Ano de viragem.
Num artigo publicado no Chicago Tribune, Mark Caro aborda a questão da popularidade de um filme, do reconhecimento por parte do público e da crítica, e de como a Academia de Hollywood não pode descurar esse importante factor, quando é chegada a hora de seleccionar os nomeados para os Oscar. Neste ponto, Caro defende que o espectáculo televisivo perde interesse, e até mesmo credibilidade, quando obras como The Dark Knight e Wall-E, actores como Leonardo DiCaprio, ou cantores como Bruce Springsteen e Miley Cirus ficam de fora do certame. Ora, a opinião deste que se assina, no que respeita à omissão do filme de Christopher Nolan, por exemplo, já não deverá ser segredo para quem visita este espaço. No entanto, neste particular, somos forçados a discordar, meu Caro – trocadilho inevitável.
Em nosso entender, este é o tipo de pensamento de quem está mal habituado e assistiu, nos últimos dois anos, impávido e serenamente, à consagração de filmes como The Departed e No Country For Old Men, e às omissões de El Laberinto del Fauno e Eternal Sunshine of the Spotless Mind. Trazer à baila valores de bilheteira para argumentar a favor de títulos como The Dark Knight e Wall-E, é o mesmo que defender a supremacia da quantidade versus qualidade. Quem acha que a Academia de Hollywood age erradamente, ao não nomear dois dos filmes mais aplaudidos do ano, devia ter-se lembrado de fazer o mesmo quando Martin Scorsese – e, este é aquele instante em que estamos na iminência de comprar uma discussão –, com um retumbante sucesso de bilheteira, arrecadou o Oscar de Melhor Filme. Um filme com um elenco de luxo, que lucrou milhões, realizado por um cineasta que merecia uma estatueta há mais de duas décadas, compôs a fórmula que ditou o destino daquela noite, muito tempo antes. Nessa altura, ninguém pareceu sentir-se incomodado. O que incomoda realmente é ver como o original consegue ser melhor, e passou completamente ao lado de Hollywood. Ao mesmo tempo, o ano passado, quando No Country For Old Men levava tudo à frente na temporada de prémios, um silêncio constrangedor contagiava o mundo da sétima arte, como se nenhuma outra película pudesse bater o pé à obra dos irmãos Coen. O resultado foi Paul Thomas Anderson nem sequer ter levado o Oscar de Melhor Realizador para casa, quando com apenas duas mãos edificou uma obra-prima.
A verdade é que, nestes dois últimos anos, a AMPAS não tem seguido a linha conservadora que a caracteriza. Nestes dois últimos anos, a Academia de Hollywood tem feito a vontade de milhões de críticos e cinéfilos, optando por distinguir títulos que fazem uma longa tangente à concordância universal. Agora, este ano, que a Academia parece regressar ao modus operandi tradicional, cai o Carmo e a Trindade. Aquilo que, por vezes, nos escapa, como parece ser o caso de Caro, é a incrível flexibilidade deste grupo de votantes. No entanto, quando estamos a falar de um grupo com, aproximadamente, 6000 membros, mal seria se não houvesse esta alternância nas faixas de rodagem. Aliás, o estranho é não existirem mais. Temos curiosidade em saber, por exemplo, o que é que não terá sido escrito em 1969 quando Midnight Cowboy ganhou o Oscar de Melhor Filme, seguindo-se a Oliver! na lista dos grandes vencedores. O filme Carol Reed está dentro dos padrões que acreditamos serem os da Academia. O de John Schlesinger, não.
Dos cem títulos que mais receitas de bilheteira fizeram em todo o mundo, apenas treze foram nomeados para o Oscar de Melhor Filme. Desses treze, apenas seis ganharam. Isto mostra-nos como a Academia não vai nestas cantigas. E, em 2008, depois de dois anos em que votaram de acordo com o escrutínio público, parece ser chegada a altura de voltar a eleger um filme para toda a família e verdadeiramente inspirador. Por isso é que Slumdog Millionaire leva alguma vantagem sobre The Curious Case of Benjamin Button. Os outros três não estão lá apenas para enfeitar. Mas quase.
Bruno Ramos
Etiquetas: No Country For Old Men, Slumdog Millionaire, The Curious Case of Benjamin Button, The Departed, Wall-E
3 Comments:
Caro parece achar que os títulos nomeados são filmes "underground" quase, trata-os como obras de autor obscuras ou algo do género. Quanto a isso só há uma resposta possível: LOL.
Ora os críticos e os cinéfilos acérrimos talvez prefeririam ver Fome ou A Turma nomeados, o que nunca aconteceria. E, pelos vistos, Benjamin Button ou Slumdog Millionaire não apelam às massas. Então afinal este ano estão a fazer a cerimónia para quem?
A "Lenda ganha vida" e praticamente ninguem fala nele. DragonBall o manga japonês criado por Akira Toriyama, finalmente ganha vida pelas maos do realizador James Wong (O Último Destino), sob o nome de DragonBall Evolution, o filme tem como actores nos papeis principais Justin Chatwin como SonGoku, Joon Park/Yamcha, Jamie Chung/Chi Chi (Kika), Emmy Rossum/Bulma, James Marsters/Lord Piccolo (Satã) e Chow Yun-Fat/Master Roshi (Tartaruga Genial). O teaser site foi lançado no dia 15 de Janeiro nos EUA e lá podemos encontrar o primeiro trailer. A adaptação de DragonBall ao cinema é considerada por muitos uma das adaptaçoes do século, embora também existam os detratores que dizem que o filme é si vai ser o maior flop do ano. Na minha opinião o trailer deixa muito a desejar, pelas primeiras imagens ficamos com a ideia de que a adaptaçao em muito se distancia do manga, a começar pelo nome do filme deveras sugestivo "DragoBall Evolution". http://www.dragonballthemovie.com/
é assim nd contra o dragon ball pois era uma fã assidua mas este é um site de cinefilia falasse mais de bons filmes n filmes k vao ser grandes blockbusters e baseados em animes . se assim agora começava-se a falar do filme death note k na minha opiniao ta uma poia comparado com o anime .
a sites pa falar de filmes sobre animes este n é um deles , desculpa la
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