Walk The Line - O enigma.
Hoje acordei a pensar em Sweeney Todd. Melhor, hoje sonhei com Sweeney Todd. Sonhei que tinha havido uma antestreia a horas a que pudesse assistir, ou seja, lá bem para o final do dia. No entanto, já não me recordo bem porquê, salvo erro terá sido devido ao trânsito, não consegui chegar a tempo de ver o filme. A antestreia já ia a meio, por isso, acabei por não entrar. No final, quando aqueles que tinham tido a sorte de o ver estavam a sair, não havia ninguém insatisfeito. Estava tudo radiante. O Burton voltou a fazer das suas, ouvia-se. Bem vistas as coisas, isto acaba mais é por ter contornos de pesadelo. Tirando, obviamente, a parte de Tim Burton fazer um bom filme.
Vem isto a propósito daquilo em que pensamos ao acordar e ao adormecer. Depois deste início de dia algo tumultuoso, hoje tive oportunidade de rever Walk The Line, um filme que encheu por completo as medidas, logo na primeira vez que o vi, também à segunda, na terceira, por aí adiante…
Se há filme, nos últimos tempos, que me tenha caído no goto, esse é, sem dúvida alguma, Walk The Line. Quer dizer, Ratatouille e Diamante de Sangue são dois casos à parte. A obra de James Mangold é algo de excepcional. Desde a soberba interpretação de Joaquin Phoenix, passando pelo desempenho notável de Reese Whiterspoon, até à realização segura de Mangold, quase que podemos dizer que o filme é o musical que Eastwood nunca fez. Tudo ali é clássico, rígido como as normas de outra era de Hollywood determinavam. Mas, caneco, fica tudo tão bem.
A música de Johnny Cash é do melhor que há, a reconstituição histórica é exemplar, a história, apesar de simples, cativa desde início. Não era preciso estar familiarizado com a vida e obra de Johnny Cash para saber como acabaria o filme. Sim, a narrativa é previsível em certos pontos. No entanto, a entrega dos dois protagonistas compensa em muito esta falha menor.
Isto tudo para dizer que hoje adormeço com uma dúvida. Será que teria sido uma ofensa incluir Walk The Line nos cinco nomeados ao Oscar de Melhor Filme, no ano de 2005? Recorde-se que, nesse ano, a lista era composta por Crash, Brokeback Mountain, Capote, Boa Noite e Boa Sorte, e Munique. Desse ano fazem ainda parte, entre outros, Orgulho e Preconceito, Syriana, Transamerica, Uma História de Violência, O Fiel Jardineiro, Match Point, O Novo Mundo, Memórias de Uma Gueixa e Batman Begins. Será que seria justa a inclusão de Walk The Line nos cinco finalistas? Hoje adormeço a pensar nisto, mas acho que a resposta é sim.
Alvy SingerEtiquetas: Walk The Line
5 Comments:
Isso é um daqueles "sonhos" que ninguém deseja ter com certeza!
E também foi uma boa surpresa o Walk The Line. Eu simplesmente fui ao cinema vê-lo porque estava nomeado para os Oscars, mas fiquei de tal maneira surpreso com o filme que apaixonei-me rapidamente por ele! Se seria justa a nomeação para melhor filme? Se estava lá Munique, a meu ver, mais depressa tinha de estar Walk the Line. Não achei que a nomeação para o Munique fosse justa.
Já agora, e fugindo aqui ao tema. Ali os filmes a ver esta semana, devia dar para escolher mais que um :P
Ontem fui ver o Hairspray, Morte num Funeral e Ultimato.
O Hairspray bem que esperava mais, chegando mesmo a desiludir-me. Faltou-lhe aquele click que me faz estar o filme todo aos "saltos" por assim dizer. Não é que não tenha gostado, porque gostei, mas não é algo a repetir tão rapidamente, talvez só ouvir umas quantas músicas, mas o filme por enquanto terá de ser digerido.
Morte num Funeral foi de ir às lágrimas. Nunca esperei que o filme fosse tão bom. Eu já chorava de tanto rir. A sala nem estava muito cheia mas todos os espectadores não conseguiam parar de rir com as situações criadas. Não falando muito para não estragar a surpresa, esta para mim é a (ou uma das) comédia do ano (até agora)!
Ultimato, é o que todas as trilogias queriam ser mas não o conseguiram. Nunca um filme de duas horas pareceu tão pouco. Dei por mim a sair da sala e a pensar que só tinham passado uns 10 minutos. Estava muito bom e o filme bem que podia ter umas 4 ou 5 horas que ainda era pouco... ou talvez não, mas onde quero chegar é que estava muito bem conseguido. Não sei se aqui cheguei a dizer ou não, mas eu repudiava a saga por completo. Contudo, quarta feira, decidi rever os dois filmes anteriores e venerei e agora é das sagas que mais gosto, ao contrário de coisas que envolvam piratas ou um homem que trepe paredes. Se querem uma trilogia, Bourne é a resposta.
Resumindo: aconselho Death at the Funeral e Bourne Ultimatum. Hairspray, vejam a vosso risco, podem ter uma surpresa, boa ou má.
Ah é verdade, e antes que me esqueça desta dica e informação essencial.
Antes de se dirigirem a uma sala para verem o Bourne Ultimatum, revejam por menos o 2º filme. Tenham em atenção e em mente o desfecho do 1º filme (The Bourne Identity) mas é fundamental ter fresco na memória a os acontecimentos e acções que aconteceram no 2º (The Bourne Supremacy), porque conseguiram de forma genial cruzar a informação do 2º e 3º filme. Está completamente estonteante mas eu mesmo, que tinha revisto os dois filmes no dia anterior, tive de parar para pensar e perceber ali o cruzamento da informação. Não que fosse muito confuso, mas se não se está com atenção, vai-se perder essa bela ideia que eles tiveram e toda a piada que ela tem.
Por isso aconselho mesmo, revejam por menos o 2º filme e atenção a todos os pormenores e acções que se processam no 2º filme (assim como no 3º)
Realmente, eu desse ano tiraria da lista Munique e Brokeback mountain, ficaria muito melhor se nela pertencessem Match point e Walk The Line, os Oscars mais parecem uma Frente politica do que qualquer outra coisa relacionada com cinema ^^
Boas!
Se há filme que devia ter sido nomeado e ter ganho um Oscar era O Fiel Jardineiro.
Quanto ao Walk the Line... gosteiu mesmo muito!
Abraço
Rikardo
do blog criticando.blogs.sapo.pt
Nesse ano os nomeados deveriam ter sido: Brokeback Mountain; Match Point; Uma História de Violência; Boa Noite e Boa Sorte; e O Fiel Jardineiro. E Alvy não seria pecado nenhum incluir o Walk The Line nos cinco finalistas...
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