Verdades irrefutáveis.
O mote para este post surgiu com uma fotografia pouco convencional. Ao olhar para o frame que pretendia ilustrar uma determinada cena, dei por mim a pensar que contaria pelos dedos de uma mão, o número de vezes que tinha visto uma coisa assim. Apesar de não ser terrivelmente estranho, disse para com os meus botões, Ora aqui está uma coisa que não se vê todos os dias. Não importa aqui o filme que esteve na origem, mas sim o facto de isto ter despoletado a ideia de partir à procura de coisas mais comuns. Tão comuns que, ainda não aconteceram, e nós já sabemos que vão acontecer. Daquelas coisas que nos levam a dizer Típico. Daquelas coisas que nos levam a pensar Pff, assim também eu era realizador. Daquelas coisas que surgem filme sim, filme não, e que, por serem tão frequentes, já nem damos por elas. É verdade que pode haver aqui algum exagero, no sentido de trazer uma universalidade inexistente a estas leis de Murphy. No entanto, basta que isto tenha acontecido uma vez, para confirmar a teoria. Porque a ciência cinematográfica é mais maleável.
Vejamos então dez certezas que habitam essas obras que tanto adoramos, e que dão pelo nome de filmes.
10 – Sempre que alguém entra numa cozinha, e não acende a luz, é porque vai buscar alguma coisa ao frigorífico. Mas, o objecto de desejo nunca está na porta do frigorífico. Aquilo que ela procura está lá atrás, bem no fundo, mesmo em frente à câmara, para o grande plano.
9 – Sempre que alguém tem uma alucinação em que mantém uma conversa, a coisa funciona enquanto os dois se olham nos olhos. O problema é quando a personagem real vira as costas. Assim que ela se vira novamente para responder, a ilusão desapareceu. A única razão legítima para os psicanalistas não recorrerem a este método infalível, é a falta de respeito que a alucinação possa sentir.
8 – Sempre que uma lareira está a ser utilizada, a cena só pode ter dois desfechos. Ou alguma coisa vai ser queimada, ou um casal acaba enrolado no chão. Esta última opção não é exclusiva para marido e mulher.
7 – Com muita ou pouca pressa à mistura, a corrida do táxi inclui sempre troco. Já a entrar no autocarro, ninguém compra bilhete, o que nos leva a pensar que todos terão passe social.
6 – Sempre que alguém leva uma pistola à boca para acabar com a própria vida, só termina o trabalho se estiver sozinho. Se estiver acompanhado, acaba por chorar e deixar cair a arma. Isto leva-nos a concluir que o suicídio só existe se não for acompanhado.
5 – Por mais responsável que seja, sempre que alguém sai de casa a correr, nunca tranca a porta. E, das duas uma, ou sai disparado porque já tem as chaves no bolso, ou tem de apanhar as chaves e um casaco. Nunca as chaves sem o casaco. E, é importante levar as chaves, precisamente porque não tranca a porta. Parece que não faz sentido, mas faz.
4 – Se, numa cena de sexo iminente, alguém pergunta Tens a certeza que queres fazer isto?, é porque a coisa vai mesmo acontecer. A resposta a esta pergunta jamais poderá ser Agora que dizes isso... Já no altar, tudo é possível.
3 – Sempre que os pais se reencontram com o filho após uma longa separação, e este ainda é pequeno o suficiente, pegam-no ao colo entusiasticamente. Porém, na despedida, o abraço triste é sempre ao nível da criança, com os pais a dizerem adeus com um joelho no chão obrigatoriamente. Para mais esclarecimentos ver Kramer Contra Kramer, onde isto acontece a cada cinco minutos.
2 – Sempre que alguém apaga a luz da mesa-de-cabeceira ao deitar, os cortinados abertos permitem que o luar ilumine a face da nossa personagem. Mesmo que lá fora esteja a chover, a luz é sempre suficiente para clarear o quarto.
1 – Um copo a deslizar no balcão de um saloon nunca pára sozinho por força do atrito. Surge sempre uma mão.
Alvy Singer
Vejamos então dez certezas que habitam essas obras que tanto adoramos, e que dão pelo nome de filmes.
10 – Sempre que alguém entra numa cozinha, e não acende a luz, é porque vai buscar alguma coisa ao frigorífico. Mas, o objecto de desejo nunca está na porta do frigorífico. Aquilo que ela procura está lá atrás, bem no fundo, mesmo em frente à câmara, para o grande plano.
9 – Sempre que alguém tem uma alucinação em que mantém uma conversa, a coisa funciona enquanto os dois se olham nos olhos. O problema é quando a personagem real vira as costas. Assim que ela se vira novamente para responder, a ilusão desapareceu. A única razão legítima para os psicanalistas não recorrerem a este método infalível, é a falta de respeito que a alucinação possa sentir.
8 – Sempre que uma lareira está a ser utilizada, a cena só pode ter dois desfechos. Ou alguma coisa vai ser queimada, ou um casal acaba enrolado no chão. Esta última opção não é exclusiva para marido e mulher.
7 – Com muita ou pouca pressa à mistura, a corrida do táxi inclui sempre troco. Já a entrar no autocarro, ninguém compra bilhete, o que nos leva a pensar que todos terão passe social.
6 – Sempre que alguém leva uma pistola à boca para acabar com a própria vida, só termina o trabalho se estiver sozinho. Se estiver acompanhado, acaba por chorar e deixar cair a arma. Isto leva-nos a concluir que o suicídio só existe se não for acompanhado.
5 – Por mais responsável que seja, sempre que alguém sai de casa a correr, nunca tranca a porta. E, das duas uma, ou sai disparado porque já tem as chaves no bolso, ou tem de apanhar as chaves e um casaco. Nunca as chaves sem o casaco. E, é importante levar as chaves, precisamente porque não tranca a porta. Parece que não faz sentido, mas faz.
4 – Se, numa cena de sexo iminente, alguém pergunta Tens a certeza que queres fazer isto?, é porque a coisa vai mesmo acontecer. A resposta a esta pergunta jamais poderá ser Agora que dizes isso... Já no altar, tudo é possível.
3 – Sempre que os pais se reencontram com o filho após uma longa separação, e este ainda é pequeno o suficiente, pegam-no ao colo entusiasticamente. Porém, na despedida, o abraço triste é sempre ao nível da criança, com os pais a dizerem adeus com um joelho no chão obrigatoriamente. Para mais esclarecimentos ver Kramer Contra Kramer, onde isto acontece a cada cinco minutos.
2 – Sempre que alguém apaga a luz da mesa-de-cabeceira ao deitar, os cortinados abertos permitem que o luar ilumine a face da nossa personagem. Mesmo que lá fora esteja a chover, a luz é sempre suficiente para clarear o quarto.
1 – Um copo a deslizar no balcão de um saloon nunca pára sozinho por força do atrito. Surge sempre uma mão.
Alvy Singer
3 Comments:
esqueceram-se de mencionar que quando alguém sai d um carro tb nunca o tranca não ser q tenha fecho centralizado..e mm assim...
Muito bem visto!
Gostei muito do apanhado das cenas e não posso deixar passar a ocasião sem falar nos filmes de terror (que estão cheios de clichés, obviamente, senão não haveria a parte do "terror":)). Assim, sempre me perguntei porque é que quando as personagens atropelam alguém/algo insistem em parar o carro e voltar para trás para ver o resultado e porque tentem a procurar sempre a fonte de todos os barulhos sinistros que ocorrem ao seu redor:)
Ana C
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