Deuxieme


terça-feira, agosto 07, 2007

Amor à segunda vista.

Esta é a história de um filme que desiludiu ao primeiro visionamento, e que conquistou em definitivo ao segundo. Aquilo que acontecerá depois do terceiro, só o futuro o dirá. Hoje, Miami Vice é um grande filme.

Enquanto uns dirão que a opinião sobre um filme é algo imutável, inalterável com o passar do tempo, e que não vale a pena entregarmo-nos novamente à dolorosa experiência de assistir a tamanha atrocidade cinematográfica, outros há que gostam de revisitar alguém carrancudo e que nos recebeu de braços fechados. Foi assim que encontrei Miami Vice da primeira vez, numa sala de cinema, está a fazer agora um ano. Aquela que me pareceu ser, na altura, uma obra sisuda e prepotente, de um excepcional cineasta que se limitou a reproduzir até à exaustão uma técnica de filmagem da qual é exímio artesão, afigura-se hoje como um filme sólido, esteticamente irrepreensível, no qual Michael Mann recorreu a muitas das suas imagens de marca, é certo, mas, caramba, não é isso que distingue os bons realizadores uns dos outros?

Quando sai da sala do cinema há um ano, recordo-me de ter tentado comparar este filme com os anteriores de Michael Mann, e de procurar situar este título na sua filmografia. Seria este melhor do que Colateral ou Caçada ao Amanhecer? Seria melhor do que Heat, Ali ou O Informador? Nessa tarde, a resposta pareceu-me ser um redondo não.

Durante um ano, este título esteve a remoer cá dentro, pedindo insistentemente para ser revisto. A súplica foi finalmente atendida. E em boa hora o foi. Rever Miami Vice permitiu redescobrir alguns aspectos do filme que havia esquecido, e descobrir algumas coisas que passaram ao lado da primeira vez. Lá está, mais uma vez as expectativas estragaram o esquema. Até há um ano, nada do que Mann fizesse poderia estar abaixo da excelência. Ok, Ali não foi o seu melhor trabalho. Mas, no melhor pano cai a nódoa, e isso não era nada que não lhe pudéssemos perdoar. Contudo, depois de Miami Vice, o pano parecia estar a ficar com nódoas a mais.

Hoje, com a cabeça, o sofá e o comando no lugar, Miami Vice ganhou o lugar que por direito já era seu na estante aqui de casa. Já vimos Michael Mann fazer melhor. Colin Farrell continua a não conseguir prender. No entanto, basta um daqueles grandiosos tiroteios para vermos que estamos na presença de algo que em nada envergonha cenas míticas de Peckinpah ou John Woo. Não é que agrade particularmente andar a saltitar de opinião. Porém, a acontecer, que seja sempre neste sentido.

Alvy Singer

7 Comments:

Blogger Unknown said...

"Não é que agrade particularmente andar a saltitar de opinião. Porém, a acontecer, que seja sempre neste sentido."

E que sejam com filmes considerados.. bons.

Não queremos que Scary Movie passe de mau a bom... ou queremos? ...

Para o caso das dúvidas, não reveja nem veja nenhum dos filmes! :P

Mais vale prevenir...

7 de agosto de 2007 às 00:27  
Blogger dYn@ said...

Adora ver Miami Vice a série e sinceramente dificilmente alguém conseguirá fazer esquecer o carisma de Don Johnson como Sonny Crokett e de Philip Michael Thomas como Rico Tubbs.

Talvez por essa adoração tenha ido ver o filme ao cinema. O final surpreende, o que é de estranhar (...), mas o filme não conseguiu superar as minhas expectativas, apesar de ter gostado do filme.

7 de agosto de 2007 às 12:23  
Anonymous Anónimo said...

O pior filme de Michael Mann...

7 de agosto de 2007 às 15:04  
Anonymous Anónimo said...

Cada vez sinto mais aversão aos filmes Americanos de acção. Nem Miami Vice nem Missão Impossível,etc. Nunca os consigo ver até ao fim.
Gostei do Heat e do Ultimo dos moicanos

7 de agosto de 2007 às 15:32  
Anonymous Anónimo said...

Não gostei de Miami Vice e nem um 3º visionamento me faria mudar de opinião. Para mim o melhor filme de Michael Mann foi Heat.

7 de agosto de 2007 às 18:24  
Anonymous Anónimo said...

Eu adoro o Michael Mann desde que vi o Informador e o Heat. Também gostei bastante do Miami Vice e do Colateral e esta adoração é tão grande que nem permito continuar a ler alguns críticos que aprecio quando vejo que já vão desconsiderar our Mann.
E não sei porquê tenho reservas em ver o Ali...humm, mas o Informador é grande!

10 de agosto de 2007 às 17:39  
Blogger Juom said...

Ora comigo aconteceu exactamente o mesmo. Da desilusão inicial à inclusão na lista dos melhores 10 filmes do ano passado. São coisas que acontecem, e ainda bem que assim é, e que um filme pode crescer desta forma dentro de nós. É por isso também que o cinema é a mais grandiosa forma de arte do mundo :-)

12 de agosto de 2007 às 19:33  

Enviar um comentário

<< Home

Menu Principal

Home
Visitantes
Website Hit Counters

CONTACTO

deuxieme.blog@gmail.com

Links

Descritivo

"O blogue de cinema"

  • Estreias e filmes em exibição
  • Próximas Estreias
  • Arquivos

    outubro 2006 novembro 2006 dezembro 2006 janeiro 2007 fevereiro 2007 março 2007 abril 2007 maio 2007 junho 2007 julho 2007 agosto 2007 setembro 2007 outubro 2007 novembro 2007 dezembro 2007 janeiro 2008 fevereiro 2008 março 2008 abril 2008 maio 2008 junho 2008 julho 2008 agosto 2008 setembro 2008 outubro 2008 novembro 2008 dezembro 2008 janeiro 2009 fevereiro 2009 março 2009 abril 2009 maio 2009 junho 2009 julho 2009 agosto 2009 setembro 2009 outubro 2009 novembro 2009 janeiro 2010 fevereiro 2010 março 2010 abril 2010 maio 2010 junho 2010 julho 2010 setembro 2010 outubro 2010 novembro 2010 dezembro 2010 janeiro 2011 fevereiro 2011

    Powered By





     
    CANTINHOS A VISITAR
  • Premiere.Com
  • Sound + Vision
  • Cinema2000
  • CineCartaz Público
  • CineDoc
  • IMDB
  • MovieWeb
  • EMPIRE
  • AllMovieGuide
  • /Film
  • Ain't It Cool News
  • Movies.Com
  • Variety
  • Senses of Cinema
  • Hollywood.Com
  • AFI
  • Criterion Collection