Na ponta da língua.
Por estes dias, os centros comerciais, atulhados de destemidos viajantes à procura do presente de Natal ideal, são um recreio para a vista e, porque não, audição. Aquilo que se vê. Aquilo que se ouve. Não lembra, nem ao menino Jesus – que, a propósito, ao ter vindo a este mundo há uns anos valentes, jamais pensaria que isso se traduzisse, séculos mais tarde, em mãos cheias de sacos e um Ferrero Rocher a acompanhar. Agora, para quem visita regularmente os corredores da Fnac e Worten, é um fartote. De entre as várias barbáries já escutadas ao longo desta quadra, destacaria esta ouvida ontem. Proferida por uma jovem, ao passar pelo mais recente êxito da Dreamworks.
“Eles gozam ali com a paciência e a pachorra de um Panda, e o coiso de uma criança. Lindo”.
Poder argumentativo estarrecedor. Lúcido como água. É por essas e por outras que, quando visitar o Louvre, e der de caras com a Mona Lisa, tenciono ficar calado no meu cantinho.
Alvy Singer
Etiquetas: Kung Fu Panda
3 Comments:
Bem, isso dos comentários soltos na rua é o menos grave. Na última edição da Visão, revista que compro assiduamente, vem Clint Eastwood em grande destaque. Uma importação da Time, como é comum na revista. Nada contra desde que a informação seja boa, agora houve qualquer coisa que se perdeu na tradução, e que deixou a seguinte pérola que me impediu de continuar a ler o artigo:
"Depois de ter entrado em mais dois westerns de Leone - Por Mais Alguns Dolares e Feios, Porcos e Maus - Eastwood era uma estrela..."
Enfim uma pequena grande confusão com o título de Ettore Scola..
sinceramente acho que isto não é motivo para se fazer um artigo ! Para além de ser um comentário solto de rua , não é grave, pois nem toda a gente tem de ser intelectualóide. Penso que isso, sem querer atacar ninguém, é uma falta de gosto e uma tentativa altiva de se mostrar mais capaz que os outros. Apenas penso que é uma extrema falta de gosto estes comentariozinhos !! Alvy sei que consegues ser melhor (pelo menos assim o penso) ..
Mastroianni, não é uma questão de ser intelectualóide. Nem de gravidade. Já Wilde dizia que a vida é demasiado importante para levar a sério. Contudo, se contribuir para alguma coisa, não queria, mas posso dizer que conheço a pessoa em questão. E, até lhe confessei que ia transpor esta precisa definição para o blog. Apenas para construção do post, dei a entender ser uma transeunte. O que, nestes casos, para quem engraça com a piada, costuma funcionar melhor. Mas, pronto, está desmistificado. Agora, também lhe posso assegurar, sem qualquer ponta de modéstia, que a única coisa em que acredito ser mais capaz do que os outros é a escrever sobre cinema. E, mesmo aí, muitas vezes meto os pés pelas mãos, como as constantes correcções ortográficas dos visitantes deste espaço testemunham.
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