detrás dos grandes estúdios, dizendo qualquer coisa como Não vão por aí, meus senhores!

A ligação para o artigo completo encontra-se no inicio deste post, contudo, podemos adiantar que, de uma forma geral, o jornalista defende a ideia de existir actualmente um publico alvo, denominado “the people”, o qual dita as regras da industria cinematográfica norte-americana. Melhor, a indústria serve-se da suposta existência deste grupo para criar obras grandiosas, servidas por orçamentos astronómicos, e que se assumem hoje como autênticos espectáculos de verão pois, é isto que o publico quer.

Por cá ainda não tivemos a sorte, ou o azar, de ver Shrek 3. Contudo, vimos já Homem-Aranha 3 e constatámos que por estas bandas, assim como aconteceu nos Estados Unidos, o filme não foi tão bem recebido como os dois que o antecederam. Quer pela crítica, quer pelos fãs. Mas, significará isso que não será realizado um Homem-Aranha 4 nos próximos tempos? É quase certo que não.

Harris afirma que os estúdios anunciam anualmente grandes filmes para toda a família, mas escondem que o seu alvo manifesto, o tal “the people”, são jovens na casa dos 15-24 anos, sobretudo rapazes, e os mais pequenos (acompanhados por quem os levar ao cinema). E isto acontece porque estes são os dois grupos demográficos cujos produtos pretendidos são mais facilmente identificados. No fundo, estes são os únicos que permitem um retorno considerável do investimento feito. Todos os restantes são tratados como uma minoria, especialmente as mulheres (que têm direito a um filme ou dois por verão), e a terceira idade (que para Hollywood significa toda e qualquer pessoa com mais de 35 anos).

A questão que colocamos neste blog, e à qual gostaríamos apenas que respondessem após terem lido o artigo na integra, é se desse lado alguém sente que faz parte de uma maioria (caso seja um adolescente do sexo masculino ou, simplesmente, um petiz), ou de uma minoria (se pertencer a qualquer outro grupo demográfico)? Existirá mesmo algum tipo de discriminação nos lançamentos de Hollywood, ou este é apenas um ano incaracterístico? Estas não parecem ser perguntas de resposta fácil.


Alvy Singer

22 Comments:

Blogger Princess Aurora said...

Este é simplesmente um ano condicionado a factores previamente preparados tanto pela indútria,como pelo público, quer pelos avanços tecnológicos. O público vejo-o como nunca "estúpido" sabendo bem o que vai no mundo e quer poder ter a oportunidade de o ver no grande écran.
A indústria ainda menos estúpida é, o que faz é dar ao público o que ele quer ver, mas em bruto, e aí reside a grande falha.
Dão os efeitos, o execesso dos efeitos, acompanham e fazem "evoluir a evolução" tecnológica (passo a redundância estranha e bizarra), para de seguida se ficarem por aí. E como afirmei o público não é estúpido, um miúdo de 15 anos sabe bem o que quer, o miúdo de 15 viu Matrix possivelmente aos 11 anos em dvd, o mesmo miúdo viu um mar de possibilidades ser-lhe roubado por uma dúzia de trilogias engrandecidas por explosões, diálogos pobres, personagens cansadas e finais em aberto.
A indústria está sim com uma verdadeira "branca", falta sangue novo, nada que um box office geralmente fraco este Verão não os faça repensar a sua situação.

LG

10 de junho de 2007 às 09:05  
Anonymous Anónimo said...

Isto significa que os adolescentes entre os 15 e os 24 anos são seres simplificados, que aceitam produtos mais básicos sem os questionar? Discordo. Todo e qualquer cinéfilo deve ser capaz de distinguir uma obra de qualidade, e não importa aqui a sua idade. Mas isso não quer dizer que não tenhamos todos os nossos guilty pleasures, e gostemos por vezes de obras criticadas pela maioria.
Se disser aqui que um dos meus filmes preferidos é "O Padrinho", quase todos concordarão que esta é uma obra incontornável. Mas, se disser que gosto de igual modo de "Quatro Casamentos e Um Funeral", o que é que isso faz de mim?
Em relação às maiorias e minorias, posso dizer que até finais de Agosto talvez fassa parte do tal grande grupo, o "the people", que consome estes filmes de Verão. Mas, em Novembro e Dezembro, quem é que será o "the people"? Certamente que lá estarei a ver os grandes candidatos aos Oscares, por muito incorente que isso seja...

10 de junho de 2007 às 12:31  
Anonymous Anónimo said...

Possuindo eu actualmente 20 anos, e já tendo 10 anos de cinema em cima, posso talvez falar das duas faces da moeda. Vejamos...

Quando somos mais novos, dos 10 aos 13, 14 anos (no máximo), não me parece que se vá ao cinema ver um filme que quando saimos da sala ficamos a pensar e a pensar sobre o mesmo, e caso entremos num filme desses o mais certo é começarmos a "desligar-nos" e a fazer outras tantas coisas. escusado será dizer que não é preciso eu ter passado por isso pois os filmes que via nessa altura eram os chamados "fast food", era comer e nem questionar o que comemos. Mas não é preciso ter passado por isso para se ver que realmente é isso que acontece. Quantas vezes já não fomos ao cinema, já em idade mais avançada, à procura de experiências agradáveis e levamos sempre com um grupo de jovens que não se sabem portar melhor que um grupo de babuínos?! Entraram no filme errado?! Paciência, tivessem pensado antes de entrar, o que não falta ai é o Scary Movie 23954 ou um outro qualquer filme que saiba encher as medidas destas mentes (cada vez mais) vazias. Mas as produtoras (que segundo o artigo, deverão ser as principais causadoras desta vaga de fracas ideias e somente procura de lucro) não se estão a preocupar se o espectador vai ou não gostar de um filme e ficar a pensar nele para toda a eternidade. As produtoras não querem saber se uma pessoa fica a pensar no que Bill Murray disse ao ouvido de Scarlett Johansson. Uma produtora não quer saber se compreendemos a complexidade de tantas relações que existem em tantos filmes, ou as situações que nos fazem pensar. O que as produtoras se preocupam é: essa actriz é gira?! O filme tem muita acção?! Então e "comédia" non-sense?! E vai render o suficiente para que consigamos esticar isso a umas dezenas de sequelas?! Então força nisso.

Mas não é correcto estar a colocar todo o peso das culpas nas produtoras, nem nos realizadores, argumentistas ou quem quer que sejam os responsáveis em criar estes filmes. A culpa também é em muito atribuída a esses espectadores que não vão à procura de algo mais do que pura e descomprometida diversão. Uma one night stand que não nos vai andar a chatear nunca mais. É bom durante aquele tempo, e acaba por ai. Se estas pessoas que aceitam este tipo de filmes sem sequer pensarem no que estão a ver, começassem a pensar que poderiam ir ao cinema, que é uma arte, e apreciar uma obra totalmente refrescante e que fosse diferente do que já foi feito em todos os aspectos, talvez não andassem a alimentar estas produtoras que não vêm mais nada à frente do que simples notas.

Quem sofre com isto?! É o outro lado da moeda que não ficou esquecido. E mais uma vez eu posso dar um exemplo, o meu. Se até aos meus 13/14 anos sempre vi filmes só porque eram divertidos e acabou ai, a partir dessa minha idade comecei a perceber que havia filmes que me emocionavam, me faziam pensar. Eu sentia uma onda devastadora de emoções que nunca havia sentido em experiências anteriores. Foi sem dúvida a viragem que me levou a ver que filmes há muitos, mas há que saber escolher aqueles que podem significar algo, porque são esses que se podem intitular de obras, numa arte que está a ser invadida de lixo e mais lixo sem que o espectador dê conta. Mas onde é que os bons filmes sofre com isso? Se as produtoras sabem que com um produto já testado no mercado, e uma fórmula já muito usada ainda funciona e lhes dá riqueza, arriscar em novas histórias e propostas que tragam algo de novo ao cinema é, como disse, muito arriscado e pode realmente leva-las à riqueza, mas também pode leva-las ao insucesso. E entre arriscar algo bom ou algo que renda, a escolha é óbvia. Surgem ainda algumas surpresas, mas até que ponto é que essas surpresas tiveram o caminho aberto como tantos outros filmes com SUCESSO estampado no guião? Ou seja, bons filmes que se podem apelidar mesmo de BONS FILMES cada vez tem sido mais raro, e se não nos contentar-mos com o BOM que nos é oferecido nos vários filmes que vão surgindo (e confesso, que alguns até são muito bons) acho que acabamos por aperceber-nos que poderíamos conseguir muito melhor e não era preciso estar a pegar em formulas já gastas.

Ano incaracterístico? Eu acho que este é mais um ano tão característico como todos os outros. E quando comparados com anos anteriores, este mesmo assim consegue estar muito acima do que já se viu há uns anos atrás. As estreias que ai vão surgir são de muito maior qualidade. A ansiedade é bem maior. Mas, se vão realmente ser bons filmes? Não sei! Mas por menos, as premissas, assim o indicam.

10 de junho de 2007 às 14:38  
Anonymous Anónimo said...

desculpem o duplo comentário, mas eu só li os comentários dos restantes leitores depois de escrever o meu para não me influenciar e só me lembrei deles depois de enviar o meu :P

Princess Aurora

Não concordo quando diz que este verão esteja fraco. E o box office muito menos fraco está depois do que já foi visto com filmes como o Spider-Man 3 ou Pirates of the Caribbean 3. Se a qualidade foi boa, isso é outra conversa, mas o box office disparou em flecha, e ainda faltam filmes que o vão fazer disparar de igual modo: Transformers (5 Julho), Die Hard 4 (28 Junho), Shrek 3 (21 Junho), Harry Potter e a Ordem da Fénix (12 Julho), Os Simpsons (26 Julho), Disturbia (2 Agosto). E depois até ao fim do ano vêem outros tantos como: A Mighty Heart (6 Setembro), The Bourne Ultimatum, 28 Weeks Later (ambos 20 Setembro), Stardust (27 Setembro), The Kingdom, Resident Evil: Extinction (ambos 11 Outubro), The Brave One (25 Outubro), The Golden Age (1 Novembro), American Gangster (15 Novembro), Beowulf (29 Novembro), National Treasure 2 (20 Dezembro) e I Am Legend (27 Dezembro). E ainda faltam alguns que também vão ter o seu sucesso garantido e o número deles que disse (e que não disse) mas que arrisco dizer que possuem alguma qualidade, são muitos mais que nos outros anos.

playstation

"Quatro Casamentos e Um Funeral" é também um filme incontornável. Claro que "Godfather" é um daqueles que ninguém deve deixar de ver, mas "Quatro Casamentos e Um Funeral" é um outro filme que também todos devem ver.

10 de junho de 2007 às 14:52  
Blogger Luis Oliveira said...

Bom, parece que há por aqui muita gente de 20 anos. Cá vai mais um, eh eh..

Bom, em relação ao tema, eu tenho uma opinião semi-formada, mas se a fosse enunciar aqui, acabava o ano antes de eu a explicitar por completo.

Na verdade é um problema complicado, demasiado complicado para ser resolvido num post de um blogue. A verdade é que há gostos e gostos, e no que a isso diz respeito, nenhuma autoridade temos para restringir ou contestar os motivos que levam cada um de nós a uma sala de cinema.

Sejamos directos: enquanto houver incentivo a produzir entertainment, tal continuará a existir; e enquanto o público estiver para aí virado, nada o fará contrariar. O que falta é uma consciência societal acerca da utilidade do cinema, assim como da importância de todas as modalidades de arte que cimentam a nossa cultura. A haver isso, num novo e completo padrão de comportamento humano, talvez.. talvez mude alguma coisa. Até lá, ninguém duvide que as produções estão viradas para o "the people". Ninguém! É demasiado óbvio para contrariarmos tal facto.

Eu podia ser fundamentalista como o Park Chan-Wook e dizer que "o cinema só serve pra arte, e se há alguém que lá vai para relaxar, então que vá a um SPA", mas de nada me serve pensar dessa forma, pelo menos enquanto partilhar de uma visão minoritária da coisa. É ingrato? É. É negativo? É. É um cenário pessimista? É. Que não hajam dúvidas. Mas apregoar a cantiga do "deixem os artistas fazer arte" é o melhor e máximo que podemos fazer para contrariar a tendência actual.

10 de junho de 2007 às 15:08  
Anonymous Anónimo said...

Eu, com 15 anos, faço parte das ondas de Verão mas faço também parte das minorias de Inverno, pois vou todas as semanas ao cinema. Infelizmente, não tenho muita escolha, visto existirem apenas 5 salas de cinema, sendo 4 delas localizadas num shooping, tendo portante os filmes mais rentáveis, que nem sempre são os de melhor qualidade, e a última num local deixado ao abandono que muitas vezes passa despercebido, mas transmite os melhores filmes. Nesse mesmo cinema, a sala costuma ter 5 a 6 pessoas, e são, sem dúvidas, pessoas mais velhas. Penso que as pessoas, jovens em particular, já não são tão exigentes quanto ao filme que vão ver e esse é o grende problema. No meu caso em particular, não vou ao cinema para fazer barulho ou desrespeitar de qualquer maneira as outras pessoas. Gosto de apreciar um bom filme e sair da sala a pensar no filme que acabei de ver. Detesto tanto como todas as outras pessoas os grupos de "arruaceiros" que nada mais tem a fazer se não pertubar as pessoas que tentam apreciar um filme. Mas não é por estes tristes incidentes que vamos menosprezar todos os grupos de adolescentes que aparecem. Resta-nos o Inverno que parece esfriar a vontade destes grupos de ir ao cinema estragar o filme a todo o público e a chegada de melhores filmes .

10 de junho de 2007 às 18:00  
Anonymous Anónimo said...

Tenho 20 anos, e com os meus 13/14 anos vi o Rambo, e mais outros tantos filmes de acção, que na altura aquilo para mim era "os filmes" mas actualmente não quer dizer que não veja novamente esses filmes, assim como asseio pelo novo Rambo da mesma forma em que vi os outros.

a história de deixar os artistas fazer arte é bom de se ouvir , mas difícil para as produtoras fazer, pois muitas das vezes gastam muito da produção e no box-office não rende muito e por isso as mesmas querem apostar em "apostas garantidas" ou as tais formas que sempre funcionam nas bilheteiras, mas espero que como aconteceu com 300 um filme para os efeitos e tudo mais que tem custou +/- uns 70milhoes devido a ser filmado em "ecrã-verde" e o resto foi trabalho de pós-produção, isso faz com que o filme fique muito mais barato do que filmar o filmes em "formato normal". mas isto já leva para outra questão que é : "Qual o valor da arte?" será que uma produção mais cara vale mais do que uma mais barata? etc.. etc..

mas cada vez mais vemos que esse "the people" é que faz com que as produtoras pensem cada vez mais nos filmes que vão produzir...

10 de junho de 2007 às 23:56  
Anonymous Anónimo said...

A arte hoje me dia não faz dinheiro, vemos o caso de filmes como The Fountain, entre outros, é assim que anda as salas de cinema: muita pipoca e pouca inteligência

11 de junho de 2007 às 00:03  
Blogger Starfox said...

Mas também não significa necessáriamente, que seja resultado do interesse do mercado demográfico que o filme "não consegue" penetrar.
Essa será talvez a palavra-chave, penetrar no mercado, quer seja por publicidade, disponibilidade(salas de cinema) ou tempo a ser exibido.
Raramente um filme que não seja Blockbuster Hollywoodesco têm á partida, boas possibilidades de vingar, se não for um HIT surpresa que faça *click* na comunidade, quer seja por uma ou outra razão.

11 de junho de 2007 às 00:15  
Anonymous Anónimo said...

Não concordo que uma pessoa quando tem 12,13,14 anos só gosta de ver filmes "pipoca". Acho que isso depende de pessoa para pessoa. Tenho 22 anos e com os meus 11, 12, 13 anos já salivava por filmes como L.A. Confidential ou Seven. Actualmente, sou capaz de salivar por qualquer tipo de filme. Adoro ir ver "The Departeds", "Little Miss Sunshines", mas também adoro ir ver um filmezito "pipoca", quanto mais não seja para me entreter um bocado e me perder na magia do cinema, porque, apesar de tudo, são esses filmes cheios de efeitos visuais notáveis que continuam a fazer do cinema algo mágico, transportando-nos para mundos só possíveis com a magia do cinema. Ou seremos todos nós demasiados "importantes" que não conseguimos desligar o cérebro durante duas horas e aceitar a diversão que um filme "pipoca" nos pode proporcionar...?

11 de junho de 2007 às 09:40  
Blogger Alvy Singer said...

A ideia de que a arte não faz dinheiro não deixa de ser preocupante, F. Mas, creio que só assim é que é a industria pode respirar e caminhar saudavelmente. Aqueles que facturam representam o 'relaxamento' e a diversão que Chan-Wook rejeita. Todos os outros, aqueles que arrastam meia duzia de curiosos, representam as mais nobres mensagens que a sétima arte pode transmitir. Desde que haja uma harmonia entre estes dois géneros, nunca um cinéfilo fará parte de uma maioria ou minoria.

11 de junho de 2007 às 09:57  
Anonymous Anónimo said...

Cipri

não digo que realmente não possa existir pessoas nessa faixa etária que menciona e que já gostem de ver filmes como LA Confidential ou Seven, mas o que quis dizer, é que por norma, nessas idades não se procura bons filmes, mas sim divertimento. o que nem sempre é compatível... na maior parte das vezes é mesmo impossível de se juntar.

agora, porque razão os tais filmes que trazem ao cinema a magia que o torna único, ou seja, os filmes cheios de efeitos especiais e cenas de acção de ficar colado à cadeira, não podem ter histórias boas e algo que nos toque?! não digo que não existam, assim de repente lembro-me do V For Vendetta, mas não vejo qualquer razão para que num filme com bons efeitos especiais e grandes cenas de acção e tudo o demais, não possam ser algo igualmente único...

É que eu mesmo vejo filmes só para entreter, mas já não corro atrás deles como antes o fazia, porque procuro algo mais do que filmes onde tenha de "desligar o cérebro". desde quando em tempo algum, alguém PAGA para entrar numa sala de cinema e deixar o cérebro em casa?! não acho isso de modo algum correcto...

11 de junho de 2007 às 11:15  
Anonymous Anónimo said...

Também pertenço ao grupo alvo dos "vinte e poucos". No entanto sinto-me uma minoria, sim. Após os óscares, entramos num "deserto" sem filmes que me apelem. Sou uma minoria, porque quando saio com os amigos para irmos ao cinema, o "grupo" enumera um sem-número de filmes que nunca me interessariam. Eu, como mtos de vocês interesso-me por filmes que são raridades encontrar nos cinemas de hoje.

Diga-se, que cá no Porto, o cinema AMC no Arrabida Shopping, era um ponto de encontro para cinéfilos que queriam ver aqueles cinema fora dos "pipoqueiros" do costume. Ha uns meses, e como seria de prever, o AMC faliu, e foi substituido pelo UCI. Infelizmente, surgiu com uma forma de seleccionar os filmes em cartaz bem diferente, e raramente temos direito a filmes que não sejam os blockbusters do costume (a.k.a. filmes dos Lusomundo). Tem vindo a haver uma adaptação das salas de cinema aos desejos do segmento de mercado que ainda vai ao cinema... Uma minoria, sinto-me. Mas não posso censurar os cinemas... Nem o público.

11 de junho de 2007 às 15:21  
Anonymous Anónimo said...

Na minha opinião, o que acontece é simplesmente isto.... Hollyood é perita em conceber fórmulas novas para o mercado de cinema americano funcionar, o problema é que essa fórmula é explorada ao máximo da exaustão....o que leva à ruptura dessa própria fórmula o que afasta por uns tempos as pessoas ao cinema, mas é uma situação temporária...logo, logo existe outra fórmula e pronto...repete-se tudo.... é um círculo vicioso... a améria divide-se entre a qualidade e a quantidade, muitas vezes a quantidade ganha(infelizmente). Porque o cinema da pipoca sempre houve e sempre vai haver, mas o bom cinema esse.... é como a chuva, vem só de vez em quando.....

11 de junho de 2007 às 17:14  
Anonymous Anónimo said...

Já não chove há algum tempo, Corvo... A ultima vez que me molhei foi quando vi 'À Procura da Terra do Nunca'. Completamente encharcado!

11 de junho de 2007 às 17:24  
Blogger Luis Oliveira said...

Pois, lá está.. é o aquecimento global, e os culpados são mesmo os EUA.

11 de junho de 2007 às 18:55  
Blogger Miguel Ferreira said...

Recordo de comentar aqui as expectativas enormes que encerrava em relação aos terceiros capítulos, Piratas e Homem-Aranha, eu e outros entusiastas, embevecidos pelos trailers e pelo bom entertenimento que estas sagas constituiam.Realmente agora existe um sabor amargo na boca, de desperdício de tempo, de dinheiro e de imaginação e novidade. Pegam-se na formulas e renovam-se recicla-se uma e outra vez, porquê?Porque dá dinheiro, e viu-se ambos rebentaram nas bilheteiras, e vão rebentar se o filão continuar.Concordo em absoluto com o texto quando diz que se fabricam produtos para um grupo, o que compra, e foi claro as vontades da grande industria nestas terceiras partes, ali já não havia cinema, tinhamos bonecos ocos a caminhar e a saltar dentro dos melhores efeitos, dos que estão mais na berra, como quem diz: já viram o que somos capazes de fazer?É tudo muito bonito mas e o resto, onde fico eu, rapaz de 25 anos que sempre gostou do ultimo tossir e do fechar das luzes, onde fico eu que para ver um filme bom tenho de ir a capital e procurar pela sala escondida onde o filme é mal tratado?Se há uma balança pende definitivamente para esse grupo que consome estes objectos cada vez mais vazios, mais plásticos.O resto pratica a pirataria, a unica forma ver verdadeiro cinema.

11 de junho de 2007 às 23:54  
Anonymous Anónimo said...

Marco "cinemaniac":

Talvez me tenha expressado mal. O que queria dizer ontem é que não me importo de de vez em quando desligar o cérebro e ver uma banhada no cinema que me permita acima de tudo, me entreter e abrir a boca de espanto com o que os computadores podem fazer hoje em dia! E claro que a magia do cinema não são só efeitos visuais e explosões! Uma boa história, um filme simples mas que me toque cá dentro, valem mais que mil explosões! A cena final de Million Dollar Baby por exemplo, deixou-me completamente KO, com pele de galinha e não havia um único efeito visual além do melhor efeito que um filme nos pode transmitir: emocionar-nos... A verdade é que o público em geral, principalmente os mais jovens, só gostam de "banhadas". Enquanto eu andava aí todo ruído para ver Cartas de Iwo Jima, os meus amigos vão ver o Norbit e acham-o o melhor filme do ano!!!!!!!!!!! O filme mais visto pelos "tugas" até agora é o Bean!!!!!
Mas isto já não é novidade para ninguém. chegada esta altura, estreiam os grandes (entenda-se por grandes em orçamento) filmes, entre Maio e Setembro é sempre assim. depois, lá para o meio do Inverno, estreiam normalmente os grandes filmes, aqueles que iram estar presentes em todos os prémios! Os grandes estúdios certamente que não iram mudar esta filosofia, porque o principal é fazer dinheiro. A Arte, fica para depois ou para a altura dos Óscares...
Só não concordo que divertimento e um bom filme não se possam juntar, simplesmente, porque quando estou a ver um bom filme, certamente que me estou a divertir à grande! Sim, ando farto de tantas sequelas (apesar de, heresia para muitos, ter adorado o 3º Homem-Aranha!), principalmente porque começa a ficar cansativo, chato e ridículo ver sempre os "mesmos" filmes, as mesmas personagens, a história perde a frescura, o objectivo é só fazer dinheiro. Mas, digam lá, apesar desta overdose anual de sequelas que eu me queixo e muitos se queixam, alguém se vai queixar para o ano quando estrear o 4º Indiana Jones...!? Mas Indiana Jones já é outra "sopa"!!!!! Bom cinema para todos!

12 de junho de 2007 às 09:53  
Anonymous Anónimo said...

Cipri

Mas isso é o que todos temos de fazer... acho que também estar sempre a ver filmes que nos fazem pensar e pensar, chega a uma altura que temos de desanuviar.
Por acaso eu também adorei o Homem-Aranha 3, mas tenho que admitir que, como dizem na Premiere e em tantos outros sitios, a história e a complexidade que lhe querem dar, acaba por ficar perdida nas suas próprias teias. Mas achei um bom filme que gostei muito. Mais que os Piratas das Caraíbas 3, que não me ri tanto (por mais estranho que pareça), era muito longo e chegou-me a aborrecer.
E o Bean não é o filme mais visto pelos portugueses, foi, mas agora é o Homem-Aranha 3 que duas ou três semanas depois da estreias já tinha arrecadado 1 milhão de euros, em Portugal mas agora não sei se os Piratas chegaram a ultrapassa-lo.
E por acaso, o Indiana Jones nunca me agradou lol Vai depender muito do que irão fazer neste quarto filme, mas duvido que vá ser algo que me chame muito.
Mas voltando ao tema, é lógico que todos temos por vezes de desligar o cérebro para assistir a certos filmes, e mal de nós se não o fizéssemos, mas só acho mal que realmente tenhamos de o fazer.

12 de junho de 2007 às 10:45  
Anonymous Anónimo said...

O 3º Piratas também me desiludiu, também o achei longo e um tanto aborrecido. Quanto a Indiana Jones, é uma das minhas trilogias de eleição (juntamente com a 1a trilogia Star Wars, O Padrinho e Senhor dos Anéis), mas, gostos são gostos!!!!!!lol

12 de junho de 2007 às 14:08  
Anonymous Anónimo said...

Ah, quanto ao Bean, a última vez que me informei, era o filme mais visto em Portugal. Tenho que me informar mais vezes para não dizer coisas erradas!lol

12 de junho de 2007 às 14:13  
Blogger Alvy Singer said...

Acho que chegou a altura de partilhar isto: a música de Indiana Jones, desse génio que é John Williams, é o meu toque de telemovel. É só isto.

12 de junho de 2007 às 15:11  

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