Não, obrigado.

Depois de a Academia ter convidado Peter Gabriel a actuar na cerimónia dos Oscar, e informado que a ideia era tocar a música nomeada de Wall-E, durante 60-65 segundos, o músico respondeu com o seguinte comunicado.

“I was delighted when Down to Earth was nominated for an Oscar. I was also pleased to have been asked to perform the song in the Oscar ceremony. However, in recent discussions with the Producers, it became clear that despite there being only three nominees, only 60-65 seconds was being offered, and that was also in a medley of the three songs. I don’t feel that is sufficient time to do the song justice, and have decided to withdraw from performing.

I fully respect and look forward to the Producers’ right to revamp the show. Even though song writers are small players in the film making process, they are just as committed and work just as hard as the rest of the team and I regret that this new version of the ceremony is being created, in part, at their expense.

I still very much look forward to attending the ceremony”.

Estamos em crer que quem fica a perder com o facto de Peter Gabriel não interpretar Down to Earth é o espectador e o espectáculo. Contudo, por vezes, há que perder um dedo para salvar a mão. Esperamos apenas que a AMPAS compreenda a mensagem nas entrelinhas desta tomada de posição. Nos últimos anos, a Academia de Hollywood tem tratado a indústria da música e os compositores de canções abaixo de cão. E, não nos referimos a um que leve a vida luxuosa de Bolt. Este convite, que deveria cobrir de vergonha a mente brilhante que o concebeu, tem um nome. Afronta. Só temos pena que não exista um sindicato dos músicos. Era avançar com uma greve, a ver se as coisas não mudavam logo.

Alvy Singer