Deuxieme


domingo, março 16, 2008

O génio secreto.

Qual o verdadeiro propósito deste post? Não sabemos. Talvez o pisar novos territórios, ou, simplesmente, divagar sobre um dos grandes nomes da sétima arte que, ao contrário de muitos, optou por fazer carreira numa das profissões menos populares do meio. Para todos os efeitos, a ideia para este texto partiu de uma preciosidade que, por sua vez, levou a uma minuciosa investigação, culminando na descoberta de factos por demais relevantes para um entusiasta por prémios e nomeações.

Tudo isto terá começado há largos anos, aquando dos primeiros visionamentos dos genéricos em que figurava o nome de Hal Pereira. Taxativamente, as pessoas dividem-se em três tipos: a) As que defendem os genéricos, b) As que acham que os genéricos não interessam para nada, e, c) As que se estão a marimbar para o facto de o filme ter genérico ou não. Alvy Singer enquadra-se claramente no grupo de tipo A. Contudo, não é um A qualquer. Como o sangue, é um A Positivo. Isto é, não vale a pena defender os créditos iniciais só por dá cá aquela palha. Quem gosta de ver os nomes associados ao projecto no início do filme, gosta de vê-lo com criatividade e perícia, como Saul Bass tão bem sabia fazer. Passar os nomes só por passar, isso sim, é dispensável. Agora, quer-nos parecer que um filme com bons créditos iniciais será sempre melhor do que um filme sem quaisquer créditos iniciais. E, para ser eficiente, a coisa nem tem de ser assim tão especial. Veja-se, por exemplo, a introdução de Junebug (Phil Morrison, 2005), onde um homem, uma mulher, e a canção Harmour Love servem para as encomendas, ou de A Mosca (David Cronenberg), onde a música de Howard Shore toma conta da ocorrência. Há quatro décadas, o formato era mais linear. A determinada altura, surgiam sempre aquelas chavetas para enumerar as pessoas que tinham trabalhado num determinado departamento. Outros tempos.

Não poderei precisar o primeiro filme onde o nome de Hal Pereira se destacou. Das primeiras vezes, confesso, nem olhava para a função. O que chamava mais à atenção era o facto de o apelido ser Pereira, e de o nome próprio ser Hal. Pessoalmente, Hal só conhecia dois: o Ashby e o 9000. Talvez por isso, Hal Pereira tenha sido sempre um nome bem visível. Agora, com o passar dos anos, isto foi-se tornando repetitivo. Era vê-lo em A Janela Indiscreta (Alfred Hitchcock, 1954), Férias em Roma (William Wyler, 1953), Os Dez Mandamentos (Cecil B. DeMille, 1956), Boneca de Luxo (Blake Edwards, 1961), Shane (George Stevens, 1953), Sabrina (Billy Wilder, 1954), por aí fora. Era preciso pesquisar e averiguar o porquê de tantos filmes com a direcção artística de Hal Pereira. Será que era pura coincidência, e acabava sempre apenas por escolher uma obra em que ele tivesse participado? Não era bem esse o caso. Tendo-se estreado em 1944, com And the Angels Sing (George Marshall), e de ter terminado a carreira em 1968, ano em que participou em The Odd Couple (Gene Saks), entre 1953 e 1967, Hal Pereira dominou por completo o mundo da direcção artística, falhando a nomeação para um Oscar apenas em 1965. Em quinze anos, Hal Pereira foi nomeado para vinte e três Oscares, tendo ganho apenas por The Rose Tatoo (Daniel Mann, 1955). Pelo meio, Hal Pereira trabalhou com os melhores: Alfred Hitchcock, Billy Wilder, William Wyler, John Ford, Cecil B. DeMille, Martin Ritt, George Stevens, Howard Hawks, Robert Mullingan, Don Siegel, Michael Curtiz, Fritz Lang, Sydney Pollack, Stanley Donen e Anthony Mann. Um clássico atrás do outro, qual Walt Disney. Quem tiver Dvds em casa, o mais provável é ter lá um com o dedo de Hal Pereira. Esta noite, o Deuxieme gostaria de destacar esta carreira brilhante, verdadeiramente colossal. É caso para dizer quem não tiver visto um filme de Hal Pereira, que atire a primeira pedra.

Alvy Singer

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