2 - Do Céu Caiu Uma Estrela (1946).
Há coisas que nos tiram o pio. Woody Allen disserta sobre umas quantas delas, tanto em Manhattan, como em Ana e as Suas Irmãs, embora, neste último, de forma menos forçada. Seguindo a mesma linha de raciocínio, se tivesse de escolher assim um rol de cinco ou seis coisas pelas quais vale a pena dar um salto ao planeta Terra, e viver um quantos anos, certamente que colocaria nesse saco o chegar ao fim de Morte em Veneza de Thomas Mann, o sketch do papagaio morto dos Monty Python, os relógios deformados da Persistência da Memória de Dali, o Love of My Life dos Queen em Wembley ’86 e, para rematar em beleza, a obra-prima de Capra, Do Céu Caiu Uma Estrela.
Já tive oportunidade de aqui manifestar o meu pesar perante a tradução infeliz deste título. Não que Do Céu Caiu Uma Estrela seja uma coisa abominável, que não é. No entanto, parece-me algo injusto que La Vita è Bella se traduza para A Vida é Bela, e It’s A Wonderful Life para… Do Céu Caiu Uma Estrela. A mensagem não passa da mesma maneira.
Sobre este filme, convém derrubar todas as ideias à priori que se possa ter. Até porque, abrindo o jogo completamente, confesso ter sido um tanto ou quanto preconceituoso, durante uns tempos, quanto ao visionamento deste filme. Reconheço que a imagem de James Stewart a piscar o olho para o céu não era das mais convidativas. Às vezes não falta nada a um tipo para ser mesmo estúpido...
No entanto, um ano houve em que cedi. Felizmente. Daí para cá, já cedi várias vezes. Este é um filme de uma vida. Vê-lo na noite de Natal torna a experiência ainda mais especial. No entanto, vê-lo numa outra altura qualquer, não deixa de ser um valente murro no estômago. A cena final apanha-me sempre na curva, com uma lágrima malandra à espreita.
A Prenda no Sapato: Tudo.
Alvy SingerEtiquetas: Do Céu Caiu Uma Estrela, Filmes de Natal
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