Deuxieme


domingo, maio 18, 2008

INDY E A CHUVA NAS ESTRELAS



A chuva e o mau tempo surpreenderam Cannes com um fim-de-semana bastante molhado e fresco. As starletes, ‘mulheres do outro mundo’, sempre à procura de uma oportunidade, passeavam um pouco mais tapadinhas que o costume e de guarda-chuva em punho. A propósito de belas mulheres, já que um homem ama várias, melhor é levá-las todas para sua casa. Este é o mote da nova comédia de Woody Allen, intitulada Vicky Cristina Barcelona, num regresso a velhas histórias, problemáticas do amor e geniais diálogos, num bilhete turístico-cinematográfico de Barcelona e Oviedo, interpretado magistralmente por Scarlett Johansson, Rebecca Hall, Penélope Cruz e Javier Bardem.
O Brasil é apesar da sua grandeza um país suspenso e falhado tal como as personagens de Linha de Passe, de Walter Salles e Daniela Thomas. É um belo filme que tem como pano de fundo o futebol para contar a história de quatro irmãos que tentam fazer pela vida de maneiras diferentes: Reginaldo, o mais jovem procura desesperadamente saber que é o pai; Dario sonha com uma carreira de futebolista mas aos 18 anos mas nunca teve oportunidade de jogar num grande clube; Dinho refugia-se na religião evangelista e Denis ganha dificilmente a vida como estafeta de moto; a mãe Cleusa quarentona e fanática do Corinthians está outra vez grávida e não sabe que é o pai.
Na caravela da Boa Esperança,­ ­uma réplica de época que viajou de Portugal com o apoio da Algarve Filme Commission, foi apresentado Amália, o primeiro projecto da VC Filmes, a nova produtora e distribuidora nacional, que começa a rodar em Junho pela mão de Carlos Coelho da Silva (O Crime do Padre Amaro). A dar o rosto de Amália estará a jovem actriz quase estreante, Sandra Barata Belo, que para além de ser linda é parecida com a fadista e promete vir a ser uma grande revelação.
Saí agora do visionamento de Indiana Jones and the Kingdom of the Cristal Skull, um tanto desiludido. Será que foram precisos 19 anos para isto, um eficaz jogo de vídeo e uma aventura ligeira que termina com os actores a olharem para os efeitos especiais, num cruzamento de Indiana Jones com os Encontro Imediatos do 3º Grau. Lugares comuns, aventura burlesca e sem magia de outros tempos é o máximo que se pode dizer deste último da sequela. Sean Connery fez bem em rejeitar o papel do pai Jones, ao passo que Shia Labeouf não tem o carisma de River Phoenix ou de Harrisson Ford para dar continuidade à aventura.

Receio que nem os fans de outrora se vão identificar com este Indiana Jones e às novas gerações também não vai dizer muito.

9 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O Lucas bem avisou...

Mas creio que isso se deva em parte às expectativas. Mesmo assim, o consenso das críticas que têm saído é que o filme é bom, digno sucessor dos 3 antecessores (há até quem diga que é mesmo o 2º melhor filme).

Dia 22 lá estarei...

19 de maio de 2008 às 12:31  
Anonymous Anónimo said...

É triste a Premiere ter feito um pequeno "spoiler"do filme.Acho que não deviam tê-lo feito.Quanto ao resto,não sei o que hei-de esperar do filme.Tenho acompanhado em diversos fóruns da internet internacionais nos últimos 2/3 meses a feitura e conclusão do filme e é tudo uma enorme confusão,certezas não há nenhumas.Na pior das hipóteses será um filme fabuloso como os "Salteadores..." ou "O Templo Perdido",na melhor das hipóteses será um filme perfeito,a todos os niveis,como é,na minha opinião,"A Grande Cruzada".Lá estarei na estreia para conferir e verificar tudo aquilo que li nos últimos meses sobre o filme é mesmo verdade ou não.

19 de maio de 2008 às 13:27  
Anonymous Anónimo said...

Mau..., já não é a primeira má critica que leio. Mesmo assim vou ver o filme. É sempre bom rever o regresso de um heroi. Mesmo com rugas.
Rui Pinhão

19 de maio de 2008 às 16:44  
Anonymous Anónimo said...

Fiquei fulo qd vi este "spoiller" de Indiana Jones!!!! Deixavam o filme estrear e a malta ver e depois lá faziam os comentários que quisessem!! Isto foi mesmo para mostrar ar de pedante e dizer que tinha estado em cannes!

19 de maio de 2008 às 21:21  
Blogger João Bizarro said...

Estarei lá dia 22.
Já ouvi uma critica boa e já li uma má.

19 de maio de 2008 às 21:36  
Anonymous Anónimo said...

Não querendo descontar as más críticas (e mesmo algumas nem são completamente negativas), já li bastantes positivas. Mas importa também reflectir um pouco naquilo que se espera deste filme. Será praticamente impossível atingir de imediato o estatuto que o tempo garantiu aos outros três. E sejamos honestos, com excepção de "Raiders of the Lost Ark", tanto a sua prequela e sequela são filmes mais desequilibrados, principalmente A Grande Cruzada com uma certa "estupidificação" dos personagens de Sallah e Marcus Brody para efeito de comic relief. Já passámos por estes filmes e nenhum deles conseguiu ser tão bom quanto o primeiro. E o mesmo provavelmente se passará com este. Mas são filmes incontornáveis, vêem-se e adoram-se. Cada um deles soube jogar com as forças que tinha. Temple of Doom, mais sombrio e exótico ou a química entre pai e filho de A Grande Cruzada. Pessoalmente, na minha meninice, Temple of Doom era favorito. Tirando a parte em que Mola Ram arrancava o coração a um pobre sacrificado, que me forçava ou a um pequeno fast-forward ou a fechar os olhos, era um dos filmes que mais via (e imitava).

Creio que o cavalgar ao pôr do sol foi um concluir perfeito daquela trilogia mas agora temos nova aventura e espero algo de diferente. O tom e o estilo avançaram 19 anos para a Guerra Fria e para os anos 50. E com isto, deixamos os serials das décadas de 30 e 40 e passamos para os filmes de ficção-cíentifica de série B dos anos 50. Não é nenhuma surpresa, George Lucas já o dissera meses antes. E é uma mudança que me parece lógica, uma nova homenagem a um outro cinema já passado.

Em jeito de off-topic, a Visão de 15 de Maio trazia uma peça sobre o filme e sinceramente, foi das piores coisas que já li. Não tanto pelo que não disse, mas pelo que disse mal. Falar de Spielberg como o miúdo que passava o dia frente à televisão a ver filmes de série B e a ler banda-desenhada. Não que seja mentira, mas quem trouxe essas influências para Indiana Jones foi o outro barbudo lendário, e actual Anti-Cristo para hostes e hostes de fãs irados (um ódio que não só é infantilmente idiota, mas que roça o obsessivo quase anedótico), George Lucas. Ele é que sempre soube destilar dessas matinés a estrutura e regras da narrativa dos serials e da série B. Nunca foi grande realizador e é pior argumentista, mas também sempre teve a humildade em o admitir. Mas o mérito de Indiana Jones só encontra verdadeira justiça quando dividida em outras 5 partes: ao mestre Spielberg, a Harrison Ford pelos maneirismos, a Lawrence Kasdan pelo refinamento do argumento, a John Williams pela música e a Jim Steranko, grande ícone e visionário da BD norte-americana, por ter criado a imagem.

E ainda estamos só a 20 ? Raios...

20 de maio de 2008 às 11:45  
Anonymous Anónimo said...

Pedro Almeida:"...Já passámos por estes filmes e nenhum deles conseguiu ser tão bom quanto o primeiro...".Discordo fortemente.Quando era muito jovem "O Templo Perdido",era, também,de facto,o meu favorito mas os anos foram passando e depois de os ter revisto recentemente todos acho "A Grande Cruzada" como o melhor dos três,de longe.O humor é algo que se tem que valorizar e não desvalorizar e acho que está trabalhado de uma forma memorável no filme."Os Salteadores..." é um excelente filme mas tem um guião "frio como uma pedra" e não o acho nem perfeito nem surpreendente como muitos o acham tirando a genial sequência final.Acho que "A Grande Cruzada" tem tudo aquilo que tem o primeiro mais o humor e ironia apuradissimos mais a direcção de actores absolutamente impecável inserida num guião muito bem imaginado e recheado de sequências antológicas e surpreedentes.Mais uma vez digo:Acho inaceitável terem feito o "spoiler" do filme.Se fosse um "site" não especializado tinham desculpa como não é não têm.
Que chegue dia 22 quanto antes!!!.A angústia está a acabar!!!

20 de maio de 2008 às 12:26  
Anonymous Anónimo said...

Bem, eu não posso dizer que não gosto de nenhum. Mas "Os Salteadores da Arca Perdida" é quanto a mim o mais equilibrado, talvez por ter sido o primeiro e logo o paradigma pelo qual se medem os outros. O grande handicap de A Grande Cruzada, mas que não desvirtua o filme por completo, é a ridicularização de Sallah e Marcus Brody para efeito de comédia. Quando vi o filme aos 9 anos no cinema e mais tarde o fui revendo, não conseguia ter essa percepção só mesmo mais tarde é que senti que algumas coisas destoavam. Também não ajuda que o macguffin seja um tudo ou nada fraquinho. Vendo o filme é notória que a química entre Connery e Ford já por si era suficiente para garantir a dose de comédia. Mas continua a ser um grande filme.

20 de maio de 2008 às 15:56  
Anonymous Anónimo said...

Tenho 17 anos ,portanto não apanhei a trilogia Indy nos cinemas. E, por muito extraordinário que seja, até há pouquíssmo tempo nunca tinha visto um único filme do Indiana Jones. O facto dos nomes Lucas/Spielberg/Ford/Williams fazerem parte do projecto sempre funcionou como um incentivo para eu assistir a estes clássicos, como grande fã de cinema que sou. Aproveitei então para ver os três filmes pela SIC: "Raiders Of The Lost Ark" no sábado 10, "Temple Of Doom" no domingo 11 e "The Last Cruzade" no sábado passado.
Em relação ao meu preferido é, sem dúvida, "A Grande Cruzada" (porque não traduziram para "A Última Cruzada"?!). O "Salteadores da Arca Perdida" é também fantástico. Adorei a sequência inicial (embora nunca tenha visto o filme, toda a gente conhece o arqueólogo de chicote a fugir da enorme bola de pedra). Mas a conclusão da história foi uma desilusão. Ficarem retidos numa base secreta dos nazis e depois salvarem-se graças a uma maldição que dizimou todos os inimigos foi um bocado frustrante, soou-me a uma saída demasiado fácil e fabricada. Mas, apesar disso, a sequência final do armazém foi brilhante.
Quanto ao "Templo Perdido", foi o que menos gostei. A história que leva o nosso herói a enfrentar grandes perigos nasceu muito artificialmente (cair de um avião e ir parar a uma aldeia, donde desapareceu uma pedra sagrada e depois descobrir uma mina com crianças escravizadas) e também considero-o o filme menos credível, no sentido de ter as situações mais irreais.
O "A Grande Cruzada" é, na minha opinião, o melhor dos três. Aquímica entre o Dr. Henry e o "Junior" é perfeita e toda a história se desenrola muito bem. Comecei a ver Indiana Jones ainda não fez duas semanas e já se tornou o meu herói predilecto. Apenas quando o vir poderei falar acerca dele, mas penso que falam demasiado cedo quando dizem que esperam o filme de pé atrás (já estaremos assim tão habituados a más sequelas que já não as queremos receber?).

20 de maio de 2008 às 21:39  

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