Deuxieme


domingo, setembro 23, 2007

Confesso: I McLovin It!

Se existem bastantes filmes que apelam a muita gente, talvez existam ainda mais uns quantos que dizem apenas respeito a uma pequena minoria. Ao escrever sobre este Super Baldas, receio estar para aqui a dissertar sobre uma película que desperte a curiosidade de meia dúzia de cinéfilos que resistem a um título infeliz e a um tema mais do que visitado. A todos os que já resistiram a isto, os meus sinceros parabéns e felicitações, por terem descoberto, provavelmente, a melhor comédia do ano, até ao momento. A todos aqueles que pensam ter o que é necessário para combater estas duas adversidades, força! A todos os outros, vamos ver se as linhas que se seguem conseguem dizer com todas as letras que…hum…como dizê-lo… bem, que este filme é algo de excepcional. Super-Excepcional!

Antes de mais, é importante defender aqui a tradução. Apesar de algumas borradas que não poderemos, jamais, desculpar, outras vezes há em que aquilo que chega às mãos da editora é terrivelmente difícil de traduzir. É difícil compreender, por exemplo, como é que surge a alguém um nome como Granda Moca, Meu ou Sempre a Bombar. Tentemos algo de mais positivo. Com efeito, tendo estas duas referência, Super Baldas não é assim tão mau, apesar de intensificar uma mensagem errada que pode vir já do trailer: a de que este filme é apenas para todos os rapazes com idades compreendidas entre os 15 e os 18 anos. Super Baldas não é um filme apenas para rapazes e, muito menos, só para adolescentes.

Contudo, Superbad também não é um filme para todos. E não o é, não porque a sua mensagem é demasiado complexa, ou porque os assuntos tratados se restringem única e exclusivamente ao contexto norte-americano. Superbad é um filme para todos aqueles que já passaram pela adolescência, desde que se lembrem dela. Agora, é claro que, por estarmos a falar de uma comédia sobre a descoberta da sexualidade, os temas abordados acabam por ser hiperbolizados de modo a atingirem as chamadas situações hilariantes.

Logo na cena inicial, uma conversa ao pequeno-almoço, antes da ida para a escola, sobre sites pornográficos e como subscrever um, cujo nome não desperte a curiosidade dos pais, dita o rumo do filme. A partir daí, já sabemos qual será o trilho percorrido por esta história. Ou, será que sabemos? O espaço temporal do filme não chega a dois dias. Tudo se passa em cerca de dia e meio, por mais incrível que pareça. Num tão curto espaço de tempo, acontece tudo aquilo que apenas poderia acontecer num filme com a qualidade, irreverência, espontaneidade e inocência de Super Baldas. O filme é uma visita guiada à idade dos porquês, mas dos porquês aos quais ninguém quer responder.

O argumento de Seth Rogen e Evan Goldbergh é qualquer coisa de notável. A palavra fuck é proferida a uma média superior a uma vez por minuto. E nenhuma delas é desprovida de sentido. Jonah Hill é surpreendentemente hilariante, Michael Cera confirma o dom para a interpretação no registo geek, Christopher Mintz-Plasse é irrepreensível, e Bill Hader dá continuidade àquilo que já nos vinha habituando em Saturday Night Live. Quanto a Seth Rogen, guardaremos os elogios para depois de Knocked Up.

Será que podemos considerar Super Baldas ofensivo? Podemos. Será que podemos considerar Super Baldas obsceno? Podemos. Será que podemos considerar Super Baldas um dos filmes mais cómicos dos últimos tempos, para não dizer de sempre? Sem sombra de dúvida.

A história de dois melhores amigos e um bom compincha que apenas querem ir para a cama com uma rapariga, antes do liceu terminar, nada tem de American Pie. McLovin é uma nova página que se abre na história do cinema. Com a devida distância, este pode ser O Rei dos Gazeteiros de toda uma geração. Basta para isso acarinhá-lo, e descobrir a verdadeira mensagem por detrás deste hino à boa disposição.

Agora, se me perguntarem que imagem guardarei deste filme, certamente será aquela antes da fita começar a rolar, quando, numas filas mais à frente, vi uma espectadora folhear a Premiere… Os risos e as gargalhadas que surgiram com o filme fizeram esquecer tudo isto, por duas horas e, isso, é impagável. Haja mais filmes como este Super Baldas!

Alvy Singer

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6 Comments:

Blogger Unknown said...

Se este filme for tão "bom" quanto o Knocked Up, então mais vale eu estar quieto...

Depois de Death at the Funeral, que para mim foi uma lufada de ar fresco, duvido que uma comédia em que começa logo por ter uma tema já muito usado, possa vir a conquistar-me. Não que por ter um tema já muito batido o filme não posso ser bom, mas se tenho uma comédia que me fez rir até às lágrimas e tenho outra que as ligações com outro filme do passado (Knocked Up) fez-me pensar o porque de tanto alarido à volta dele, duvido que este "Superbad" ultrapasse mesmo o seu título...

Mas nunca se sabe, talvez um dia o veja... talvez não... nunca saberei se realmente presta ou não se nunca o vir...

23 de setembro de 2007 às 13:41  
Blogger Alvy Singer said...

Marco, então o que é que se passou com o 'Knocked Up'? Será que estarei prestes a ler a primeira critica negativa ao filme de Apatow?

Em relação a este 'Superbaldas', não creio que tenha muito em comum com'Death at a Funeral'. Mas, que merece ser visto, merece. Parece-me é que este 'Superbaldas', pelas coisas que tenho lido, facilmente se tornará numa obra incompreendida, daquelas que nos leva mesmo a utilizar o antónimo da palavra aqui discutida há uns dias. Subvalorizada é o termo certo.

24 de setembro de 2007 às 12:29  
Blogger She was anouk said...

Tenho estado sinceramente a tentar evitar filmes destes, tanto pela desilusão que acabam por ser, como pela falta de dinheiro que me leva a ir ver aqueles que tenho o sexto sentido de serem os melhores em cartaz. De qualquer maneira gostava de ir vê-lo, porque verdade seja dita valorizo a sua opinião e a sua crítica como um dos escritores de uma das melhores revistas que Portugal já leu (e a que conseguiram heróicamente aguentar por quase feitos oito anos). Eu lembro-me de ser um bocadinho mais nova e dizer que o meu sonho era um dia poder escrever críticas assim e poder fazê-lo para a Premiere. Hoje parte de mim gostaria de ser escritora, mas uma muito maior anseia pelo mundo do cinema. Se pudesse eventualmente juntar os dois, seria uma quase utopia. E acho que nem é assim tão impossível.

Mas voltando ao comentário, vou tentar de facto guardar uns trocos para ir ver este Superbad. E tudo porque me conseguiu convencer com a sua crítica! Uma crítica de ouro.

24 de setembro de 2007 às 23:16  
Blogger thrausos said...

Também o vou ver só pela critica do Alvy...

A Distribuidora podiam muito bem pagar uns trocos só por essa crítica =D Assim sempre se faziam mais duas ou três Premieres...

25 de setembro de 2007 às 17:18  
Blogger Alvy Singer said...

Fes, confirma-se que não é impossível. Até há bem pouco tempo, esse mesmo sonho era acalentado por um jovem de nome Bruno Ramos.

thrausos, era bom era...

Agradeço a ambos palavras tão elogiosas. Não vale é atirar pedras depois... Quer dizer, vale, mas não convém.

26 de setembro de 2007 às 13:00  
Blogger Dennis Bergkamp said...

o filme é fenomenal, como disseste, provavelmente a melhor comédia do ano.

Não me ria assim desde o Old School!

16 de outubro de 2007 às 02:41  

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