Deuxieme


segunda-feira, junho 08, 2009

A salvação tem um nome: Sam Worthington.

A antecipação de Terminator: Salvation ditou um dos duelos internos mais acesos dos últimos anos. Há meses que olhávamos para este capítulo da saga Terminator como a mais apetitosa sobremesa desta temporada de blockbusters. Contudo, nem tudo era um mar de rosas nesta excitação. Sobretudo quando nos lembrávamos de quem era o timoneiro do projecto. Renovar um franchise em curva descendente é tarefa de audazes. Contudo, mais vezes do que desejaríamos, coragem e inconsciência andam de mãos dadas. E, McG ainda não nos provou ser capaz de dissociar as duas. Sejamos francos, não temos qualquer problema com o facto de, aos quarenta e poucos, o cineasta continuar a preferir uma apresentação ao mundo apenas com iniciais. No entanto, até LL Cool J já se refere a si mesmo por James Todd Smith. Ao mesmo tempo, saber que a obra havia sido reescrita de raiz de acordo com a teoria Copérnica do Balecêntrismo, dava-nos a garantia de esperar um filme que, pelo menos, não se entregaria ao luxo de dar tiros nos pés. Se falhasse, seria apenas por incompetência. Que é sempre a melhor razão para um tipo não atingir o sucesso. Daí que McG continue a receber propostas de trabalho. Mas, continuando com Terminator: Salvation.

Deixando a sinopse de lado, convirá contextualizar um pouco o enredo. Em 2018, as máquinas é que mandam aqui, e são elas que mais ordenam. O plano é simples. Aniquilar a humanidade. A estratégia, mais simples é. Matar tudo o que mexa. O metal impera e, numa série de batalhas que percorrem a obra, a insanidade do aço ameaça o próprio espectador confortavelmente sentado numa cadeira almofadada. Verdade seja dita, não nos podemos queixar dos braços de ferro explosivos. Contudo, a tensão dos títulos anteriores parece ter desaparecido para parte incerta. O único momento em que sentimos o verdadeiro temor nas palavras de John Connor, porta-estandarte da resistência humana, é quando este olha nos olhos do indecifrável Marcus Wright. Diga-se de passagem que Sam Worthington veio para ficar. O homem transforma o Balecêntrismo num pensamento escolástico e, torna suas todas as cenas em que participa. Tirando os breves momentos em que Connor não sabe muito bem o que esperar deste seu adversário, uma estranha confiança de que tudo correrá pelo melhor nunca nos abandona. [Possível spoiler] Daí que o propósito inicial do filme – salvar a humanidade – se altere a meio da narrativa – salvar uma pessoa apenas [Fim de spoiler]. Um dia destes, será pedido a John Connor que salve a fórmula da Coca-Cola. Christian Bale não desilude. A personagem que interpreta, nem tanto. Dadas as circunstâncias, John Connor jamais poderia ser o homem mais bem-disposto à face da Terra. Contudo, a complexidade dos conflitos interiores que Bale tão bem lhe confere, nunca visitam terrenos que suavizem o enredo. E, isso dava jeito. Quando a humanidade está à beira da extinção, um pouco de calma e relaxamento põem tudo em perspectiva. Até Leónidas teve uma segunda noite de núpcias antes de partir para a épica batalha em 300, e até William Wallace arrancou estridentes gargalhadas com algumas piadolas antes de desancar nos ingleses em Braveheart. Jonh Connor sisudo, não obrigado. Em abono da verdade, Terminator: Salvation é um filme mais pesado que os seus predecessores, e que opta por jogar pelo seguro, sempre à defesa. Segue uma linha orientadora, a da acção sem limites, e não se desvia muito do percurso. Ainda assim, é Sam Worthington que nos mostra o copo mais vezes meio cheio. Connor acredita na vitória, mas as suas palavras e acções são tão morosas e pesarosas que quase nos dá vontade de lhe espetar dois tabefes a ver se acorda. Não fosse ter vibrado com O Reino da Caveira de Cristal, e se calhar concordava com essa apreensão que começa a ouvir-se por aí e que dá pelo nome de A Maldição do 4º Filme.

Alvy Singer

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17 Comments:

Anonymous César said...

Fui ver esta tarde o filme supra-citado. Rapidamente: é um bastante bom filme de acção. As sequências estão bem desenhadas e não caem em situações bacocas como algumas que se passam na 3ª entrega da saga (de facto a qualidade desta 4ª faz com que a anterior pareça ainda mais ridícula). Bale não desilude, mas tive a vaga sensação de que escutava o mesmo tom de voz bagaceiro do cavaleiro das trevas, e o "i'll be back" OUCH... Sam Worthington é a verdadeira estrela do filme... um actor novato (pouco conhecido entre nós, mas com uma considerável carreira na tua natal Austrália) que consegue, tal como diz o caro Bruno Ramos, roubar as cenas ao próprio Bale... o resultado não é mau visto que quem assina é McG... vamos la ver onde acaba isto...

8 de junho de 2009 às 23:23  
Blogger Nia said...

Esse senhor das iniciais consegue afender os 1ºs filmes da saga, tal a superficialidade deste...

Uma pena.

9 de junho de 2009 às 14:41  
Blogger Isabel said...

Vi este filme no dia da sua estreia, atraída pela participação de Christian Bale, um dos meus actores preferidos, num filme de uma saga que não é das minhas preferidas. Haja "Balecêntrismo" a mais no filme ou não, o certo é que a personagem John Connor, a que Bale deu vida, deixa muito a desejar e é muitas vezes ultrapassada pelo Marcus de Sam Worthington. Não concordo que "Terminator Salvation" seja mais pesado que os filmes anteriores. O realizador McG arriscou pouco, logo o filme não nos pode dar muito, embora não seja de todo aborrecido o seu visionamento. Só posso dizer que, se o filme não for melhor que os que James Cameron realizou, de certeza que é bem melhor que o terceiro filme da saga.

10 de junho de 2009 às 11:36  
Blogger Cinemania said...

Há muito que não via um filme tão fast-paced. E este é tão superficial como os outros. Mais, o terceiro pecou por tentar incutir profundidade e maior personalidade ás personagens, e não se limitar a ser um mega blockbuster com reminiscências de filme série B.
Eu gostei bastante deste.

10 de junho de 2009 às 18:58  
Blogger abidos said...

Melhor que o terceiro (não era dificil!!!), mas muito inferior aos dois primeiros...!!!

Sem dúvida que o Sam é a grande surpresa do filme...
Apesar do Bale não ter deslumbrado(desta vez), a realização ainda foi mais fraca...

Notei alguns cortes nas sequências de acção, vou esperar pela versão DVD (maiores de 18), para tirar as dúvidas...!!!

11 de junho de 2009 às 21:46  
Anonymous Deltóide said...

Este filme é de ir às lágrimas, e não por ser comovente... há sequências onde as montagens parecem feitas por Roger Corman na década de 60 ou 70. Acho que consegue ser ainda pior que o 3º, o que quer dizer muito!

15 de junho de 2009 às 10:23  
Anonymous Anónimo said...

mau, bastante mau! Chega a atingir a mediocridade do 3º...

15 de junho de 2009 às 12:44  
Anonymous Dean said...

Ok, não devem ter visto o mesmo filme que eu... não é um grande filme, mas reduzi-lo à mediocridade do 3º sim que é de ir às lágrimas...

15 de junho de 2009 às 14:25  
Anonymous Anónimo said...

o Dean é que não deve ter visto o mesmo q a maioria..

17 de junho de 2009 às 18:45  
Anonymous Dean said...

Vamos la ver uma coisa: só estou a dizer que é um bom filme de acção... não estou a dizer que é "O Padrinho"... agora por muitas debilidades que tenha o filme de McG é muito melhor que o anterior Terminator, esse sim, de dar pena... só acho que se tem que ser realista e não pedir mais de um filme do que aquilo que este realmente pode ser... e Terminator Salvation nunca podería ser uma obra prima...

17 de junho de 2009 às 19:53  
Blogger Ricardo said...

AVISO: A OPINIÃO QUE SE SEGUE VAI CONTRA A MAIORIA DAS CONSIDERAÇÕES EXPRESSAS ANTERIORMENTE!

Texto publicado em:
http://comovaiasaudinha.blogspot.com

É preciso ter azar! De entre 14 salas de cinema, num dia de calor intenso em que só a ideia de entrar numa sala de cinema com ar condicionado era refrescante, tinha-nos logo de calhar aquela (a única!) em que o dito cujo estava avariado.
No momento da reclamação – «desculpe, é importante ligar o ar condicionado sob pena de destilarmos ali dentro» – o funcionário responde: «lamentamos, mas o ar condicionado da sala 9 encontra-se avariado. Os espectadores que pretendem ver o filme que está nessa sala estão a ser avisados na bilheteira».
– «Pois, mas a nós ninguém alertou desse pormenor!»
Arriscámos! O ambiente foi um pouco mais quente do que o esperado, mas, confesso, valeu a pena. De tal forma que só ao intervalo, e após o final do filme, nos lembrámos da falta de arrefecimento.
A razão deve-se a “Exterminador Implacável: A Salvação”, o quarto capítulo da saga iniciada em 1984 por James Cameron, que atingiu a estratosfera na obra-prima “O Dia do Julgamento”, em 1991.
Ao invés do antecessor, “A Ascensão das Máquinas” (2003), confesso que gostei bastante do filme que nos transporta para um cenário apocalíptico resultado da guerra que opôs máquinas a humanos.
Um herói improvável é-nos apresentado (e mais não digo para não ser desmancha-prazeres), relegando para segundo plano John Connor, filho da heroína Sarah dos dois primeiros filmes, que à partida, enquanto líder da resistência humana contra os exterminadores da Skynet, seria o herdeiro mais lógico.
A personagem em questão é Marcus Wright, desempenhado pelo australiano Sam Worthington, que desde ontem deixou de ser, para mim, um desconhecido e um actor a seguir com atenção no futuro.
Quem já conhecia, da excelente série “Huff”, que passou na Fox este ano, é Anton Yelchin, o jovem que, enviado pelo filho, recuará no tempo e acabará por procriar com Sarah (reconheço que explicado desta forma é confuso, mas quem está familiarizado com a história sabe do que estou a falar).
Um dos muitos aspectos em que "A Salvação" soma pontos advém das várias piscadelas de olhos que são feitas aos anteriores capítulos da saga, umas de forma subtil e outros à descarada. Nem uma espécie de clone do agora governador Arnold Schwarzenegger falta ao filme.
Enquanto escrevia o texto e revia algumas cenas do filme na minha cabeça nem reparei que está quente, muito quente. Vou aumentar o ar condicionado. Este funciona!

23 de junho de 2009 às 16:35  
Blogger Cinemania said...

Deve haver gente que está á espera que os Coen realizem um filme do Exterminador. Ou então que todos os filmes sejam como o The Dark Night, uma obra prima com algumas cenas de acção.
Não meus amigos, as pipocas devem ser vendidas, as explosões devem ser vista, as cabeças devem descansar dos tramas existencialistas e da crua realidade.
Mas afinal do que vocês estão à espera quando entram numa sala de cinema para ver o Exterminador? Em que é que este Exterminador difere tanto dos outros? O que tem de pior?
Quando vi pela primeira vez o Exterminador implacável 2 acham que aquilo que me ficou na retina foram os valores humanos, e a importância da vida humana e dos valores humanos, etc? Ou das memoráveis(!) prestações do governador da califórnia e da Linda Hamilton? Não , eu passei-me foi com aquele gajo de metal líquido que transformava o braço em espadas, ficava com buracos no corpo de levar com tiros de caçadeira disparados por outro robô, desfazia-se e juntava-se constantemente, para além de assumir formas humanas. Na maior parte das vezes tinha a cara do gajo que substituiu o Mulder nos X-Files. Ora digam lá se não foi da parafernália de efeitos especiais aquilo que gostaram acima de tudo?
Ora eu fiquei assombrado. E é aquilo que eu exigo nos filmes do Exterminador. Ficar assombrado.

25 de junho de 2009 às 00:14  
Blogger Cinemania said...

Já agora, parabéns Sr. Singer por continuar a defender o Indy 4. Não é uma causa perdida acredite. Algumas pessoas é que viram demasiadas vezes os Condenados de Shamshank.
O Indy está velho e os outros três filmes da saga são melhores. É verdade, mas a Caveira de Cristal não é o monstro horrível que dizem ser.
Falo por mim e por outras pessoas que viram o filme comigo logo na estreia nacional que me diverti bastante nas duas horas de duração do filme. E não é isso que interessa?

25 de junho de 2009 às 00:23  
Anonymous Anónimo said...

Ora aí está caro Cinemania, concordo 100% com a sua opinião, é que temos que distinguir entre o que um filme realmente é e o que desejamos que ele seja. Aplaudo a sua sinceridade e digo que para mim este filme é muito bom, gostei de voltar a ver o Exterminador com os efeitos especiais que esta geração toma como certos, porquê?
Porque uma faceta minha de menino que adorava a ideia do original, do exterminador original, e que viu muitas vezes o T2, queria era acção, e aí não conseguiria dizer melhor do que disse: "Mas afinal do que vocês estão à espera quando entram numa sala de cinema para ver o Exterminador? Em que é que este Exterminador difere tanto dos outros? O que tem de pior?
Quando vi pela primeira vez o Exterminador implacável 2 acham que aquilo que me ficou na retina foram os valores humanos, e a importância da vida humana e dos valores humanos, etc?"
não! Por muito que custe à minha faceta filosófica, e de teor existencialista, este filme não se perde em valores humanos, é um filme de acção! E que seja, já agora e o Star Trek? O que tem de melhor do que este?

25 de junho de 2009 às 12:33  
Anonymous Anónimo said...

O facto de afirmar que o filme não se perde em valores humanos e se basear em personagens que retiram pouco ao gesso dos estereótipos é realmente mau para o filme, mas ao contrário de filmes que muitos consideram obras primas, este não tenta ser mais do que aquilo que é, se sejamos honestos é muito melhor do que o "Transformers", e do que os horríveis "Aliens Vs Predators" estes últimos é que ofendem os 1ºs filmes da saga, tal a sua superficialidade.

25 de junho de 2009 às 12:39  
Anonymous Marco Santos said...

Só para referir que os 2 últimos posts são meus, esqueci-me de adicionar o nome aos mesmos.

27 de junho de 2009 às 21:25  
Blogger X5-452 said...

Eu desde os 6 anos que vejo o Terminator, sempre foi o meu filme favorito e sempre há-de ser, especialmente o 2º! Embora o Terminator 3 não esteja mau, porque sempre tem o Arnie, o 4 supera tudo. Eu sei que a maioria das críticas tem sido negativa mas ninguém me vai mudar a opinião, tanto que eu vi o filme por 2 vezes, o que, tendo em conta os preços dos cinemas, diz tudo!
Resumindo,o filme pode não ser nenhum Terminator 2, mas também não acho que estivesse assim tão mau, pelo menos para mim...

20 de julho de 2009 às 16:52  

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