Não Destruir Depois de Ver.
Porque é que a comédia negra, mesmo sendo inteligente, nunca ganha prémios? A pertinente questão é colocada por José Vieira Mendes na última edição da Premiere, na sua apreciação a Destruir Depois de Ler, o filme que assinala o regresso dos irmãos Coen, depois do galardoado Este País Não É Para Velhos. Um mês depois da chegada da tresloucada comédia às salas nacionais, lá foi possível regalar os olhos com os desvairados diálogos a que as penas de Ethan e Joel nos habituaram ao longo das últimas duas décadas. No entanto, apesar de talvez não partilharmos do entusiasmo que considera oscarizável alguns desempenhos em Destruir Depois de Ler, não podemos deixar de nos perguntar porque é que um penteado retro de Javier Bardem faz correr o dobro da tinta de um outro muito mais infeliz de um Brad Pitt também desfigurado. Ou, porque que razão um drama com duzentos fuc*s e shi*s mais rapidamente é considerado intelectual, enquanto uma comédia com a mesma dosagem destes vocábulos roça a ordinarice. Este pode não ser o melhor humor produzido pelos Coen. Porém, com os pés bem assentes no chão – perdoada seja a hipotética blasfémia –, Javier Bardem e moeda da sorte à parte, mais rapidamente aplaudiria quatro Óscares a esta última comédia dos dois irmãos, do que ao último drama.
Bruno Ramos
Etiquetas: Brad Pitt, Coen, Destruir Depois de Ler, Javier Bardem
1 Comments:
Pois,Bruno Damas,eu vou muitissimo mais longe.
Para mim,"Este Pais Não é Para Velhos" é um filme verdadeiramente desastroso salvado-se unicamente os desempenhos de todos os actores (e não só de Javier Bardem)envolvidos.
Fui ontem ver "Destruir Depois de Lêr" e fiquei absolutamente de boca aberta:
Trata-se de uma das melhores comédias desta década,uma das melhores obras da carreira deles,em suma,uma Obra-Prima absoluta.Estão,de facto,de parabéns.Esmeraram-se ao máximo nesta comédia louca absolutamente esmagadora.
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