Sundance.
O festival de Sundance começa amanhã e, apesar das nomeações para os Oscar estarem aí à porta, por agora, nada parecerá tão importante como as reacções que nos chegarão de Park City. Em abono da verdade, a chegada de The Curious Case of Benjamin Button marcada para amanhã, também tem que se lhe diga. No entanto, vamos procurar abstrair-nos dessa importantíssima estreia, e foquemo-nos agora, por uns instantes, em Sundance – nos próximos dias teremos tempo de voltar a Benjamin Button, e outras estreias relevantes que ainda não abordámos por aqui. Num rol de 118 obras que serão exibidas, é complicado estar em futurologias e tentar adivinhas as boas surpresas que sairão do mais importante festival da actualidade em solo americano. No entanto, uma pequena lista com as dez obras que suscitam mais curiosidade já é algo mais acessível. No fundo, se por acaso estivéssemos em Sundance, éramos meninos para papar aquilo tudo. Não estando, estes são os dez filmes que mais gostaríamos de ver chegar às salas nacionais. Contudo, para tal é necessário primeiro que passem pelo festival com distinção. Agora, sejam estes ou outros, o mais importante é que esta seja uma boa colheita. A História já nos deu vários exemplos de obras que, num mês de Janeiro estavam a passar em Sundance, e no Janeiro do ano seguinte estavam a receber cinco ou mais nomeações para os Oscar. Aqui ficam os mais antecipados do certame deste ano:
10. Paper Heart (Nicholas Jasenovec) – Charlyne Yi (Knocked Up) e Michael Cera (Juno) participam num filme parte-ficção, parte-documentário. Uma história sobre o amor que ambos partilham na vida real. Cera é certificado de garantia e, só por ele, já deve valer a pena. O problema destes combos é quando se tornam demasiado pessoais. Esperemos que este não seja um daqueles momentos desconfortáveis em que seguramos a vela.
9. I Love You Phillip Morris (Glenn Ficarra) – Adaptação da obra de Steve McVicker, baseada em factos reais, que relata a história de Steven Jay Russell, um policia, pai de família, que se torna num criminoso, e se apaixona pelo companheiro de cela. Um título que promete incendiar o estado de Utah, ou não estivesse a Proposition 8 ainda na memória de toda a gente. Jim Carrey é Russell. Ewan McGregor o companheiro de cela.
8. Rudo Y Cursi (Carlos Cuarón) – Dois irmãos que lutam pela fama e glória. Um quer ser jogador de futebol. Outro prefere ser músico. Sangue, suor e lágrimas que também podem dar azo a muita gargalhada. Acima de tudo, esta é uma excelente oportunidade para rever a dupla de Y Tu Mamá También. Gael Garcia Bernal e Diego Luna são os protagonistas, num filme realizado pelo irmão de Alfonso Cuarón.
7. Mistery Team (Dan Eckman) – O plot baseia-se em três frangalhos que ainda cheiram a fraldas, e que tentam resolver um crime no mundo dos adultos. À primeira vista, pode parecer mais um volume da colecção Uma Aventura – o que já não era nada mau, se fosse bem feito –, no entanto, promete ser mais do que isso. O trailer é um fenómeno na net. Nonsense misturado com uma premissa honesta é o primeiro passo para hora e meia de boa disposição.
6. Sin Nombre (Cary Fukunaga) – Um thriller social e politico com epicentro na fronteira do México com os Estados Unidos. Numa viagem de comboio para a terra das oportunidades, os destinos de três jovens colidem abruptamente. Sem nunca termos deitado os olhos num trabalho de Fukunaga, esta parece-nos uma boa razão para começar a fazê-lo.
5. Mary and Max (Adam Elliot) – Animação stop-motion. Filme escolhido para abrir o festival. É preciso mais alguma coisa?
4. 500 Days of Summer (Marc Webb) – A história de uma rapariga que não acredita no amor, e do rapaz que se apaixonou por ela. O eterno romântico divaga, então, pelos quinhentos dias que a relação durou, à procura do problema. Esta até pode ser mais uma visita a uma série de lugares comuns. Contudo, ao vermos que Joseph Gordon-Levitt e Zoey Deschanel encabeçam o elenco, damos mais que o benefício da dúvida.
3. Moon (Duncan Jones) – Um filme sobre um astronauta que fica retido na lua durante três anos e começa a ceder física e mentalmente. Sam Rockwell é esse desafortunado homem do espaço. O mesmo é dizer que esta poderá muito bem ser uma ode à capacidade interpretativa do actor. Se há actor que não nos importamos de ver no ecrã durante 99,9% da obra, é Rockwell. Ainda para mais quando o restante percentil é responsabilidade de Kevin Spacey.
2. Adventureland (Greg Mottola) – 1987 foi o ano de Full Metal Jacket, O Último Imperador e As Asas do Desejo. Foi também o ano escolhido pelo realizador de Superbad para situar este drama com contornos autobiográficos, sobre um jovem saído da faculdade, e que tem o seu primeiro trabalho num parque de diversões, durante o Verão. O ambiente retro dá aquela aura especial, característica dos filmes triunfadores e singulares.
1. The Missing Person (Noel Buschel) – Nestas coisas há que ser taxativo e, por mais voltas que demos, apetece-nos dizer que Michael Shannon (Revolutionary Road) é o homem do momento. Este actor é a nossa aposta para the next big thing. A ver vamos. Para já, a história de um investigador alcoólico que se depara com o caso da sua vida, num filme com Amy Ryan, pinceladas noir e resquícios do 9/11, abre-nos, e de que maneira, o apetite.
Bruno Ramos
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