A certeza de um bom filme.
Esta manhã tivemos a antestreia de Doubt. E, a palavra que melhor o descreve, apesar de o corrector do Word acusar o erro ortográfico, é filmaço. A obra de John Patrick Shanley chegará às salas na próxima semana e, por essa altura, aqui voltaremos para dizer de nossa justiça. No entanto, desde já podemos adiantar que o filme será criticado no próximo número da Premiere e, apesar de as reacções, de uma maneira geral, terem sido positivas, houve quem gostasse mais do que outros. Por agora, apraz-nos deixar duas ou três notas mais genéricas. A primeira, que este é um filme de actores. Poucos são os instantes sem diálogo e de pura contemplação cénica. Até certo ponto, a adaptação da peça de Shanley é a antítese do Cinema de Terrence Malick. Aqui, não param de tagarelar. Mas, que bem que eles tagarelam. A segunda nota, para a magnífica Viola Davis. A sua passagem peca apenas por fugaz. Não mais do que dez minutos. Contudo, só sabe a pouco, precisamente porque Davis prime todas as teclas certas. A terceira, para a senhora interpretação de Meryl Streep. Esta sua Irmã Aloysius Beauvier já não entra na categoria das personagens que a actriz é capaz de fazer com uma perna às costas. Aqui, podemos sentir no ar o desafio. E, Streep não só conquista a personagem, como o mais distante espectador na audiência.
Por último, uma nota para a segurança do visionamento. Alguns colegas, já familiarizados com episódios idênticos, não estranharam tanto. No entanto, para alguém que olha o Cinema como objecto de uma relação idílica, jamais deixará de ser incomodativo, e, porque não, indecoroso, ser forçado a deixar o telemóvel à porta da sala, com o pretexto de poder cair na tentação de filmar partes do filme. O que eles não sabem é que já todos vimos filmes de James Bond com fartura, e o segredo está nas canetas e botões de punho. No caso das senhoras, os batons também deviam ser confiscados.
Alvy Singer
Etiquetas: Amy Adams, Doubt, Meryl Streep, Viola Davis
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