Deuxieme


quinta-feira, outubro 11, 2007

De uma vez por todas.


Há muito tempo que estou para escrever estas linhas, sobre um assunto que me diz bastante respeito e deve também dizer a qualquer amante de cinema. Há mais de 2 anos que ando para escrever este texto, é uma matéria que tem tido uma evolução negativa constante completamente disparatada e que, ao longo deste tempo, me faz sentir pior. Sinto por isso que tenho de marcar presença e, de certa forma, sem delegar em mim poderes sobrenaturais, muito menos fazer uma auto-proclamação de sabichão, eu espero acordar algumas mentes e relembrar outras para que algumas ideias batam certo e outras deixem de existir.

Sem mais rodeios. Falamos de Tom Cruise.

Para mim, Cruise é o mais importante actor da sua geração, que ao longo dos últimos 25 anos, nos trouxe os mais variados filmes e interpretações, que marcaram todo o mundo do cinema e também a cultura popular. Na carreira deste grande senhor encontram-se alguns dos melhores momentos de cinema de sempre e que o enriqueceram sem limites; um verdadeiro menu com vários filmes para entrada, os mais variados registos de interpretação para prato principal, e para sobremesa um importante papel na indústria cinematográfica (seja como actor e produtor). Ou seja, temos com Cruise…

- Os Marginais (1983), de Francis Ford Coppola
- Negócio Arriscado (1983), de Paul Brickman
- Legend (1985), de Ridley Scott
- Top Gun (1986), de Tony Scott
- A Cor do Dinheiro (1986), de Martin Scorsese
- Cocktail (1988), Roger Donaldson
- Encontro de Irmãos (1988), de Barry Levinson
- Nascido a 4 de Julho (1989), de Oliver Stone
- Dias de Tempestade (1990), de Tony Scott
- Horizonte Longínquo (1992), de Ron Howard
- Uma Questão de Honra (1992), de Rob Reiner
- A Firma (1993), de Sydney Pollack
- Entrevista com o Vampiro (1994), de Neil Jordan
- Missão Impossível (1996), de Brian de Palma
- Jerry Maguire (1996), de Cameron Crowe
- De Olhos Bem Fechados (1999), de Stanley Kubrick
- Magnólia (1999), de Paul Thomas Anderson
- Missão Impossível 2 (2000), de John Woo
- Vanilla Sky (2001), de Cameron Crowe
- Relatório Minoritário (2002), de Steven Spielberg
- O Último Samurai (2003), de Edward Zwick
- Colateral (2004), de Michael Mann
- Guerra dos Mundos (2005), de Steven Spielberg
- Missão Impossível 3 (2006), de J.J. Abrams

Alguém compara esta carreira com a de alguém próximo? Alguém tem noção da grandeza deste feito? Estes são alguns dos mais importantes títulos em que Cruise esteve presente, e nos presentou com uma representação suada, com muito trabalho físico (exemplo da saga Missão Impossível, entre outros), trabalho de pesquisa artística (exemplo de A Cor do Dinheiro, Entrevista com o Vampiro e Uma Questão de Honra, entre outros), trabalho de transformação total para a personagem (exemplo de Nascido a 4 de Julho, de Magnólia, de Vanilla Sky, de Relatório Minoritário, de O Último Samurai, de Colateral, entre outros). Já para não falar que Cruise tem uma companhia produtora sua, em junção com a produtora Paula Wagner, e que, entre alguns títulos, produziu obras de cariz mais comercial como a saga Missão Impossível e Narc, como também numa vertente mais intelectual e de maior aposta e valorização com Os Outros, Shattered Glass: Verdade ou Mentira e ainda Elizabethtown.

Resumindo: estamos a falar de um monstro do cinema, de um actor fenomenal com capacidades únicas, que já trabalhou com alguns dos maiores realizadores do cinema mundial, que se aplica em cada projecto com uma devoção e um compromisso de qualidade temática e artística inegáveis e nunca antes vistos, que desfaz a linha negócios/prazer, que possuí uma generosidade acima da média, que já recebeu inúmeros prémios e o devido respeito pela comunidade cinéfila, para além de ser extremamente simpático e correcto com o público (é só relembrar como ele reagiu quando um repórter lhe atirou água à cara numa passadeira vermelha na promoção de Guerra dos Mundos, sem propósito nenhum a não ser querer que Cruise se virasse a ele e ter uma boa história para publicar – saiu-lhe o tiro pela culatra com a resposta brilhante e exemplar do actor). Até aqui, tudo bem.

O problema começou com um dia em que Cruise, em 2005, numa visita ao programa da sua amiga Oprah Winfrey, desatou aos pulos no sofá a dizer que estava feliz como nunca, e que amava muito a sua (quase) mulher (Katie Holmes). O mundo inteiro caiu em cima do actor; sim, foi exagerado, sim, ninguém esperava, mas… e então? Eu só pergunto o seguinte: se o homem está feliz e é feliz no seu casamento, se pela primeira vez tem uma filha biológica e olha todos os dias para a sua carreira e se sente realizado, qual é o problema? Eu certamente com a vida, carreira e aspecto deste senhor também teria vontade de dizer ao mundo: Estou feliz. Mas não. Com isto, um actor bestial sem precedentes tornou-se num vagabundo das artes cénicas.

A juntar a isto vem outra questão fundamental: Cruise é um adepto da Cientologia. E, como tal (e a juntar ao que aconteceu no programa televisivo), voltou tudo a cair em cima do actor, que é uma pessoa espiritual e que acredita num ideal. E então? Se fosse católico, já era bom? Ou mau? O mundo lembrou-se hoje disso? Há mais de 17 anos que Cruise é um membro da comunidade da Cientologia, onde ele encontrou um lugar especial e privado. Mas agora não, tudo sobre o actor é alvo de chacota ou troça; Ainda há umas semanas atrás, acerca do facto de pessoas se terem ferido na rodagem do seu novo filme Valkyrie (onde Cruise interpreta o papel de um oficial Nazi), a notícia da SIC dizia o seguinte: “religião do actor pode comprometer o seu papel”. Mas porquê? Desde quando é que a cor, o sexo, a religião, a naturalidade ou identidade sexual dos actores os comprometem de fazer papéis? Se vamos por essa lógica, Sir Ian McKellen jamais poderia ter sido o tão simpático Gandalf d' O Senhor dos Anéis, pois na vida real McKellen é homossexual.

A título de curiosidade informo-vos: Richard Gere é um adepto do Budismo Tibetano, Leonardo DiCaprio é Cavaleiro da Ordem dos Monges Chineses, Jean Harlow era da Igreja da Ciência Cristã (e morreu por se negar a ser operada), Elizabeth Taylor e Madonna são adeptas da Cabala, Cary Grant era fanático do ocultismo e consumia LSD, John Travolta e Kelly Preston são adeptos da Cientologia também. A questão é: mas alguma destas convicções impediu alguém de fazer os seus trabalhos? À custa disto, DiCaprio não devia ter sido O Aviador? Richard Gere não poderia ter sido o charmoso rico de Pretty Woman? John Travolta não poderia usar Brilhantina no seu cabelo ou querer ter A Outra Face? Isto é ridículo.

Concluindo, estão a julgar Cruise por aquilo em que acredita. O Cavalo passou a Burro. Não é justo. Julguem-no pelos seus filmes, pela sua obra, pela sua carreira, pela sua postura no mundo do cinema e dos artistas. O que ele faz aos sábados ou domingos ou durante a semana não diz respeito a ninguém, nem deve ser alvo de crítica fácil e sensacionalista. A diferença prende-se nisto: o mundo preocupa-se em falar mal, Cruise preocupa-se com o trabalho, que é o aspecto mais importante e que nós conhecemos. O resto, conhece ele e os seus mais chegados. Desde quando é que a sua tendência religiosa afectou o seu trabalho? É verdade que o seu trabalho não é do agrado e/ou reconhecimento e simpatia de todos, nem tem de ser, mas estamos a falar “do trabalho”. Ponto. Que importa o resto? Nada. A ver se o mundo acaba de uma vez por todas com esta moda “Anti-Cruise” (da qual Katie Holmes já começa a sofrer efeitos também), que não tem ponta por onde se lhe pegue.

O que é certo no meio disto é que o homem é imparável, já foi eleito várias vezes como uma das maiores personalidades e actores de sempre, e já deu muito ao mundo da sétima arte. Que assim seja por muitos anos.

Francisco Silva

Etiquetas:

17 Comments:

Blogger João Bizarro said...

Nesta "coisa" da 7ª arte ou de outra arte qualquer temos de gostar é do trabalho do artista e estar-mo-nos a marimbar para a sua vida pessoal.

Se ele quer ser amigo do inenarrável casal Beckham isso é lá com ele.

Se ele quer pertencer à cientologia, isso é com ele. Se ele está feliz. Ainda bem para ele.

O que me interessa nos filmes que vejo dele é que o gajo é de facto um grande actor. E quando estrear lá vou eu ver o seu von Stauffenberg e espero que ele esteja em grande.

11 de outubro de 2007 às 11:00  
Blogger thrausos said...

Gosto bastante do Tom Cruise como actor.

Mas isto que se passa com ele, não é só a ele. É por modas...

Aquele episódio da pistolinha de água é absolutamente ridiculo!! Apesar de ele ter sido correcto, acabaram por falar mal dele na mesma, dizendo que não tinha sentido de humor, etc etc. Preso por ter cão, preso por não ter!

Esta é uma (das muitas) razão pela qual gostava tanto da Premiere. Mostrava os verdadeiros actores, e não os mechericos!

11 de outubro de 2007 às 14:19  
Blogger Pedro said...

O problema é q é tudo levado ao extremo nestas coisas de vedetas e busca de vedetas.

Ninguem tem nada a ver com a vida pessoal de Cruise e em nada isso reflecte a sua qualidade como actor.

Admito q muitas das histórias q oiço sobre Cruise e a sua ligação à Cientologia me fazem dizer "o gajo está doido", aquela história de ele não deixar a filha sair à rua ou lá o q foi não lembra a ninguem. Mas, bolas, e aquelas vedetas todas q têm caprichos e exigências q só dá vontade de lhes dar com um ferro pelas costas abaixo???

Adiante.

Cruis fez grandes papelões. O Ultimo Samurai é um espanto. É um bom actor, dos melhores. Continuo a preferir o Brad Pitt mas Cruise tem, por mérito próprio, o seu lugar na história do cinema.

Já vi diversos programas sobre Cruise e são todos unanimes numa coisa: a sua humildade e ligação aos fãs. Aquela cena de ele pegar no telemóvel de uma rapariga e falar com a mãe? Excelente.

11 de outubro de 2007 às 15:28  
Blogger zorg said...

>Se vamos por essa lógica, Sir Ian McKellen jamais poderia ter sido o tão simpático Gandalf d' O Senhor dos Anéis, pois na vida real McKellen é homossexual.
-
Não percebi muito bem esta frase. Não podia ser o tão simpático Gandalf por ser homossexual, porquê exactamente?
O tão simpático Gandalf não é homossexual, ou os homossexuais são por natureza antipáticos?

11 de outubro de 2007 às 15:41  
Blogger DeltoideLatejante said...

Ai ai, que pelos vistos me arrisco aqui a levar uma valente rabecada!

Para ser honesto, Cruise sempre foi para mim apenas um bom produto de marketing. Um nome de cartaz que vende bilhetes e pipocas e um cara larocas que apesar de andar nestas andanças faz tempo, custa a mostrar as suas aptidões de bom actor.

Desde pequenino que os meus pais me ensinaram que maior não é sinónimo de melhor - e aprendi por mim próprio que o estigma do tamanho era tipicamente americano e que ter uma lista longa de filmes e participações não é sinónimo de competência...

Mas o maior problema é que sinto que não consigo que Cruise consiga criar empatia em mim, em mais do que um filme consecutivo...

Graças a Deus sempre tentei pensar pela minha própria cabeça, e sendo um crónico contra-corrente, sinto alguma diversão perversa pelo facto de a generalidade da população estar agora de pé bem atrás com o coitado do Tom.

Como em tudo na vida, mais vale cair em graça que ser engraçado, mas parece pouco honesto comparar cientologia com cabalismos, a tora, misticismos variados ou escolhas sexuais. Aliás, toda esta queda de Cruise começou com uma tirada genuinamente disparatada quanto a problemas psicológicos de uma colega de profissão e a sua (dela) necessidade de recorrer a medicamentos aquando de uma depressão pós-parto. Relembremos que o rapaz disse que a culpa era sua (dela, de novo) e que até que não era mal feito... porque isso é o que defende a cientologia, assim como que os travestis ou homosexuais são criaturas doentes, ou que descendemos de extra-terrestres (marcianos ou não) e que eles irão voltar, ou que os pais devem comer a placenta dos filhos (que pelo que sei ele não negou ter feito).

Aliás, Cruise está para Travolta na cientologia como BinLaden está para o meu amigo Malik no Islão(para quem não conhece o meu amigo, ele é inteligente, evoluído e tem bom coração). Veja-se como Travolta se vestiu de mulher para fazer Hairspray - se a cientologia por si não é razão para alguém ser olhado de soslaio, o facto de se ser um fundamentalista acéfalo talvez já o seja. E o facto de ter pedido desculpas a Brooke Shields (para mim) mostra apenas que para Cruise trabalha gente muito competente que lhe arranja os melhores papéis e orienta a sua cabeça de ar...

Peço desculpa por ser um «filisteu» e garanto que para me redimir, me vou flagelar vendo essas belas peças de arte onde Cruise está sublime como MI, MI2, MI3, Top Gun, Cocktail, Cor do Dinherio, Entrevista com Vampiro, Guerra dos Mundos, Relatório Minoritário, Dias de Tempestade...

11 de outubro de 2007 às 17:01  
Anonymous Anónimo said...

Para Zorg:

O que pretendo dizer nesse exemplo é que, se Tom Cruise não pode interpretar um oficial alemão na década de 40 por ser da Cientologia e o seu personagem não o era, então Ian McKellen também não poderia ser Gandalf devido à sua escolha sexual, ou Mel Gibson não poderia interpretar um papel de terrorista islâmico pois ele é um cristão devoto... Ou seja, a vida pessoal dos actores e os seus modos de viver não têm, nem precisam, de ser iguais aos dos seus personagens para que eles os possa interpretar.

Resumindo, nem condições sexuais, nem religiões, ou cor, nem as outras razões que citei são ou podem ser delimitadoras para que se interprete um papel.

Concluindo, espero ter resolvido a sua dúvida e clarificado que a frase em questão nada teve que ver com simpatia que os homossexuais ou bissexuais ou heterossexuais ou outra escolha sexual qualquer possam ou não ter. Todos merecem o meu respeito e valor (e o do mundo também).

11 de outubro de 2007 às 17:36  
Blogger zorg said...

>O que pretendo dizer nesse exemplo é que, se Tom Cruise não pode interpretar um oficial alemão na década de 40 por ser da Cientologia e o seu personagem não o era, então Ian McKellen também não poderia ser Gandalf devido à sua escolha sexual, ou Mel Gibson não poderia interpretar um papel de terrorista islâmico pois ele é um cristão devoto... Ou seja, a vida pessoal dos actores e os seus modos de viver não têm, nem precisam, de ser iguais aos dos seus personagens para que eles os possa interpretar.
-
Eu percebi o que quis dizer, só que, vai-me desculpar, mas os exemplos que encontrou são extremamente infelizes, para não dizer outra coisa.

Se já é difícil "engolir" que a antítese de um terrorista islâmico seja um cristão devoto (e não um terrorista cristão, ou um pacifista ateu, por exemplo), afirmar que o oposto de um personagem como o Gandalf, que é uma espécie de idealização da imagem clássica de sabedoria e virtude, seja um homossexual é, no mínimo, chocante!

Para além de extremamente infeliz, por todo o preconceito que encerra, a comparação ainda é azarada, pois o autor do texto escolheu precisamente o personagem sexualmente mais difícil de definir da obra. Posto de outra forma, não é nada claro, antes pelo contrário, que o "bom e simpático Gandalf" seja o símbolo de masculinidade varonil que o autor do post assumiu que fosse. Há até quem defenda que o seu relacionamento muito próximo com Frodo (outra personagem sexualmente muito ambígua, cuja demanda pelo anel é, no fundo, uma história sobre o fim da adolescência e a entrada na idade adulta) está muito mais próxima de uma relação entre sábio e efebo à grega, do que de outra coisa qualquer.

11 de outubro de 2007 às 17:57  
Anonymous Anónimo said...

Para Zorg:

Não estamos a discutir a sexualidade de Gandalf ou teorias que a cercam, muito menos antíteses de cristãos com islâmicos, de homossexuais com heterossexuais, de preferência por Benfica ou Porto.

Não há aqui nenhum "oposto" de Gandalf, como sugeriu, nem outra questão qualquer - foi um exemplo entre outros possíveis, para testar a questão predominante que o leitor ainda não percebeu na totalidade: eu refiro-me ao facto de, independentemente do que os actores fazem da sua vida pessoal, o seu trabalho no cinema não tem ligação nem deve ser impeditivo de se interpretarem papéis. Só isto.

Se Gandalf é ou não uma personagem homossexual ou bissexual ou heterossexual não impede que um actor de escolha sexual diferente não o possa interpretar.

E, é precisamente por isso que dou o exemplo que, se assim funcionassem as coisas, Mel Gibson (por exemplo, volto a frisar) como cristão na sua vida pessoal, não poderia assim interpretar um personagem de uma religião oposta como a Islâmica, ou Budista ou outra qualquer. (claro que pode, não tem nexo nenhum não o poder fazer se o desejar.)

Com Gandalf passou-se o mesmo. Sir Ian McKellen chegou a ser alvo de críticas em diversos sites pelo facto da sua homossexualidade comprometer a sua composição da personagem Gandalf (o que é absolutamente ridículo). Por isso, eu estou a defendê-lo nesse sentido, pois não tem lógica alguma - o senhor é um actor notável, seja de que cor for ou que desejos e gostos e preferências tiver. Também poderia ter falado em Magneto dos X-Men, que McKellen também interpreta, ou outro exemplo qualquer: a sua sexualidade ou facção política ou preferência musical não têm rigorosamente nada que ver com o seu poder interpretativo (e que poder, denote-se). É somente isto.

11 de outubro de 2007 às 19:59  
Anonymous Anónimo said...

Acho que o Tom Cruise tem feito um bom trabalho ao longo dos anos,
poucos são os filmes que não vi dele.

Fiquei desiludido com a Missao Impossivel 2(excesso de efeitos especiais e sequencias impossiveis, ainda tou pa perceber o pontape na pistola) e 3 ( não gostei do rumo da personagem, parecia um choramingas, comparado com Bourne ) mas isto tem a ver com o gosto de cada um.

Concordo e não misturo a vida privada dos actores ( que só a eles diz respeito) com o seu trabalho, que é o que interessa para quem gosta de cinema.

Mas o Tom Cruise penso que expôs em excesso a sua vida privada, e apartir de uma certa altura da ideia que queria a tudo custo convencer as pessoas de que a cientologia é a melhor religião do mundo. Várias declarações um pouco manhosas (apesar destas coisas poderem ser manipuladas ou inventadas pela imprensa menos séria), por outro lado pode estar sentir o peso da idade, pois já não é o ídolo que era a uns anos atrás.

A parte em que ele afirma fazer as cenas todas de acção da Missão Impossivel. I think not.

Resumindo, o importante é que continue a fazer bons filmes, e que arrisque um pouco como fez em Colateral onde se saiu muito bem.


Cursedlad

11 de outubro de 2007 às 21:37  
Anonymous Anónimo said...

Ora aqui está um actor que odeio veemente. Sempre que vejo um filme com ele, fico sempre com a impressão de que a única personagem que ele sabe interpretar é ele próprio. Surpreendentemente, "War of the Worlds" é o único filme onde consigo suportá-lo. Depois são os filmes de acção produzidos por ele, como que a querer promover-se como action hero, onde só ele é que sobrevive ou age sozinho.
Quanto à cientologia, ninguém tem nada a ver com isso, mas quando isso interfere na esfera pessoal de outras pessoas, o caso agrava-se. É que o sr. Cruise chega ao cúmulo de querer impingir as suas ideias aos outros, tanto que Scarlett Johansson teve que abandonar o elenco de MI 3 porque o protagonista a queria converter. Felizmente, é apenas um pequeno à parte. Mas contínuo a detestar o homem.

11 de outubro de 2007 às 21:56  
Blogger freakyanas said...

Caro Francisco Silva,

Ao ler estas suas linhas sobre o actor Tom Cruise, senti que estas transmitiam exactamente o que penso sobre o assunto.
Tom Cruise foi, é e espero que continue a ser um grande actor, um dos melhores.
Penso que a opinião do público é muitas vezes influenciada por assuntos que nada têm a ver com a competência dos actores e, para mim, este é um dos casos mais flagrantes.

11 de outubro de 2007 às 22:36  
Blogger alive said...

Tom Cruise sempre foi um dos meus actores preferidos, e tudo começou com o Top Gun.
Também sou da opinião de que a vida pessoal de cada um não interfere nem pode interferir com a critica ao seu trabalho profissional.
Se os filmes em que ele entra são acima de tudo à volta do seu protagonismo a culpa não é só dele mas sim dos realizadores com que ele trabalha, que vêem que para esse tipo de papel ele é uma mais valia.
Acho que ele merecia o óscar no Jerry Maguire, um dos meus filmes preferidos.

11 de outubro de 2007 às 23:53  
Blogger Carlos M. Reis said...

E quem fala assim não é gago. Descobri hoje que, felizmente, o Deuxieme não é Alvy Singer e mais 10, como se costuma dizer na gíria futebolistica. Continue assim caro Francisco, sem medo de confrontos e com artigos longos e interessantes.

Passando ao assunto, que é o que realmente interessa, estou do seu lado. Também eu já defendi e muito o Tom Cruise actor no meu estaminé. O Tom Cruise religioso a mim não me interessa minimamente. O Tom Cruise pai e marido também não. Eu gosto de revistas de cinema, não de revistas côr-de-rosa.

Com isto, acabou por me dar uma boa ideia: lançar um desafio aos leitores sobre o melhor filme de Cruise. Uma coisa é certa: muito poucos ou nenhuns irão corroborar comigo. É que a minha queda sentimental por "Cocktail" é tão grande, que não consigo olhar para a questão com olhos cinéfilos ;)

Cumprimentos.

12 de outubro de 2007 às 01:12  
Blogger Alvy Singer said...

Já desde ontem que andava para deixar um comentário neste excelente post, Francisco. Muitas das linhas que aqui nos deixas, acabam por expressar o que sinto em relação a Tom Cruise. Apesar de continuar a gostar muito mais do que ele fez até ‘Magnólia’ (caramba, até o crucificado ‘Cocktail’, como o Knoxville), duvido que algum actor desta geração possa apresentar um currículo tão vasto e rico como este. Receio, acima de tudo, que a sua recente quebra de reputação, rapidamente transformada num estereótipo, no mínimo questionável, se traduza numa barreira para esta geração mais nova de cinéfilos, para quem Tom Cruise se esgota em questões pessoais. Até se me arrepanha a pele só de pensar num miúdo de 12 anos que diz “A ‘Cor do Dinheiro’? Com o fanático do Tom Cruise, não vejo nada”.

12 de outubro de 2007 às 12:51  
Anonymous Anónimo said...

Concordo plenamente com o que aqui foi expresso, quer pelo autor do artigo, Francisco Silva, quer por Alvy Singer, quer pelos restantes que partilham da mesma opinião. O facto de haver uma “recente quebra de reputação, rapidamente transformada num estereótipo” (Alvy Singer) é única e exclusivamente resultado de um produto chamado geração Mtv, em que a superfície é mais importante que a camada abaixo desta. Traduzindo por miúdos, viu-se pelo filme “Missão Impossível 3” que a enormidade de gastos aplicados em publicidade não só foi para promover o filme mas também consequência dos saltos apatetados de Tom no sofá, numa tentativa de apagar tal reacção. Pergunto-me, no entanto, se fosse ali o Zé da esquina a saltar alguém dizia alguma coisa?

Tal facto se deve à carreira que Tom construiu, mais especificamente em relação à 3ª fase. Olhando para a lista de filmes mais notórios do actor, que atrás foi apresentada pelo Francisco, podemos fazer uma divisão em três fases: na primeira, podemos chamar-lhe o “Início”, vemos Cruise em ascensão, em papéis dramáticos de menino bonito que lhe iriam moldar toda a imagem de uma carreira; na segunda, a “Maturação”, Hollywood (aquela dos sonhos e não a das intrigas monetárias e de maus argumentos) toma o actor pelos braços e dá-lhe a reputação capaz de poder abraçar projectos mais arrojados (alternativos à tendência?) e, sem desprimor pela primeira parte, podemos ver um actor mais maduro e mais seguro em papéis tão distintos entre si como os filmes em questão (“Jerry Maguire”,”De Olhos Bem Fechados”, “Magnólia”,“Missão Impossível”); a terceira fase é aquela em que, habitualmente, costuma haver o declínio (as piores escolhas) mas, das duas uma, ou Cruise ainda não saiu da segunda ou deu a volta por cima.

Como se explica que o actor que participa num dos maiores filmes de ficção científica desta década de seguida dispa a farda, volte ao Japão dos samurais e volte para entrar num táxi, de fato e camisa e pistola na mão, para fugir a tripods na presença de filhos aos quais nunca ligou nada? Provavelmente, com realizadores acabados de formar, Tom seria a escolha acertada para os papéis pois seria uma cara conhecida. Assim sendo, a terceira fase seria definitivamente o declínio. Estariam Steven Spielberg, Michael Mann, Edward Zwick, Cameron Crowe, Paul Thomas Anderson, Stanley Kubrick, Brian de Palma, Neil Jordan, Sidney Pollack, Ron Howard, Oliver Stone… até agora todos enganados?

Pedro Xavier

12 de outubro de 2007 às 16:22  
Blogger AnaWicca said...

Ao tentar recuar no tempo penso que o primeiro filme do Tom Cruise que vi foi o "Cocktail"...e confesso que já o vi centenas de vezes... Depois disso todos os filmes em que ele apareceu eu devorei.. Confesso que para além do já referido "Cocktail", os que mais me marcaram foi sem dúvida "Top Gun", "Jerry Maguire", "O Ultimo Samurai", "Collateral", e a "Missao Impossivel 3". (eu sei, falta Magnólia, mas estupidamente ainda não vi...).
Para quem retrata Tom como um produto de Marketing, deve ter em conta que um produto (nesse contexto) é trabalho exclusivamente para isso, o que não acontece de todo com Tom. Se estivermos a falar de uma Angelina Jolie, de uma Paris Hilton, do casal Beckham...aí sim, encontramos todo o Marketing Mix, Estratégia de Comunicação, até áreas como Gestão de Crise!!
Tom Cruise não é, de todo, assim. Mesmo ao demonstrar os seus sentimentos por Katie foi comedido...poderia ter feito muito mais para piorar a sua imagem, tal como muitas estrelas o fizeram e não foram censuradas.
Tom é um actor brilhante, versátil, expressivo, não são as suas manifestações de sentimentos, as suas crenças, os seus valores que devem ser avaliados e criticados mas sim o seu trabalho, o seu talento.

Os verdadeiros amantes do cinema ligam ao que realmente é importante num actor, num argumento, e isso ficou bastante explícito neste post e nos comentários.

AnaWicca

12 de outubro de 2007 às 21:52  
Anonymous Anónimo said...

Concordo que o homem é um dos grandes senao o maior dos actores da actualidade, q trabalhou um largo numero dos melhores realizadores q existem.
Agora, perdi a paciencia logo nos primeiros paragrafos. "trabalho de transformação total para a personagem (exemplo de ..., de Vanilla Sky, de O Último Samurai)"
Hã? No Vanilla Sky faz de menino rico, esperto e bonito. Como sempre. No ultimo samurai deixou crescer a barba e o cabelo...
"falar de um monstro do cinema, de um actor fenomenal ... que se aplica em cada projecto com uma devoção e um compromisso de "
Isto ja parece um texto de adolescente. Sim é um bom actor, mas daí a dizer q se aplica com devoção a todos os projectos é um nadinha entusiastico demais, nao.
E é tb de mencionar os fiascos na sua carreira...

Outra boa foi esta: estava a mencionar as religiões de outros famosos (optimo ponto, diga-se), e escreve:
"Cary Grant era fanático do ocultismo e consumia LSD"
Bolas um actor q consumia drogas? lol
Se quer ser respeitado, mantenha a cabeça fria.

14 de outubro de 2007 às 19:49  

Enviar um comentário

<< Home

Menu Principal

Home
Visitantes
Website Hit Counters

CONTACTO

deuxieme.blog@gmail.com

Links

Descritivo

"O blogue de cinema"

  • Estreias e filmes em exibição
  • Próximas Estreias
  • Arquivos

    outubro 2006 novembro 2006 dezembro 2006 janeiro 2007 fevereiro 2007 março 2007 abril 2007 maio 2007 junho 2007 julho 2007 agosto 2007 setembro 2007 outubro 2007 novembro 2007 dezembro 2007 janeiro 2008 fevereiro 2008 março 2008 abril 2008 maio 2008 junho 2008 julho 2008 agosto 2008 setembro 2008 outubro 2008 novembro 2008 dezembro 2008 janeiro 2009 fevereiro 2009 março 2009 abril 2009 maio 2009 junho 2009 julho 2009 agosto 2009 setembro 2009 outubro 2009 novembro 2009 janeiro 2010 fevereiro 2010 março 2010 abril 2010 maio 2010 junho 2010 julho 2010 setembro 2010 outubro 2010 novembro 2010 dezembro 2010 janeiro 2011 fevereiro 2011

    Powered By





     
    CANTINHOS A VISITAR
  • Premiere.Com
  • Sound + Vision
  • Cinema2000
  • CineCartaz Público
  • CineDoc
  • IMDB
  • MovieWeb
  • EMPIRE
  • AllMovieGuide
  • /Film
  • Ain't It Cool News
  • Movies.Com
  • Variety
  • Senses of Cinema
  • Hollywood.Com
  • AFI
  • Criterion Collection