EASTWOOD, GRAY E POLANSKI

Comédia romântica, algo negra e inesperada são os melhores adjectivos para definir Two Lovers, de James Gray (Nós Controlamos a Noite). Depois de uma tentativa de suicídio por mal de amores, o depressivo Leonard (Joaquin Phoenix), regressa a casa dos pais em Brooklyn para descansar. Não perde tempo inicia uma desfavorável relação com a vizinha Michelle (Gwyneth Paltrow), um mulherão que anda enrolada com o patrão, um homem casado; e conhece Sandra (Vinessa Shaw), a adorável filha do novo sócio do pai, que parece ser o porto de abrigo ideal. Como quase todos os insatisfeitos e fartos de amar, a tendência é para o abismo e complicação, mas felizmente Leonard acaba por encontrar o caminho certo. Depois de três intensos thrillers policiais (Viver e Morrer em Little Odessa, Nas Teias da Corrupção e Nós Controlamos a Noite), o clássico James Gray, é no mínimo surpreendente com este rápido regresso à Competição, de um ex-argumentista tornado realizador, neste drama agridoce. E novamente com Joaquin Phoenix, um dos seus actores favoritos, e o centro nevrálgico desta bela e insólita história de amor, ainda que vagamente inspirada em Dostoievsky e nas Noites Brancas. Um regresso também aos seus decors habituais entre os bairros Brighton Beach e Brooklyn, de Nova Iorque, locais que marcam quer as origens sociais, quer a natureza intrínseca dos seus personagens, determinando ainda os seus destinos como nos violentos filmes anteriores. Curiosamente o mesmo acontece em Two Lovers, um drama romântico moderno, uma bela história de amor, e a difícil escolha entre o coração e a razão deste homem atormentado, dividido entre duas mulheres completamente diferentes, mas que são decalcadas das personagens femininas e maternais dos filmes negros anteriores do cineasta.
Clint Eastwood não consegue fazer maus filmes mas este The Exchange - e não Changeling com o foi anunciado – está um bocadinho longe das obras anteriores do realizador, talvez pelo regresso a um tema que já não é uma novidade na sua obra (Mystic River). É na verdade um tema recorrente, está na ordem do dia e é tratado com a sua habitual sensibilidade: o rapto de crianças e a pedofilia. Falta no entato o toque de génio que Eastwood quase sempre nos habitou. O filme é equilibrado e inspirado em factos reais passados nos finais da década de 20 em Los Angeles. A bela Angelina Jolie brilha na interpretação da pobre mãe que não se resigna à má condução das investigações da LAPD, para recuperar o seu filho desaparecido e trocado por outro. Roman Polanski: Wanted e Desire é um belíssimo documentário de Marina Zenovich, produzido pela Weinstein Company e pela HBD, que descasca todo o longo e complicado processo de acusação por abuso uma menor (Samantha Geimer) a que esteve sujeito o cineasta e que ainda hoje lhe impede de regressar aos EUA. No documentário que redime dalguma forma Polanski estão registados vários depoimentos: advogados, procurador, amigos próximos do cineasta e de outras pessoas envolvidas no processo, inclusive da própria Samantha Geiner, hoje com 45 anos que assume publicamente o perdão ao ilustre cineasta, radicado agora em França.
Clint Eastwood não consegue fazer maus filmes mas este The Exchange - e não Changeling com o foi anunciado – está um bocadinho longe das obras anteriores do realizador, talvez pelo regresso a um tema que já não é uma novidade na sua obra (Mystic River). É na verdade um tema recorrente, está na ordem do dia e é tratado com a sua habitual sensibilidade: o rapto de crianças e a pedofilia. Falta no entato o toque de génio que Eastwood quase sempre nos habitou. O filme é equilibrado e inspirado em factos reais passados nos finais da década de 20 em Los Angeles. A bela Angelina Jolie brilha na interpretação da pobre mãe que não se resigna à má condução das investigações da LAPD, para recuperar o seu filho desaparecido e trocado por outro. Roman Polanski: Wanted e Desire é um belíssimo documentário de Marina Zenovich, produzido pela Weinstein Company e pela HBD, que descasca todo o longo e complicado processo de acusação por abuso uma menor (Samantha Geimer) a que esteve sujeito o cineasta e que ainda hoje lhe impede de regressar aos EUA. No documentário que redime dalguma forma Polanski estão registados vários depoimentos: advogados, procurador, amigos próximos do cineasta e de outras pessoas envolvidas no processo, inclusive da própria Samantha Geiner, hoje com 45 anos que assume publicamente o perdão ao ilustre cineasta, radicado agora em França.
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