Os primeiros a sobressair.
Sundance começa a dar frutos. Uma semana é suficiente para começarem a circular nomes pelos corredores. Aqueles de que se fala serão os que terão maior probabilidade de chegar a uma sala de cinema. Os outros, aqueles que não suscitam grande interesse, à partida ficam-se por aqui e agradecem a oportunidade.
Quando Jason Reitman (realizador recentemente nomeado para um Oscar por Juno) diz que o seu filme preferido, até agora, é X, então devemos seguir de perto esse X. Convém não perder X de vista. Neste caso, até porque continuar a dizer X a torto e a direito tornar-se-á repetitivo, X é o documentário American Teen, aplaudido por uma larga maioria. Realizado por Nanette Burstein, o filme acompanha quatro raparigas no seu último ano num liceu norte-americano, em Warsaw, Indiana. Resultado: 1000 horas de filmagens e um hino à adolescência, diz quem se passeia a esta hora por Park City. Só para que fiquemos esclarecidos quanto às personagens: uma delas é chearleader (filme de adolescentes que não tenha uma não serve), outra é uma viciada em jogos de vídeo, a terceira uma estrela de basquetebol e, a última, alguém que se aproxima do anti-social. Ainda é cedo para falarmos em Óscares de 2008, contudo, a Paramount Vantage, pelo sim, pelo não, não perdeu tempo. Desembolsou os cordões à bolsa e… zuca! Vamos ver no que isto dá, terá dito o estúdio.
Outro que tem suscitado curiosidade, pelas críticas positivas que tem recebido de todo o lado, é Choke, a adaptação da obra de Chuck Palahniuk – autor de Clube de Combate. Apesar de aparentar não ser um filme de fácil comercialização, sobretudo devido à nudez e sexo em abundância, mas também ao controverso enredo secundário que gira em torno de O Código Da Vinci, o filme, que custou 3,4 milhões de dólares, já trouxe lucro. Isto porque a Fox Searchlight chegou-se à frente e adquiriu os direitos da obra por cinco milhões de dólares. Para quem se está a perguntar se isto é relevante, relembramos que este estúdio foi responsável pelas distribuições de Juno, Little Miss Sunshine, Garden State, Once, Thank You For Smoking e Sideways. Portanto, expectativa é coisa que não falta para este. O enredo ainda ajuda à festa: Victor Mancini (Sam Rockwell), um viciado em sexo e desistente da faculdade de medicina, mantém a sua mãe, Ida (Angelica Huston), doente com Alzheimer, num dispendioso hospital psiquiátrico. De modo a arranjar dinheiro, durante o dia Victor trabalha num parque de história temático. À noite, aproveita para se engasgar deliberadamente em restaurantes de luxo. Quando os patrões o salvam da morte, começa aí um sentimento de culpa que, normalmente, termina com o assinar de um cheque. Porém, esta vida pacata é abalada quando, num raro momento de lucidez, Ida revela um terrível segredo de família sobre o pai de Victor. É nesse momento que o jovem solícita a ajuda do seu amigo de longa data, Denny (Brad Henke), um masturbador crónico em recuperação, e da médica que acompanha a sua mãe, a Dr.ª Paige Marshall (Kelly Macdonald), para, em conjunto, tentarem resolver o mistério sobre os seus ancestrais divinos. Prometedor.
Um outro filme que merece destaque, apesar de não marcar presença em Sundance, mas porque já falámos em Óscares para o próximo ano. Tudo isto é muito prematuro. De qualquer forma, tem de se começar por algum lado. Quem sabe se Uma Thurman, Evan Rachel-Wood – essa jovem actriz com um dom do tamanho do mundo –, e Eva Amurri (filha de Susan Sarandon), não andarão nesta correria louca, no próximo ano. O trailer de Life Before Her Eyes (anteriormente, In Bloom), de Vadim Perelman, o mesmo de Uma Casa na Bruma, deixa boas indicações.
Alvy Singer
Etiquetas: American Teen, Choke, Sundance, The Life Before Her Eyes
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