Deuxieme


terça-feira, março 10, 2009

O Código de Ford.

A Premiere com Kate Winslet na capa já anda por aí nas bancas. No entanto, é numa frase de Sydney Pollack, presente no número 5 desta série II, com Tom Cruise na capa, que continuo a matutar. A páginas tantas – na 78, para sermos precisos – vemos que o cineasta disse um dia sobre Harrison Ford.

É um dos poucos actores que comportam uma confiança total do público no filme. Quando tem medo, quando chora, actua como qualquer um de nós, e não como um tipo duro como Stallone. Poucas vezes lhe deram uma boa oportunidade para demonstrar o grandioso actor que é”.

Desde que li esta última frase que dou por mim a pensar, enquanto descasco batatas, Será Harrison Ford um pequeno actor em grandes filmes, ou um grande actor em pequenos filmes? Custa acreditar que, ao cabo de uma carreira com mais de trinta anos, Ford não tenha tido ainda a sorte de se ter cruzado com o papel ideal, e o para o qual se preparou toda a vida. Para alguns, Harrison Ford é capaz de ser o melhor actor da actualidade. Para a maioria, talvez não seja um De Niro ou um Pacino, mas anda lá perto. Para outros ainda, será um dos actores mais sobrevalorizados de que há memória. Ford tem o seu nome gravado em duas das mais célebres sagas da História do Cinema. Star Wars e Indiana Jones transformaram-no numa super estrela. Blade Runner (Ridley Scott, 1982), The Fugitive (Andrew Davis, 1993), e Presumed Innocent (Alan J. Pakula, 1990), são três títulos que atestam as valências de Ford. Apocalypse Now (Francis Ford Coppola, 1979), American Graffiti (George Lucas, 1973), e Working Girl (Mike Nichols, 1988) ajudam a relembrar que houve uma altura em que Harrison Ford sabia seleccionar projectos. Porque, sejamos francos, quer-nos parecer que é nas escolhas profissionais do actor que reside este busílis da oportunidade. E, quando um tipo cobra mais de 20 milhões de dólares por filme, isso é capaz de ser um entrave. Desde 1997, que seja do domínio público, Ford recebeu esta quantia por seis vezes. Em K-19: The Widowmaker (Kathryn Bigelow, 2002), levou 25 milhões mais 20% das receitas. Talvez por isso o actor tenha mais dificuldades em encontrar novamente um projecto como Witness (Peter Weir, 1985), filme pelo qual recebeu a sua única nomeação para um Oscar. Para citar apenas os casos mais gritantes, Harrison Ford já recusou o papel de Liam Neeson em The Schindler’s List; de Kevin Costner em JFK e The Untouchables; de Nick Nolte em Cape Fear e The Thin Red Line; de Warren Beaty em Dick Tracy; de Val Kilmer em Kiss Kiss Bang Bang; e de George Clooney em Syriana. Em parte, concordamos com Sydney Pollack. Contudo, parece-nos é que Ford deixou de interessar-se pelos melhores ovos para confeccionar a mais saborosa das omeletas.

Alvy Singer

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3 Comments:

Blogger O Narrador Subjectivo said...

Pois, realmente, seja por que razão for, Ford é um grande actor com poucos grandes papéis dramáticos. Mas também, agora à distância, mais ninguém poderia ser Han Solo ou Indiana Jones. Acho que simplesmente é o tipo de actor que gosta de entreter e nunca se preocupou com Oscares nem nada desse género. Se há alguém que provou que há mérito e dignidade nisso é ele.

10 de março de 2009 às 11:54  
Blogger João Bizarro said...

Assim sendo não se pode queixar, o nosso Indiana.

10 de março de 2009 às 11:57  
Anonymous Anónimo said...

Ford é bom em filmes como Indiana Jones..Tirando isso acho que só teve mesmo uma interpretação fenomenal em "A Testemunha".. A ver o que o futuro reserva para o seu potencial como actor.

11 de março de 2009 às 00:02  

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