Génio.
A corrida ao Oscar de Melhor Actor, em 1996, terá sido uma das mais disputadas da década passada. Cinco actores em busca da estatueta dourada, cada um com mais aspirações legitimas do que o colega sentado na cadeira do lado. Na altura, poucos se atreviam em prognósticos. Estatísticas de pouco serviam, e vaticínios eram mais que muitos. Num ano marcado pelo sucesso indie, somente Tom Cruise e Woody Harrelson emergiam como os representantes da verdadeira máquina de Hollywood. Dos cinco filmes nomeados à principal estatueta, apenas Jerry Maguire tinha sido feito com o dinheiro de um grande estúdio. O Paciente Inglês, Fargo, Segredos e Mentiras e Shine – Simplesmente Genial eram as surpresas do ano. Não apenas por serem obras de qualidade impar, mas também pela tenacidade com que arranjaram maneira de chegar às salas de Cinema. Se o primeiro venceu nove Oscar, o segundo arrecadou sete nomeações (com duas vitórias), o terceiro cinco, e o último, outras sete (com um Oscar). Na corrida ao Oscar de Melhor Actor, Tom Cruise via-se na condição de nomeado pela segunda vez na sua carreira. O show me the money tinha-se transformado em show me the Oscar, e, numa fase da sua vida profissional em que tudo corria de vento em popa, parecia natural a consagração. O reconhecimento devido de Hollywood a uma lenda viva em construção. Ralph Fiennes, por seu lado, jogava com todos os trunfos de O Paciente Inglês. O filme de Minghella granjeava de tanto sucesso, que alguns chegaram a pensar no pleno. No capítulo das representações, mais do que a de Binoche, a vitória de Fiennes parecia segura. Já Billy Bob Thornton sonhava em ser o underdog. O tipo que escreve uma história de arromba, que derruba todos os padrões estabelecidos, e se chega à frente para conquistar o mundo. Com apenas duas nomeações, O Arremesso bem que podia valer o Oscar a Thornton. E, valeu. Só que foi pelo argumento. Por último, Woody Harrelson. O senhor do one-man-show. Protagonista do filme mais polémico do ano, poucos foram aqueles que passaram ao lado da mais convincente interpretação de toda a sua carreira. Pela sua entrega e dedicação, o Oscar era um merecido prémio.
No entanto, um outro actor se destacou. Mais do que todos os outros. E, justamente, o Oscar foi parar-lhe às mãos. Na primeira vez que foi nomeado, Geoffrey Rush ganhou. Porquê? Por isto.
Bruno Ramos
Etiquetas: Billy Bob Thornton, Geoffrey Rush, Ralph Fiennes, Tom Cruise, Woody Harrelson
3 Comments:
Alguem me sabe dizer onde se vende este filme?
Definitivamente um dos meus filmes favoritos. Geoffrey Rush está de facto "simplesmente genial", mas também gostei muito do trabalho do Noah Taylor e, principalmente, do Armin Mueller-Stahl. A cena de David aos pulos num trampolim ao som de Vivaldi é inesquecível...
Concordo com o Paulo. Essa cena é mesmo inesquecível :)
Um dos meus filmes favoritos também :) Aliás esse ano foi muito fértil em filmes que ficaram na minha lista de favoritos...
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