Deuxieme


sexta-feira, janeiro 23, 2009

Um mês.

O texto será longo. A prosa será extensa, e reflexões não faltarão. Se é para opinar, estamos cá nós. Falar ao desbarato, enquanto for de borla, é coisa de que nunca nos cansaremos. Então, se for sobre Cinema, é algo que sai mesmo com naturalidade. Somos só nós, ou, por vezes, ainda com o pijama vestido e os olhos meio remelados, antes mesmo do pequeno-almoço, não dá uma vontade inexplicável de dizer Go ahead, make my day? Mesmo que seja para o vazio. E, quem é que nunca escovou os dentes enquanto vai trauteando uma qualquer composição de John Williams? Ou, até mesmo, calçar um par de peúgas enquanto sussurra I’m the king of the world? Há sempre maneira de conotar um dado acontecimento com uma qualquer obra da sétima arte. Senão, vamos nós mesmo buscá-la. E, nesta altura dos Oscar, falamos ainda mais pelos cotovelos. Durante este próximo mês, acederemos diversas vezes a este espaço para entrar em conjecturas, desenhar comparações com anos transactos, e tentar prever aquilo que parece impossível. Acertar na chave do Euro Milhões, ao pé disto, são favas contadas. Posto isto, passemos então à apreciação dos nomeados para a próxima cerimónia dos Oscar. Convidamos aqueles que não estão sentados, a fazerem-no. Podemos estar aqui ainda um bocado. Vamos a isto.

The Reader – Ainda sem termo-nos cruzado com a obra de Stephen Daldry, podemos afiançar que esta é, para já, a grande surpresa do ano. Aliás, a um mês do certame, parece que The Reader já ganhou o seu campeonato. Nas últimas semanas, tinha vindo a ganhar consistência a ideia de que The Dark Knight não aguentaria a sua posição na frente de batalha. A ceder, para quem seria? A dúvida pairava no ar quando Forrest Whitaker se preparava para anunciar os cinco finalistas. Coube a The Reader, tamanho feito. O filme arrancou cinco nomeações. Um número bastante simpático, para um título que caiu no goto de muitos críticos, mas de poucos que acreditaram realmente vê-lo nesta posição. Houve até quem lhe lançasse mesmo farpas agudas. O preconceito é uma coisa feia. Estamos a tentar combatê-lo. Harvey Weinstein está de volta.

Stephen Daldry – Três em três. Daldry apenas realizou três filmes em toda a sua carreira. Billy Elliot (2000), The Hours (2002) e The Reader (2008). Foi nomeado, por cada um deles, para o Oscar de Melhor Realizador. Se não for, em si, um recorde, deverá, pelo menos, igualar o de alguém. Agora, o que faz aqui alguma espécie é a percentagem de sucesso. Cada tiro, cada melro. Não está em causa o trabalho meritório de Daldry, nem tão-pouco o inquestionável valor das suas obras. Contudo, pensar que outros ilustres cineastas andam longe deste tipo de reconhecimento, tem que se lhe diga. Alexander Payne, por exemplo, só conseguiu ainda uma nomeação, por Sideways (2004). Wes Anderson, pior. Nenhuma. Agora, o caso mais gritante será mesmo o de Tim Burton, que não conta também com qualquer nomeação. Daldry tem o triplo das nomeações de Burton. Dizer isto em voz alta é capaz arrancar mais do que um sorriso. Mais uma vez, já iniciámos diligências para combater o preconceito.

Gran Torino – O filme de Clint Eastwood, acreditavam muitos, tinha saído na altura certa. Agora, os mesmos que enalteceram a coragem do estúdio, ao ter atrasado a estreia até à última, e assim garantir um maior efeito surpresa, são os primeiros a dizer que, afinal, foi demasiado tarde. Entre ser preso por ter cão, e preso por não ter, acreditamos que é sempre melhor sê-lo por ter. E, neste caso, parece que a única maneira de Eastwood chegar-se à frente era apostando num sprint perto do final. Não deu. Contudo, estamos em crer, até nem deve ter sido por muito. Agora, para todos os efeitos, isso pouco importa. Nos registos não ficará qualquer nomeação para o filme. Nem mesmo aquela que muitos antecipavam, a de Melhor Actor para Eastwood. Sem termos visto ainda o filme, confessamos que ter a lenda viva envolvida nestes reboliços dá um outro aspecto. Tem mais piada. Qualquer lista com o seu nome lá para o meio tem outra apresentação. Resta-nos esperar pela estreia, para tirar a teima.

Michael Shannon – A sua interpretação em Revolutionary Road é daquelas que enche as medidas por completo. Num filme em que tudo está de pernas para o ar, o seu lunático John Givings parece ser a única personagem com a qual não nos importávamos de tomar um café. A possibilidade de sair vencedor do Kodak Theater é praticamente nula. No entanto, vê-lo chegar aqui já dá um gozo tremendo. E, quer-nos parecer que esta será apenas a primeira vez que Shannon terá de pensar se deve ou não escrever um discurso de agradecimento para o galardão mais importante de Hollywood.

Melhor Argumento Original – A seguir ao alinhamento para a categoria de Melhor Actor Secundário, este foi aquele de que mais gostámos. Isto porque, sem ter caído em convencionalismos, nem atrás da designação fácil, a Academia resolveu casar a sua opinião com a do cinéfilo atento, e distinguir obras que clamavam por esta oportunidade como se não houvesse amanhã. Deixar de fora Woody Allen e os irmãos Coen, parece-nos uma decisão sensata. E, muito provavelmente, este será o troféu mais importante para qualquer dos filmes a concurso. Com o Oscar de Melhor Filme de Animação no bolso, a vitória nesta categoria catapultaria Wall-E para um patamar mais condizente com a sua grandiosidade. Frozen River, por Courtney Hunt, sem grandes hipóteses para Melhor Actriz; e, In Bruges, por Martin McDonagh, sem qualquer outra nomeação, podem receber aqui a atenção com que nunca sonharam. E, que sopapo de luva branca não seria para os BAFTA, se Mike Leigh e o seu Happy-Go-Lucky não levassem o Oscar para casa. Numa categoria composta por obras aparentemente menores, se Milk arrebatar a estatueta somos capazes de levar a mal.

Kate Winslet – Ao ouvirmos o nome de Winslet ser anunciado na categoria de Melhor Actriz, nem pensámos duas vezes. Só podia ter sido por Revolutionary Road. Caramba, agora nada supera o desejo de ver a obra de Stephen Daldry. Winslet está melhor em The Reader do que no filme de Sam Mendes? Temos de ver isso. Se assim for, está encontrada a vencedora nesta categoria. E, passando assim de repente a mão pela memória, não nos recordamos de uma interpretação feminina tão convincente quanto esta, ter ficado alguma vez de fora nesta categoria. Em Revolutionary Road, Winslet transfigura-se. Dá-nos aquilo que só está ao alcance de meia dúzia de predestinados. A sua April Wheeler é capaz de ter arrancado hoje a maior omissão de sempre na História da categoria de Melhor Actriz.

Waltz With BashirBolt nomeado para Melhor Filme de Animação. Waltz With Bashir não. Isto deveria ser o suficiente para a CIA ou o FBI meterem as mãos nisto, e tentar perceber que maroscas rodearam esta decisão. Ou esta gente não anda a ver os filmes certos, ou a Academia devia passar a adoptar o slogan Se votar, não beba.

Tom Stern – Clint Eastwood já tinha colaborado com Stern em Mystic River, Million Dollar Baby, Flags of Our Fathers e Letters From Iwo Jima. A nomeação aguardava-no. Era uma questão de tempo. No entanto, só desconhecíamos a fórmula. Para Stern ser nomeado, Eastwood não pode. A sua nomeação, mais improvável das cinco finalistas, veio também perpetuar um dado curioso. Nenhuma mulher foi ainda nomeada nesta categoria. Australia e The Wrestler podiam ter quebrado o enguiço.

Mano a mano – A um mês da cerimónia, não parece prematuro dizer que a corrida para a principal estatueta parece reduzida a The Curious Case of Benjamin Button e Slumdog Millionaire. Treze nomeações para o primeiro. Dez para o segundo. Com treze nomeações, apenas três títulos não levaram o Oscar de Melhor Filme para casa: Mary Poppins (1964), Who’s Affraid of Virginia Wolf (1966), e The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring (2001). No entanto, as dez nomeações de Slumdog Millionaire também não querem dizer nada. Com mais uma do que o filme de Danny Boyle, ficaram The Color Purple (1981) e The Turning Point (1977) de mãos a abanar, no final da noite. No reverso da medalha, que serve para mostrar o copo um pouco mais cheio, já nove películas ganharam o Oscar de Melhor Filme sem terem recebido qualquer nomeação nas categorias de interpretação. Da maneira que as coisas estão, se este mano a mano dividir os votos da Academia, qualquer um dos outros três pode encontrar razão para roer as unhas. Até The Reader. Isso é que era.

Melissa Leo e Richard Jenkins – Diga-se o que se disser, a Academia nunca perde a sensibilidade de dar uma no cravo, depois de espetar uma na ferradura – este ano, duas ou três. As nomeações de Melissa Leo e Richard Jenkins vêem comprovar que a Academia não passa o ano inteiro a dormir, e não sai do estado de hibernação apenas em Outubro para ver o que é que já chegou às salas. Frozen River passou por Sundance, no inicio de 2008. The Visitor estreou nos Estados Unidos, ainda por alturas do Verão. Sabe bem como tudo ver dois actores que deram cartas em séries brilhantes, como Departamento de Homicídios e Sete Palmos de Terra, chegarem a este restrito grupo.

Brad Pitt – Este sim, é um caso curioso. A obra de Fincher é de se lhe tirar o chapéu. Mas, o Frank Wheeler de Leonardo DiCaprio mete o Benjamin Button de Pitt a um canto. Mais uma vez, foram-lhe ao bolso. Pelo filme que o lançou em definitivo, Titanic, DiCaprio não foi nomeado. E, como manifestação do seu desagrado, optou por não ir à cerimónia. Este ano, com a vitória quase certa de Winslet, o actor não deverá querer faltar à consagração. Contudo, desta vez, como nós o compreenderíamos se fizesse o mesmo.

Melhor Canção Original – A decisão de passar apenas a três canções nomeadas vem comprovar o estado de graça que esta categoria vive actualmente. Melhor, não vive. Há muito que a graça fugiu para parte incerta. A dupla nomeação de Slumdog Millionaire parece-nos um pouco despropositada. Little Person merecia estar nesta lista. The Wrestler ainda mais. Não tivesse já Bruce Springsteen ganho um Oscar, e as coisas teriam sido diferentes. O homem até já é convidado para cantar na tomada de posse do novo presidente norte-americano. Não precisa de mais uma estatueta para nada.

Melhores Efeitos Sonoros e Montagem de Som – Por causa destas categorias, Wanted arrecadou duas nomeações. Tantas quanto Frozen River. Mais do que In Bruges, Wendy & Lucy e Gran Torino. Aqui não podemos falar em preconceito porque já vimos o filme.

Cedo ou Tarde? – Tivesse Frost/Nixon estreado uma ou duas semanas mais cedo, e a nomeação na principal categoria talvez tivesse ido para outros paragens. O buzz já vinha a cair desde meados de Dezembro e, este foi claramente um daqueles casos em que o filme sai na altura certa. O hype, construído com naturalidade, sobreviveu à custa de uma realização segura, um argumento magnífico, e dois desempenhos que se complementam. Uma semana antes e talvez isto tivesse dado para o torto. Como aconteceu com Rachel Getting Married, Burn After Reading e I’ve Loved You So Long. Kristin Scott Thomas tinha aspirações legítimas, que foram por água abaixo assim que o filme estreou a meio de Outubro. Os Coen, talvez pressentindo que o seu mais recente trabalho não receberia os elogios do costume, resolveram antecipar o seu lançamento. Veio a ver-se que, afinal, até havia gente com vontade de o nomear. Vontade essa que, com o assentar das ideias, revelou-se ingénua. Já Rachel Getting Married padece de uma condição ainda mais problemática. Como as obras de Wes Anderson, Paul Thomas Anderson, ou Alexander Payne, ficamos sem saber bem se aquilo é produto de um grande estúdio ou um filme indie. Hoje em dia, a linha que separa ambos é difícil de descortinar. E, ser lançado em Outubro, não ajuda a definir. Ou assumiam o filme como indie que é, e lançavam-no bem cedo, a exemplo do que aconteceu com Frozen River e The Visitor, ou acreditavam nas múltiplas nomeações a que parecia ter direito, e seguiam com uma estreia em finais de Novembro. Assim, para além de Hathaway, provavelmente Rosemarie DeWitt e Debra Winger teriam roubado o lugar de Amy Adams. Já para não falar do argumento de Jenny Lummet. E, a Academia que até estava com vontade de nomear guiões excêntricos. Rachel Getting Married acabou por sair numa altura em que não foi carne, nem peixe, e nomeação para Melhor Actriz foi a única que se salvou. A vida é feita de oportunidades, até das que não aproveitamos, já dizia Benjamin. Este filme podia ter mais longe, com outro tipo de campanha.

Guilds Wall-E não era elegível para os Director Guild Awards, nem para os Writers Guild Awards. Porquê, ninguém sabe. Dura lex, sed lex. Agora vêm dizer que isto prejudicou a corrida ao Oscar de Melhor Filme. Bruxos. Caramba, quantas dúzias de cientistas não deverão ter sido precisas para chegar a esta estupenda conclusão? Já era tempo de alguém meter o dedo na ferida, mexer nesta questão da elegibilidade para a esquerda, elegibilidade para a direita, e erradicar de uma vez por todas critérios que limitam, em vez de facilitarem. Wall-E é um filme. Isto não devia ser tão difícil de entender. Que nos caia aqui o tecto da redacção em cima, se não pegávamos nos 5829 membros da Academia e, tal e qual Bart Simpson no inicio de qualquer episódio, não os obrigávamos a escrever num quadro, Wall-E é um filme.

Um em Cinco – Nas quatro categorias de interpretação, em vinte nomeados, temos apenas quatro vencedores de um Oscar. Um em cada categoria. Sean Penn, na de Melhor Actor, Meryl Streep, na de Melhor Actriz, Philip Seymour Hoffman, na de Melhor Actor Secundário, e Marisa Tomei, na de Melhor Actriz Secundária. Se a Academia não estiver inclinada para dar a quem já tem, podemos excluir estes quatro. Contudo, isto não deve ser assim tão linear. Não deixa de ser irónico ver Sean Penn como o único já galardoado, depois de muitos terem afirmado que o actor jamais ganharia um Oscar, por melhor que fosse o seu desempenho. Mas, o maior regozijo vem mesmo de assistir na primeira fila a um momento da História. A 15ª nomeação de Meryl Streep é um feito absolutamente incrível. Distancia-se de Katherine Hepburn, e cava um fosso ainda maior para Jack Nicholson. É obra.

Heath Ledger – Que esta seja a primeira categoria da noite, e o assunto fique logo resolvido.

James Newton Howard – A banda sonora de Defiance garantiu-lhe a oitava nomeação para um Oscar. Nunca ganhou. Nesta fase, acreditamos que já começa a ser um pouco chato ter de procurar um fato, acenar na passadeira vermelha – a quem o reconhecer –, só para aquecer o lugar. Howard já merecia um Oscar. Mas, entre A.R. Rahman e Alexandre Desplat, o mais certo é a oitava ida ao Kodak Theater servir apenas para descobrir uma casa de banho a que nunca tinha ido. E, John Williams falhou a primeira nomeação pela composição de um Indiana Jones. Justo.

Christopher Nolan – Outro que tem menos três nomeações para os Oscar do que Stephen Daldry. Memento, The Prestige, Batman Begins e The Dark Knight. Continua assim Nolan, que nós gostamos de ti. Não ligues a esses 5829 que, de mãos nos bolsos, continuam a assobiar para o lado. Daqui a cinquenta anos, esperamos cá estar para ver que obras resistem à erosão do tempo. Por aqui, apostamos nas tuas.

The Dark Knight – O poeta dizia que Definir o belo é não compreendê-lo. No final, tudo isto resume-se a uma subjectividade perversa, à qual nos agarramos cegamente, para sustentar os nossos gostos. Vir para aqui defender a nomeação de The Dark Knight, a este ponto, não só é inconsequente, como desgastante. Ontem, com o rosto visivelmente ruborizado da ira, meio dia foi passado a pregar as mais-valias da obra de Christopher Nolan. Hoje, a indignação deu lugar ao discernimento. Hoje, o sentimento é outro. E, com os pés bem assentes no chão, hoje, somente podemos garantir a nossa satisfação por The Dark Knight não ter sido nomeado. Tal como Animal Farm (1954), baseado no livro de George Orwell, nos mostrou, Todos os animais são iguais, mas há animais mais iguais do que outros. A mesma justeza funciona em sentido contrário. Todos os filmes são diferentes, mas há filmes mais diferentes do que outros. E, este ano, não houve filme tão diferente. The Dark Knight marcou o ano de 2008. Como há muito uma obra de Cinema não o fazia. Se merecia ou não ter sido nomeado para o Oscar de Melhor Filme, cada um lá saberá de si. Mas, uma coisa é certa. Este filme nunca foi daqueles com um plano. Tudo, aqui, é caos. E, não há nada menos confuso do que numa nomeação para os Oscar. A História encarregar-se-á de reservar um lugar no Panteão para este título, ao lado de outras obras-primas que foram demasiado diferentes no seu tempo. Para melhor, entenda-se.

Bruno Ramos

14 Comments:

Blogger Ricardo-eu said...

só um reparo, Wanted recebeu duas nomeações e não uma como se diz no texto.

No que me respeita opinar, acredito que comparar Daldry com Nolan é desnecessário, na medida em que comparar Elliot e the Hours que são duas obras-priminhas (infelizmente; the hours é possivelmente dos melhores filmes dos últimos 10 anos), enquanto que Memento é de facto um filme exemplar e verdadeiramente original, mas o que se seguiu com o título de Batman são filmes que me incomodam sempre que alguém lhes chama genial.
Agora este género de discussão sobre subjectividades de uma qualquer obra cinematográfica é cansativa por não ter fim e por não ter fundamento, seria como descobrir o que apareceu primeiro: o ovo ou a galinha.

Peço desculpa pela aspereza, mas com o passar do tempo The Dark knight irritamente solenemente

23 de janeiro de 2009 às 17:43  
Blogger Alvy Singer said...

Grato pelo reparo, Ricardo. E, mais ainda, grato pela opinião. No fundo, é para isso que cá estamos. Troca salutar de ideias. Este espaço perderá a sua razão de existir, no dia em que viemos para aqui todos dizer o mesmo. O objectivo deste texto não passava por incomodar. Mas sim, tão-somente, deixar bem vincadas as convicções quanto a estes pontos. Porque, no caso de The Dark Knight, por exemplo, terá sido a primeira e última vez que abordámos a sua omissão. Agora, continuando a acreditar que a discussão entre o que veio primeiro, se o ovo ou a galinha, nunca fez mal a ninguém, posso dizer-lhe que continuo a preferir The Prestige a qualquer um dos filmes de Stephen Daldry.

23 de janeiro de 2009 às 20:07  
Blogger Roberto Simões said...

Sem comentar a excelência e subtileza de THE HOURS, gostaria apenas de felicitar-te por um dos únicos artigos que gostei mesmo de ler desde que foram lançadas as nomeações para os «Oscars» e de te perguntar qual foi o poeta que proferiu a frase a que te referes no texto.

Roberto F. A. Simões
cineroad.blogspot.com

23 de janeiro de 2009 às 20:58  
Anonymous Anónimo said...

O meu hómonimo tirou-me as palavras da boca.
De Nolan as Obras-Primas são,na minha opinião,"Memento" e "O Terceiro Passo" porque aquilo que ele fez da série Batman foi um desastre de tanto se levar a sério.
Onde é que está o divertimento nos filmes Batman dele?.Zero,não existem,não existe diversão,in ternimento nos Batman dele.Só diálogos robuscados,pretenciosismo brutal,enfim é um filme completamente erudito e eu acho não se deve ser erudito em filmes deste género.Não é a opinião mais escrita?.Cada um pensa pela sua cabeça e eu felizmento tenho a minha.
Para mim,"O Cavaleiro das Trevas" é mesmo um mau filme salvando-se únicamente os aspectos técnicos porque de conteudo o filme é lamentável.
Na caso de Daldry,os dois filmes que ele fez foram sempre,na minha óptica,milagres autênticos quer formais quer de conteudo e estou com enormissima curiosidade,por isso,em ver este último para ver se consigo sentir aquilo que senti em "As Horas":
Sentir que foi ao meu intimo como muito poucos filmes conseguiram.

23 de janeiro de 2009 às 22:38  
Anonymous Anónimo said...

Quanto ao "Cavaleiro das Trevas" só quero dizer que acabei de vê-lo neste exacto momento e finalmente compreendo a razão de tanto excitação e de tanta ira pela não nomeação (mais vale tarde que nunca!). De resto, o trailer do The Reader já me tinha deixado com água na boca, depois desta nomeação, não vejo a hora de o ver no cinema.

24 de janeiro de 2009 às 02:17  
Blogger MC said...

Aqui está a prova evidente de que "gostos não se discutem". O que o Ricardo Silva aponta como as falácias e fraquezas do Dark Knight é exactamente o que eu acho que são os seus pontos mais fortes: o facto do filme não se limitar a ser mais um filme de super-heróis e de nos fazer pensar; de não ser um mero filme de entretenimento, mas algo mais próximo de uma obra-prima do cinema moderno...

Relativamente ao confronto Daldry-Nolan, para mim o Nolan ganha 2-1: adorei Memento e Dark Knight, bem como As Horas... Agora estou ansioso por ver The Reader; pode ser que empatem...

Já agora caro Bruno só uma pequena correcção matemática: Daldry tem o triplo das nomeações de Payne (3 contra 1); relativamente a Burton tem infinitamente mais nomeações ;)

Bons filmes!!!

www.cinema-e-futebol.blogspot.com/

24 de janeiro de 2009 às 11:24  
Anonymous Anónimo said...

"Wall-E é um filme". Estiveste bem.

24 de janeiro de 2009 às 12:42  
Blogger Tiago Ferreira said...

É com alguma tristeza e desilusão que vejo "Waltz with Bashir" ficar fora da corrida para filme melhor animação, talvez por não ser filme para crianças?!, isto tambem não é a ilha das cores nem o zig zag, é simplesmente um filme, perdão, um grande filme, talvez o melhor filme de animação dos ultimos anos.
Ora nomearem Waltz with Bashir "só" para melhor filme estrangeiro e deixarem-no de fora em animação humm... no minimo contraditório, ok tudo bem, agora bolt!?, bolt!?, por favor. acho que os membros da academia nesta categoria das duas uma, ou nao viram o filme e foi a sorte, ou deixaram os seus filhos ou netos votar.
Waltz with Bashir "só" foi globo de ouro para melhor filme estrageiro,melhor filme animado para a associação de critica de L.A., melhor filme e melhor filme estrageiro para a "national society of film critics", prémios em Tokio, Cannes, critica de filmes independentes, e ha outros q não me recordo agora, mas o mais importante é q gostei mesmo muito do filme.

24 de janeiro de 2009 às 12:45  
Blogger O Narrador Subjectivo said...

Nenhuma referência a Roger Deakins, Bruno Ramos? Um génio da cinematografia, oitava nomeação... Já Nicolas Roeg dizia que não se conhece cinema se não se conhecer fotografia...

24 de janeiro de 2009 às 14:44  
Anonymous Anónimo said...

Pode-se ser nomeado para Melhor Filme de Animação e Melhor Filme Estrangeiro? Se não, até foi melhor ao Waltz with Bashir ser nomeado para a segunda categoria. Por muito bom filme que seja, o Oscar de melhor filme de animação ao Wall-E ninguém tira. Na categoria de melhor filme estrangeiro tem mais hipóteses, mas aposto no Oscar para o Entre Les Murs (A Turma).

24 de janeiro de 2009 às 16:26  
Anonymous Anónimo said...

E aqui deixo as minhas modestas opinioes sobre as nomeaçoes deste ano: 1) neste momento e depois de ter visto Revolutionary Road, entendo porque nao está nas categorias principais - nao porque seja um mau filme, porque revelou uma excelencia esperada, mas sim porque "chafurda" onde os norte-americanos gostam menos que se "chafurde"; 2) Quando vi Revolutionary Road, entendi que Kate Winslet sairá com a estatueta dourada da cerimónia dos Oscars, porque se tiveram que escolher entre a melhor interpretaçao das duas da inglesa, entao em "The Reader" a sua interpretaçao terá que roçar a excelencia, porque a sua April é brilhante, soberbamente interpretada e retira o folego a qualquer cinéfilo; 3) a ausencia de Christopher Nolan na categoria de melhor director é, quanto a mim, um insulto - a ausência de Ron Howard sería justificavel (falta de garra, de desgarro e de atrevimento nas suas obras - sempre ruminei como lhe foi parar um Oscar às maos); 4) Sean Penn terá dificil a sua vitória, nao porque o seu Harvey Milk nao seja o produto de um trabalho fenomenal, mas sim e possivelmente, porque passou muito pouco tempo da vitória com Mystic River e a academia adora sempre um bom come-back (e aqui ganha Mickey Rourke); 5) já o referi várias vezes e espero ver concretizada a nao vitória de Penélope Cruz, porque simplesmente nem sequer compreendo a nomeaçao - Viola Davis e especialmente Marisa Tomei estarao mais à altura - eu pergunto: verdadeiramente alguén acredita que a actriz espanhola merece este prémio?; 6) Parece-me que este ano, asemelhança de outros no passado, o oscar de melhor director e melhor filme nao irao parar às mesmas maos: apostaría que o melhor filme será o nosso amigo Button e o melhor director o nosso amigo Boyle; 7) Josh Brolin parece ser o único a dar guerra ao Joker de Ledger: eu espero que o vencedor serja o segundo, mas será que academia decidirá optar pelo Oscar póstumo (nao o fez muitas vezes e de facto agora mesmo só me lembro de Peter Finch por Network); 8) Wall-E, acho que é dado adquirido como vencedor; 9) Nas categorías técnicas parece-me que The Dark Knight será recompensado pela ausência nas categorias principais; 10) teremos que esperar quase um mês para ver as nossas expectativas ser confirmadas ou refutadas, mas, creio que esta cerimónia pode viar a ser animada, e acho que as surpresas poderao ser bastantes.

P.s. - Ao caro cinéfilo que deixou como comentário que The Dark Knight é um mau filme: opinioes sao opinioes e gostos sao gostos, MAS, independentemente dos gostos nao se pode afirmar jamais que The Dark Knight é um mau filme, porque a mestria do director e dos argumentistas, dos técnicos de efeitos especiais, compositores, actores (nao é por acaso Ledger excelente?) e etc etc, criaram aquilo que podemos definir como uma obra maestra do género e do cinema actual - The Dark Knight nao é SÓ um filme de super-herois...

24 de janeiro de 2009 às 18:38  
Anonymous Anónimo said...

Assim como o César, espero que Cruz saia do Kodak Theatre derrotada... Tudo bem que o Oscar é entregue pela interpretação NO filme, no entanto, além de Cruz não ser de certeza a melhor das 5, ainda tem muito para provar como actriz (ok, dou a mão à palmatória por "Volver", onde faz um bom trabalho). Gostaria muito de ver a re-consagração de Tomei, que, apesar de ainda não ter visto "The Wrestler", me pareceu divinal pelos excertos que vi! E também pelo desfalque que foi não a terem nomeado por "When the Devil knows you´re Dead".
Quanto a Winslet, depois de todas as críticas terem dito que ela está soberba em "Revolutionary Road" como já é costume, só posso esperar que em "The Reader" o seu desempenho ultrapasse a perfeição (o normal para uma actriz perfeita). Se ela não agarrar no Oscar este ano, com certeza que fico chateado!
Nas categorias masculinas Ledger já é vencedor e espero que Rourke também o seja!

24 de janeiro de 2009 às 20:19  
Anonymous Anónimo said...

Caro César é tudo uma questão de gostos,óbviamente.Para mim "O Caveleiro das Trevas" é,de facto, um mau filme onde a única coisa que se aproveita é Ledger e os aspectos técnicos.O conteudo(?)do filme é desastroso e a realização é,para mim,inexistente.Desde de "Batman e Robin" que não assistia a um desastre semelhante com a diferença de um levar-se insuportávelmente a brincar o outro sofre brutalmente do mal exactamente contrário:
É insuportávelmente sério e erudito.
Eu desejava um equilibrio entre essas duas coisas.Tudo bem ser sério mas os filmes Batman ou mesmo da Marvel,para mim,têm que ter e ser entertenimento.Para mim,só Tim Burton e Warren Beatty conciliaram isso de uma forma suprema,o primeiro em "Batman" e "Batman Regressa" o outro em "Dick Tracy".
São filmes memoráveis na forma,no conteudo e também no tom.
De lá para cá,as adaptações da Marvel foram a esmagadoramente das vezes comercias e desta vez,no caso de "O Cavaleiro das Trevas",atrozmente erudita.
Mas são gostos.

25 de janeiro de 2009 às 13:50  
Anonymous Anónimo said...

Caro Ricardo Silva, quando comentei o seu comentário nao queria que soasse de forma alguma a crítica destrutiva. Aceito a justificaçao e consigo entende-la. Nao gostaría de comparar The Dark Knight com Batman Forever e muito menos com Batman & Romin, cujo estilo, tom (tal como disse), direcçao e actores caem num ridiculo que chega a provocar vergonha alheia. Num ponto nao estamos certamente de acordo, mas lá está, o nosso critério para o avaliar parece ser distinto: creio que a realizaçao de Christopher Nolan deonstra um virtuosismo que é raro encontrar em directores mais jovens. De qualquer das formas sao cristerios e gostos tal como ja referimos, e de facto nao teria graça nas criticas literarias se nao houvesse desacordos...

25 de janeiro de 2009 às 14:22  

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