Deuxieme


sexta-feira, setembro 07, 2007

Parecendo que não, o filme é bom.

Este pode ser entendido como um espaço de discussão em aberto, para a Pergunta do Dia de hoje. É verdade que a resposta, em si, já diz o mais importante da opinião de cada um, no entanto, como esta aparenta ser uma obra de digestão difícil, entenda-se, controversa, parece-me acertado deixar aqui um post simplesmente com o intuito de alguém poder dizer: Titanic é o melhor filme de sempre! Se bem que também aceitemos, Titanic é a maior banhada de todos os tempos!

A promessa de falar aqui de Titanic já vinha do post sobre o beijo de Leonardo DiCaprio e Kate Winslet, presente na lista dos 20 Beijos Inesquecíveis. E isso já foi há algum tempo. É verdade que nesse ponto, falávamos apenas desse momento em concreto, e da importância que ele tem no contexto da obra.

Na altura, como hoje, a melhor maneira que encontro para descrever este título, é a de que este é um filme do qual gostava de não gostar. Desde o primeiro visionamento. Nada disto surgiu depois da onda de encantamento em torno do filme ter desaparecido. Assim que abandonei a sala de cinema, o estado de estupefacção era gigantesco, maior do que o navio. Sai a dizer, mesmo para com os meus botões, Caneco, aqui está um filme para rever assim que puder. Minutos depois, a andar normalmente pelo passeio, mas ainda de boca aberta, pensei para comigo: Mas, espera lá, aquela cena em que ele estica os braços e grita I’m the King of the World não teria sido melhor se o realizador captasse logo o momento de trás, de forma menos saloia? Mais tarde, recordo-me da cena em que Jack ganha os bilhetes: Porque é que a pessoa que tem sempre a melhor mão no Poker fica para o fim?

Não pretendendo dar uma visão negativa do filme, que não é o caso, o certo é que, hoje, encontro aqui uma série de defeitos, uns mais gritantes do que outros, que durante o primeiro visionamento passaram completamente ao lado. No entanto, por mais limitações que evidencie, por mais frágeis que sejam os elementos que sustentam a narrativa, e por mais simplista que seja a caracterização das personagens (excepção feita a Rose), este é um daqueles filmes que não consigo deixar de gostar. Mais, que não consigo deixar de recomendar.

O filme tem imperfeições, ninguém o desmente. Contudo, o contraste da grandiosidade que o navio ostenta (sobretudo na segunda metade do filme), com a simplicidade de um romance que desponta (sobretudo na primeira metade do filme), faz desta uma obra que facilmente agrada a um espectador menos exigente. E, aqui sou o primeiro a admitir que não sou exigente. Muito pelo contrário. Quando penso em Titanic, penso num filme que parte de um pressuposto errado, o de contar uma história trágica que nada tem de romântica. Porém, à medida que o filme avança, vamos percebendo que ele não passa de um bilhete intemporal que nos permite entrar no navio dos sonhos. Quase sem o querer, a obra acaba por ser uma homenagem. E o que se pretende é isso mesmo, uma homenagem e um bilhete.

É principalmente esta homenagem, em conjunto com a sensação que jamais esquecerei, ao sair da sala, que faz deste título um dos meus maiores guilty pleasures. Há dez anos atrás, dizer que se gostava de Titanic poderia não ser forçosamente mau. Nos dias que correm, dizer que não se gosta quase que é melhor. Até pode ser o maior engano de sempre mas, a errar, que erremos em grande, caneco.

Alvy Singer

14 Comments:

Blogger Luis Oliveira said...

Eu continuo a dizer que o filme tinha tudo para ser memorável, tinha todas as premissas para ser um dos melhores da década de 90.

Mas não foi. Foi apenas razoável. James Cameron + Grande Orçamento não equivale a bom resultado. E 11 Oscares é abuso, seja para que filme for.

O facto de ser um romance não me levanta preconceito algum, pelo contrário, filmes deste género nos anos 90 são raros, e como tal suscitam sempre algum interesse. Este não me desiludiu, mas não me impressionou também. Tem demasiadas "manias" do género que, por exemplo, o díptico do Richard Linklater não tem.

7 de setembro de 2007 às 11:20  
Anonymous Anónimo said...

Para min mereceu os Oscares e as quantia que fez nas bilheteiras. ainda merecia mais, do tipo, não levar com comentários tão baixos poqrue este é sem duvida "o filme".
Número 2 na minha lista, a serguir de Sleepy Hollow :).

Quem não o viu ainda- Titanic- que o faça depressa, mas hoje em dia, penso que não fará tanto impacto a uma criança de 9 anos cmo em 97 me fez a min, devido ao tal avanço tecnologico que hoje abusa em Hollywood.

abraço

7 de setembro de 2007 às 12:14  
Anonymous Anónimo said...

O que relembro e continuo a achar memorável em Titanic é o desempenho de Kate Winslet, mostrando uma Rose que poderia muito bem ser uma mulher dos nossos tempos, longe da rigidez criada por todo o elenco de secundários.
Relembro também a opulência do interior do navio, em contraste com as secções das classes mais abastadas.

7 de setembro de 2007 às 13:31  
Anonymous Anónimo said...

Todos os filmes podem ser melhores do que são (Kubrick fazia takes até à exaustão sempre à procura do perfeito...). Acho, apenas, que Titanic ainda tinha algumas coisa onde podia ser francamente melhor.
É um filme que marca a diferença, num determinado periodo da história da sétima arte, e por isso deve ser considerado um marco no cinema. Mas, a meu ver, isso não significa que seja um dos melhores filmes de sempre. Como em 'Ben-hur', os 11 Oscares são um excesso. Longe de ser um festival de pirosices, o filme tem, sem dúvida, bastantes clichés: a filha revoltada (embora, bem interpretada), a mãe prepotente, o namorado que é o mau da fita, o pobre com um coração de ouro, o pau mandado do namorado que é o mau da fita, para que este nunca suje as mãos, enfim... O filme salva-se mais pela estética, do que por outra coisa qualquer. Dos onze oscares, nenhum foi para os actores... E, não me levem a mal, mas acho que se a primeira hora e meia, em vez de ser sobre um romance, fosse sobre um grupo de gangsters a querer despachar outro e, no final, andassem todos à procura uns dos outros durante o naufrágio, o filme seria ainda melhor... De qualquer forma, de 0 a 10: 7.

7 de setembro de 2007 às 13:47  
Blogger Cristina Tomé said...

Titanic é o filme mais rentável de todos os tempos e um dos que tem mais oscares. Foi um dos filmes mais caros de todos os tempos até então (com o orçamento estimado em 200 milhões) e isso reflecte-se em cada imagem que se vê do filme. Se é o melhor filme de todos os tempos? Está muito longe disso. Titanic, técnicamente, é muito bom e não admira que assim fosse devido ao dinheiro empregue nele. Contudo, a nível de história falha redondamente, tendo sido notória a sua ausência nas categorias de melhor argumento. Porque será? O que é o Titanic? Mais uma vez, é um Romeu e Julieta, mas que se passa em pleno oceano atlântico. Não tem muita originalidade e também não tem muita história. Penso que o salva o filme da mediocriade é o desempenho impecável da Kate Winslet, que foi crescendo ao longo desta última década, mas já deixando boa impressão nesse filme. As personagens são muito esteréotipadas e, com a excepção de Winslet,mais niguém consegue sobreviver ao naufrágio. Nem mesmo o talentoso DiCaprio que aprendeu a lição e que, actualmente, prefere filmar boas histórias com o Scorcese do que se meter em blockbusters sem sentido. O DiCaprio voltou praticamente a fazer o mesmo papel que tinha feito um ano antes de Romeu, mas sem os textos shakesperianos. Não admira que não tenha sido nomeado para os óscares. Simplesmente, não conseguiu desembaraçar de um papel tão fraquinho...
Aqui reside a grande falha do filme e do James Cameron. Na parte técnica, Cameron consegue brilhar e faz um filme primoroso, onde tudo está perfeito e condizente com a época que é retratada. Contudo, Cameron não é um argumentista por aí além. Ele simplesmente, desencantou personagens e uma história diria universal e meteu-os contra um background trágico, onde o que se esperava mais era ver o barco a ir ao fundo e, de facto, essa hora e meia final está estrondosamente bem feita.
Este foi um filme que teve o seu tempo. Foi um estrondo de bilheteiras na altura, mas não tem estofo de clássico. Acho que ganhou injustamente os óscares quando tinha um concorrente mil vezes melhor que ele, que era o L.A. Confidential, que tinha uma excelente história, excelentes desempenhos, excelentes décors, música e cinematografia e uma excelente realização. Acabou por ganhar em categorias onde o Titanic não tinha hipóteses nenhumas.

7 de setembro de 2007 às 13:51  
Blogger Barmaid said...

"Na altura, como hoje, a melhor maneira que encontro para descrever este título, é a de que este é um filme do qual gostava de não gostar."

Ora que bela descrição para alguns filmes que eu cá sei! Nomeadamente "O Santo"! E agora que arruinei toda a minha credibilidade cinematográfica, retiro-me, não sei antes pedir desculpa pelo off-topic do comentário!

7 de setembro de 2007 às 15:54  
Anonymous Anónimo said...

Contrariamente a waveygirl, acho que Titanic é de facto um clássico, e tem estofo de clássico. L.A. Confidential é para mim também um clássico.
Convém lembrar que nem sempre os clássicos são excelentes filmes, ou os melhores filmes jamais realizados. Por vezes os clássicos são filmes que marcaram o seu tempo, e isso é algo que não podemos negar a Titanic.

Por vezes os clássicos são mesmo filmes mauzinhos (vá lá mesmo muito maus) mas que por qualquer motivo tem um lugar entre as nossas fitas de eleição.

7 de setembro de 2007 às 19:05  
Anonymous Anónimo said...

Considerem-no bom ou mau, o facto é que no ano de 97 era rara a pessoa que não queria ir ver, ou rever o filme... Até em pequenas localidades do interior de Portugal o filme foi reposto 2 vezes na mesma noite, com salas cheias até bem perto das 5 da madrugada! Lembro-me perfeitamente que o filme era assunto de conversa em todo o lado... Até o meu pai, que não é muito amante de cinema, foi ao velho cinema da batalha no Porto (agora extinto?) para ver o filme e não adormeceu!!!... Espectáculo com tanta afluência, só me lembro mesmo dos jogos da equipa Portuguesa no campeonato europeu e no mundial de futebol!!! Se este filme não é um marco na história do cinema, não sei o que será! E o facto é que não há ninguém que não se lembre deste filme, tal como não há ninguém que não se lembre de “ET” ou “Tubarão”...sim sou um amante de Spielberg.. E já agora, outro segredo: tenho a edição de coleccionador de Titanic; são 4 dvd e recomendo esta edição a toda a gente!

7 de setembro de 2007 às 21:27  
Anonymous Anónimo said...

Ja tinha postado aqui mas faço das palavras do Paulo, minhas. Sublinho também que não me lembro de ver o cinema de Silves esgotado na minha vida. Nem me lembro de nenhum filme antes e pós 97 que tenha sido exibido 2 vezes (semanas), sendo que este Titanic foi mais que 2, não me recordo mas apostava umas 4 ou 5 semanas (o cinema tinha uma sala)...

Mais que um marco, repito que Titanc é o "tal filme"

8 de setembro de 2007 às 21:29  
Blogger Berto said...

Todos sabemos que actualmente "Titanic" é um filme que é cool dizer-se mal e rebaixá-lo. Eu adorei quando estreou, e adoro-o agora, mesmo contra a onda negativista que se instalou.
Foi um filme que mexeu e mexe com as minhas emoções como poucos o fazem. É certo que tem falhas e muitos clichés, principalmente na 1ª parte, mas na 2ª parte num terreno onde Cameron se sente como peixe na agua, o filme brilhou.
penso que no geral é um filme que marcou a história recente do cinema e é um dos porta-estandartes dos anos 90.

9 de setembro de 2007 às 11:31  
Blogger Cristina Tomé said...

Concordo com o que alguns comentadores disseram: existe o cinema antes e depois do Titanic, em termos de audiência, de orçamento, de lucros...este filme continua a ser o filme mais lucrativo de sempre e nem mesmo a prequela mais esperada de sempre, que foi o Star Wars 1, conseguiu ultrapassar o recorde do Titanic.
Mas, o que digo agora, já o pensava na altura, é que o filme é bom, mas não extraordinário. É excelente na parte técnica, mas mau na parte do argumento e personagens. É um bom filme e nada mais. Não o vi 20 vezes no cinema como muitos fizeram,comprei o cd da banda sonora que acho assombroso, principalmente a parte instrumental e ganhei aversão á versão da Celine Dion. Por isso não sou totalmente contra este filme, mas também não sou a favor.

9 de setembro de 2007 às 19:54  
Blogger Its me said...

Para mim é um filme perfeito, o melhor filme de sempre, mesmo vendo outros e aprimorando o meu gosto,mas este filme significa muito para mim, a história de amor, o naufragio, tudo. Tinha 12 anos quado o vi, e fui vê-lo claro pelo Leonardo Dicaprio, pois era daquelas fanáticas, mas agora continuo a amá-lo!
Eu sei que sou daquelas k viu 3 vezes no cinema(duas delas seguidas), vi o filme 500 vezes(sem exagerar),choro sempre.
Pode ter as suas falhas, mas para mim é perfeito

10 de setembro de 2007 às 16:31  
Blogger thrausos said...

Este filme é, realmente, um marco!
Digo sinceramente que quando o vi, fiquei boquiaberto com tal imensidão e com tal realeza! È talvez isto o que mais impressiona... Quando esta imensidão deixa de nos surpreender, começamos a dizer mal do filme, pois a romântica história em torno de Titanic não é de todo original. É aqui que começamos a falar mal... Mas vejamos, Titanic é de tal forma marcante, que passados 10 anos, e que me lembre, só houve dois filmes com grandes barcos, e nenhum saiu feliz na inevitável comparação com Titanic... Falo de Ghost Ship e Poseidon. Quando os vi, pensei sempre "O Titanic é muito melhor"!

11 de setembro de 2007 às 09:07  
Blogger Alvy Singer said...

Its me, é dessa forma que penso sobre 'Um Amor Inevitável': Pode ter as suas falhas, mas para mim é perfeito.

11 de setembro de 2007 às 09:41  

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