Carey Mulligan, estrela em Sundance.
O lado mágico de Sundance mostra-nos uma cidade coberta de neve, onde a concretização de um sonho alimentado durante anos, pode estar a horas de distância. O lado mais sombrio de Sundance mostra-nos as reuniões de bastidores, muitas delas nas recepções dos hotéis onde os produtores estão instalados, com acesas discussões contratuais. Muito do futuro de uma obra escreve-se naquela assinatura. O estúdio que adquire os direitos de um filme torna-se responsável pela distribuição e promoção do mesmo. E, não é de mão beijada que um realizador vê um trabalho sair da sua alçada. Por esta altura, um dos títulos que suscita mais animação em Park City é An Education. Realizado pela dinamarquesa Lone Scherfig, com argumento de Nick Hornby – autor de obras como High Fidelity e About a Boy –, o filme conta-nos a história de Jenny (Carey Mulligan), uma adolescente que vive com os pais nos subúrbios de Londres, no inicio dos anos sessenta, e se deixa enfeitiçar pelos encantos de um homem mais velho e enigmático (Peter Sarsgaard). Ao lado da dupla de protagonistas poderemos encontrar Emma Thompson, Sally Hawkins, Alfred Molina e Dominic Cooper. Sobre o filme, escreveu Jeff Wells, do Hollywood Elsewhere.
"An Education, a coming-of-age period drama set in 1961 London, is the absolute shit -- the best film of the Sundance Film Festival, a finely tuned and deeply engaging film by regular popcorn-watching standards, an award-calibre drama that will definitely be in contention at the end of the year, and a movie that has launched a genuine movie star in an old-fashioned and yet very new-fashioned sense - 23 year-old Carey Mulligan".
Isto são boas notícias. Muito boas notícias, sobretudo para Carey Mulligan, que pode ver a sua carreira virar do avesso não tarda nada. Agora, o que já não agrada tanto são as complicações na compra e venda da obra. Christopher Campbell dá-nos conta que a Fox Searchlight, que tem faro para escolhê-los, avançou com um milhão de dólares. O problema é que a CAA e a Endeavor colocam a fasquia nos dez milhões. Só esperemos que isto não signifique um bom filme esquecido por tempo indeterminado na prateleira.
No entanto, Carey Mulligan, uma das irmãs Bennet de Pride & Prejudice (Joe Wright, 2005) parece não ficar satisfeita apenas com um bom punhado de críticas. Dois punhados, logo a abrir 2009, dão outro aspecto ao currículo desta actriz que caminha a passos largos para o estrelato. The Greatest, filme exibido recentemente em Sundance, abre com uma cena romântica entre Bennett (Aaron Johnson) e Rose (Carey Mulligan). Momentos mais tarde, já no carro, Bennett prepara-se para confessar os seus sentimentos, quando um camião abalroa-os. Bennett morre no acidente. O filme segue então o sofrimento da mãe de Bennett (Susan Sarandon), do pai (Pierce Brosnan), irmão (Johnny Simmons), e da quase-namorada. Das críticas positivas que têm chovido, a mais impressionante é a de Kelly West, do Cinema Blend.
"As I was walking out of the theater after seeing The Greatest, I had the urge to find myself a broom closet or some other nearby private place so I could cry for at least five minutes. It’s that type of movie and not just because it’s so sad. It’s a very emotional film all around that will likely have people dabbing their eyes as they watch two parents come to terms with the loss of their son. The Greatest is both heartbreaking and heartwarming all at once".
Seja qual for a natureza do texto, alguém que ousa abrir-se desta forma merece a nossa empatia. E, por estes lados, West já nos convenceu. The Greatest já está marcado na pasta dos imperdíveis. O azar de West é que não deve ter visto este título acompanhada pelo tal rapaz da fila H, nos Cinemas do Colombo. Alguém que lhe dissesse que isto não passa de um filme. Por vezes, era bom que assim fosse.
Alvy Singer
Etiquetas: An Education, Carey Mulligan, The Greatest
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