Deuxieme


sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Três dias.

Este ano, a seguir à categoria de Melhor Filme, a de Melhor Fotografia é aquela que desperta maior curiosidade. À partida, todos apresentam argumentos válidos para uma vitória. Apesar de ter visto apenas dois dos candidatos, o facto destes dois serem aqueles que menos hipóteses têm, faz deste grupo um dos de maior qualidade. Antes das duas designações deste ano, Roger Deakins (Este País Não É Para Velhos e O Assassinato de Jesse James Pelo Cobarde Robert Ford) já contava com cinco nomeações no currículo. Nunca levou o Oscar para casa. À sétima nomeação, a vontade de premiar este colosso é mais que muita. Agora, porque filme? A brilhante fotografia de O Assassinato de Jesse James pode levar a uma divisão dos votos, visto que Este País Não É Para Velhos parece reunir mais apoiantes. Pelo último, Deakins já venceu nos BAFTA. No entanto, para os Satellite Awards, foi nomeado apenas pelo primeiro. O prémio de carreira do American Film Institute, recebido este ano, é que já ninguém lhe tira. Depois temos ainda Janusz Kaminski (O Escafandro e A Borboleta), sempre uma escolha segura que jamais comprometerá um membro da Academia. Os diversos círculos de críticos que conquistou podem ter uma palavra a dizer nesta corrida decidida ao milímetro. O Satellite Award é um excelente indicador. O facto de já ter dois Óscares no bolso pode inibir alguns votantes. Robert Elswit (Haverá Sangue) venceu o mais importante prémio na caminhada para os Óscares, quando arrebatou o troféu na cerimónia da American Society of Cinematographers. O galardão da National Society of Film Critics também é uma mais valia. Por último, Seamus McGarvey (Expiação) tem mais hipóteses do que parece. Apesar de não ter arrebatado o BAFTA, quando estava a jogar em casa, considerando o cenário de que o filme de Joe Wright é o grande vencedor da noite, o Oscar para McGarvey surgirá com alguma naturalidade. Assim como surgirá, se o mal se dividir pelas aldeias, e este for aquele com mais votos. Resumindo e baralhando, esta é a categoria mais competitiva da noite. Todos encontram uma razão para manter a chama do sonho bem acesa. Agora, tenhamos atenção a isto: se este Oscar coincidir com o de Melhor Montagem, por a+b=c, o grande vencedor está encontrado.

Na categoria de Melhor Actor, todas as apostas apontam para o mesmo nome: Daniel Day-Lewis. E, ou muito nos enganamos, ou não haverá lugar para surpresas. Lewis já venceu nos BAFTA, Globos de Ouro, Screen Actors Guild, e tantos círculos de críticos, que o não reconhecimento da Academia quase que poderá ser entendido como uma brincadeira de mau gosto. Mas, pode acontecer. Lewis já tem um Oscar e é britânico, duas características que não abonam a favor de ninguém. George Clooney (Uma Questão de Consciência), vencedor do National Board of Review, será o principal opositor de Daniel Day-Lewis, contudo, as suas hipóteses seriam muito maiores se não tivesse ganho há dois anos por Syriana (Stephe Gaghan, 2005). Johnny Depp até acabaria por surgir como uma boa alternativa, no entanto, Sweeney Todd não foi aclamado da forma que se esperava. A sua personagem, apesar de negra como se gosta, poderá ser demasiado macabra para os mais conservadores. No final, se Depp ganhar, muitos ficarão com a sensação de que esta é uma divida saldada, ou um prémio de carreira aos quarenta anos. Seja como for, a grandiosidade de Depp pede uma vitória num outro ano. Tommy Lee Jones (No Vale de Elah) até pode ter arrancado a melhor interpretação do ano, no entanto, não é a estrela que as câmaras mais procuram. Para além disso, não só é a única nomeação do filme de Paul Haggis, como já tem um Oscar lá em casa. Dar o segundo, levaria muito boa gente a insurgir-se. Por último, Viggo Mortensen. Chegar à nomeação já foi muito bom. Se a única nomeação de Promessas Perigosas (David Cronenberg) se transformar em vitória, o primeiro nome a atravessar a mente de Alvy Singer vai ser… Adrien Brody. Parecendo que não, há aqui muitas semelhanças.

Na categoria de Melhor Actriz, a esta hora, ainda existirão três nomeadas a sonhar com o reconhecimento da Academia. Julie Christie (Longe Dela) iniciou a corrida para o Oscar com uma pujança incrível. No começo, parecia que tínhamos encontrado a Helen Mirren deste ano, o que tiraria um pouco da piada. Para todos os efeitos, o balanço dado foi tanto que chegou para a actriz vencer o Globo de Ouro e o Screen Actors Guild. O desempenho de uma personagem afável e doente é sempre meio caminho andando para a vitória. Ao mesmo tempo, dar-lhe o Oscar será sempre um prémio de carreira. Do outro lado temos Marion Cotillard (La Vie en Rose), vencedora também de um Globo de Ouro, para além do Satellite Award e BAFTA. Se a Academia estiver com vontade de fazer História, Cotillard pode arrebatar a estatueta. Uma biografia é sempre um trunfo nestas coisas. À espera para ver no que isto dá, está Ellen Page (Juno). Apesar de não acreditar na vitória da pequena Ellen, confesso que, a acontecer, não será uma enorme surpresa. Juno é o filme independente de maior sucesso dos últimos anos. Dar-lhe o Oscar de Melhor Argumento da praxe, poderá ser pouco. Se a Academia quiser ir mais longe, é para aqui que se virará. Por outro lado, Page tornar-se-ia na vencedora mais nova de sempre nesta categoria. Pressão em adolescentes é algo que não está na ordem do dia. Quanto a Cate Blanchett (Elizabeth: A Idade do Ouro), se não ganhou pelo primeiro, não será pela sequela que vai ganhar. E, Laura Linney (The Savages) é o Viggo Mortensen desta categoria. Mais do que a nomeação é pedir o impossível. Agora, quem é que pode falar em impossíveis, quando são os Óscares? Como é já apanágio nestes posts, aqui fica um vídeo, desta feita para nos elucidar um pouco mais sobre o que é uma boa montagem.



Alvy Singer

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